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10 meios de pagamento para compras online: como usar de forma segura

Os meios de pagamento online envolvem cada vez mais níveis de segurança. Mas, por mais seguros que estejam, muitos esquemas fraudulentos contam com a “colaboração” da vítima para entregar dados bancários. Veja as dicas da DECO PROTeste para fazer compras na net com segurança.

Especialista:
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09 novembro 2023
Rapariga deitada no sofá a fazer compras na internet

iStock

A pandemia, de má memória, já lá vai. Mas o hábito das compras online veio para ficar. Desde os alimentos para abastecer o frigorífico até ao mobiliário e aos eletrodomésticos para equipar a casa, passando por livros e discos, roupa ou produtos de higiene e beleza, (quase) tudo pode ser comprado com uns cliques na net, e um meio de pagamento ajustado à nova realidade.

Opções não faltam, umas “renovadas”, como os cartões de débito ou de crédito, que acrescentaram medidas de segurança para se poderem manter no mundo digital sem grandes sobressaltos, outras são mais recentes, como o PayPal ou o MB Way.

Qual a melhor solução? Não existe uma resposta universal. Todas as alternativas envolvem vantagens e inconvenientes – e inspiram cuidados na utilização. Nada como conhecê-las a fundo, embora o mais natural seja, até, aderir a várias, e usar consoante a ocasião.

A DECO PROTeste fez um levantamento dos meios de pagamento disponibilizados nas lojas online mais usadas pelos portugueses. E reuniu os melhores conselhos para escapar às burlas online, que são também uma tendência dos nossos tempos. Ou, pelo menos, tentar.

Às dez opções destacadas abaixo, poderíamos acrescentar uma mais analógica: o pagamento no ato da entrega. Vários sites deixam encomendar, e acertar contas unicamente no momento em que o consumidor recebe o que pediu (por exemplo, através de dinheiro ou multibanco). O método tem vantagens importantes, como prescindir de dados bancários introduzidos na plataforma. Mas, por vezes, envolve uma taxa extra, faz aumentar o prazo de entrega ou exige que o consumidor entregue o valor certo, sob pena de ficar sem o troco. Resumindo, há que investigar estas minudências primeiro.

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1. Cartão de crédito

O clássico cartão de crédito foi reforçado em termos de segurança em 2019, quando passou a recorrer a autenticação forte. Como funciona? Depois de o utilizador introduzir o número do cartão, o código CVC ou CVV, que se encontra no verso do cartão, e a data de validade, a operação é confirmada com um segundo nível de segurança, que pode ser, entre outros, um código enviado para o telemóvel, e que deverá ser introduzido na plataforma de compras. Tudo depende dos métodos usados pela entidade emissora do cartão. Quanto ao pagamento, existe um período de crédito gratuito, de 20 a 50 dias, aplicando-se juros a partir daí, se a dívida não for zerada na totalidade.

Vantagens

  • Concede um período de crédito gratuito: saldando o extrato na totalidade, só paga 20 a 50 dias depois, sem juros.
  • Permite segurança adicional através da autenticação forte.

Inconvenientes

  • Se o extrato não for pago na totalidade, são cobrados juros sobre a dívida.
  • É preciso indicar os dados do cartão ao comerciante.
  • O emissor analisa a capacidade de endividamento, se o cliente pedir novo cartão.
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2. Cartão de débito

O cartão de débito também passou a recorrer a autenticação forte em 2019. O utilizador deve introduzir o número do cartão, o código CVC ou CVV e a data de validade, para confirmar a operação com um segundo nível de segurança. Pode tratar-se, entre outros, de um código enviado para o telemóvel, que deverá ser introduzido na loja online. No que toca ao pagamento, o dinheiro é imediatamente subtraído da conta associada.

Vantagens

  • Muito acessível, não exige a subscrição de produtos bancários, nem a instalação de aplicações no smartphone.
  • A autenticação forte confere-lhe segurança extra.

Inconvenientes

  • Em caso de captura dos dados do cartão, os burlões podem conseguir fazer compras, que afetam a conta à ordem.
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3. Cartão virtual

O cartão virtual, como o nome sugere, é um sucedâneo do cartão de crédito e de débito. A ideia é evitar a captura dos dados dos cartões físicos por eventuais burlões. Na aplicação do banco ou no MB Net, do MB Way, é possível criar um “cartão”, indicando o valor máximo que pode ser gasto. A operação gera um número, um código CVV ou CVC e uma validade. Existem duas modalidades: o cartão de utilização única ou aquele que permite várias compras no mesmo comerciante durante 12 meses.

Vantagens

  • Permite pagar sem facultar ao comerciante os dados do cartão físico que dá acesso à conta à ordem ou à conta-cartão.

Inconvenientes

  • Exige uma aplicação para gerar os cartões, e alguns conhecimentos informáticos para a utilizar.
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4. PayPal

O PayPal é outra forma de tornar mais seguro o uso dos cartões de crédito e de débito. Requer o registo no site e a associação de uma conta bancária ou de um cartão. Ao selecionar este meio de pagamento, só tem de indicar o e-mail da conta de PayPal, pelo que o acesso aos dados bancários fica vedado ao comerciante. Ao fazer compras numa loja online, o único elemento a indicar ao comerciante é o e-mail.

Vantagens

  • Não é preciso indicar dados bancários ao comerciante, apenas o e-mail associado à conta de PayPal.
  • Não exige novos cartões bancários: pode usar os que já tem.

Inconvenientes

  • Exige a criação de uma conta de PayPal.
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5. MB Way

Cada vez mais popular, e muito versátil, o MB Way implica descarregar uma aplicação para o smartphone, e associar um número de telefone e um ou mais cartões. Na sua vertente de pagamentos online, exige a indicação, à loja, do número de telemóvel associado à aplicação. Ao autorizar o pagamento, o utilizador recebe uma notificação no telefone, que lhe pede para confirmar a operação. Tem uma janela relativamente apertada, de quatro minutos, para concluir a tarefa.

Vantagens

  • O comerciante não tem acesso aos dados do cartão, nem ao número da conta.
  • O único elemento a indicar é o contacto telefónico.

Inconvenientes

  • Exige um smartphone com a app MB Way.
  • É preciso estar perto do telemóvel para autorizar a compra online, e há apenas quatro minutos para concluir a transação.
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6. Pagamentos autorizados no MB Way

Outra modalidade do MB Way, os pagamentos autorizados podem ser úteis para quem é cliente habitual de um dado comerciante. Ao recorrer a este sistema pela primeira vez, recebe uma notificação na aplicação, para escolher o cartão associado à conta de MB Way que pretende usar (pode ter vários), a validade e o máximo a gastar. Só voltará a receber uma notificação, com necessidade de autorização, se superar o limite mensal definido.

Vantagens

  • Só tem de autorizar o primeiro pagamento que fizer: os seguintes serão automáticos.

Inconvenientes

  • Exige um smartphone com a app MB Way.
  • Por ser uma funcionalidade recente, ainda poucos comerciantes a disponibilizam.
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7. Multibanco

O pagamento com referência multibanco, pela sua parte, não tem nada que saber: a loja gera os dados, o cliente dirige-se ao caixa mais próximo ou recorre ao homebanking. Pode não ser tão prático, mas os dados do cliente mantêm-se inacessíveis ao comerciante.

Vantagens

  • Não é preciso facultar dados bancários ao comerciante: o pagamento é concluído com as referências recebidas.

Inconvenientes

  • O processo é um pouco menos prático, na medida em que exige a deslocação ao multibanco ou o recurso ao homebanking.
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8. Transferência bancária

Ainda da ordem do simples e intuitivo é a transferência bancária. A loja indica um IBAN, e o cliente usa-o para pagar no multibanco, sem custos, ou no homebanking ou ao balcão, nem sempre isento. Em regra, a plataforma pede o envio de um comprovativo da operação antes de remeter a encomenda, o que pode tornar a compra um pouco mais demorada.

Vantagens

  • Opção prática e intuitiva.

Inconvenientes

  • Em regra, o comerciante pede uma prova do pagamento.
  • Se exigir a referência na transferência, não é possível recorrer ao multibanco. Só o homebanking ou o balcão serão opções, o que pode ter custos.
  • É preciso esperar pela confirmação do pagamento pelo comerciante. Logo, aumenta o prazo de entrega da encomenda.
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9. Google Pay ou Apple Pay

Mais recentemente, surgiu a possibilidade de acertar contas a partir de carteiras digitais. O Google Pay e o Apple Pay permitem adicionar cartões bancários e usar o telemóvel ou o smartwatch ao pagar. Para fazer uma compra com o Google Pay, há que indicar o e-mail associado. No caso do Apple Pay, basta autorizar a transação.

Vantagens

  • Não exige a entrega de dados.
  • O pagamento é rápido.

Inconvenientes

  • Para usar o Apple Pay, precisa de um iPhone ou Apple Watch.
  • O Google Pay requer um smartphone Android.
  • Implica criar conta.
  • Nem todos os bancos aceitam o sistema.
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10. Buy Now Pay Later

A derradeira modernice é o Buy Now Pay Later, uma espécie de fiado digital, em que se compra agora, mas se deixa o ajuste para depois. Klarna e Scalapay são duas empresas que facultam este sistema, que permite fracionar a conta em três. No geral, a primeira parcela é paga de imediato, e as restantes são deixadas para os dois meses seguintes. As quantias são debitadas do cartão associado, e – uma vantagem importante – não há juros. O sistema é prático e seguro do ponto de vista da privacidade dos dados. Mas nem por isso está a salvo de riscos. Se as prestações não forem pagas a tempo e horas, caem juros sobre os valores em falta. E não é tudo. O fiado digital é como o fermento: sendo recorrente, faz crescer o bolo da dívida.

Vantagens

  • Possibilidade de fracionar o pagamento em três vezes, sem juros.
  • Só são cobrados custos em caso de atraso no pagamento das mensalidades.

Inconvenientes

  • Risco acrescido de endividamento.
  • Se optar por este meio de pagamento com frequência, a situação pode descontrolar-se.
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Como identificar uma loja online fraudulenta?

A expansão das compras online, como correlato da pandemia, não passou ao lado do cibercrime. Muito pelo contrário. As burlas têm acompanhado o passo das novas preferências dos consumidores, e nem sempre é fácil distinguir entre uma plataforma online legítima e uma loja fraudulenta. Mesmo assim, alguns truques melhoram as probabilidades de fazer a destrinça com sucesso.

As contas nas redes sociais são um bom ponto de partida. Quando há intenção de fraude, nem sempre as “lojas” se fazem anunciar nestas plataformas. Ainda assim, não é líquido, pois também há as que criam conta, por exemplo, no Facebook ou no Instagram, para darem uma aparência de legitimidade.

Portanto, as redes sociais são apenas um elemento: há que prestar atenção a todos os detalhes, e o nome é outro indicador relevante. Algumas lojas fraudulentas usam os nomes de estabelecimentos conhecidos, com pequenas variações que fazem a diferença. Um exemplo: worten99.com.

Aplique a sua capacidade analítica igualmente ao aspeto visual do site. Lojas legítimas tendem a recorrer a formatação adequada e a imagens de boa resolução, por exemplo.

Pode ainda confirmar o endereço. Para o efeito, use um motor de busca, como o Google, e atente nas primeiras páginas, identificadas por anúncios. A regra é o URL das lojas a operarem em Portugal terminar em .pt ou .com. Domínios estranhos deverão fazer soar as campainhas da desconfiança.

A prova do algodão será, contudo, testar o URL com a ferramenta “Este site é seguro?”. Basta que copie e cole o link, para lhe ser devolvido um veredicto quanto à fidedignidade do site.

Veja se o site é seguro

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Não revele dados bancários a terceiros

Os meios de pagamento envolvem agora mais níveis de segurança, mas exigem a manipulação de ferramentas digitais, o que pode não estar ao alcance de muitos portugueses. Além disso, por mais seguros que sejam, muitas burlas são concretizadas através de engenharia social, ou seja, com uma história para convencer os utilizadores a entregarem os dados “de livre vontade”.

Portanto, recomenda-se cuidado redobrado nas compras online. Se não está à vontade com certo meio de pagamento, não o use segundo as instruções de terceiros: informe-se junto do banco. Tão-pouco deve fornecer a terceiros dados de acesso às suas contas, como passwords ou códigos recebidos por SMS. Quando chegar uma mensagem do banco com um código, leia-a com atenção: nela vêm indicadas a operação em curso e a finalidade desse código. Se receber um código não solicitado, ou se não estiver a realizar a operação descrita, entre logo em contacto com o banco e peça o cancelamento do cartão ou dos acessos aos canais digitais.

Outra regra a respeitar: não abrir links enviados por e-mail ou SMS. Mas, se o fizer, não indique dados bancários, mesmo que pareçam ser pedidos pelo banco. E, se não conhece certa loja, investigue se é segura e pesquise na net eventuais queixas. Já sabe, na dúvida, use a ferramenta “Este site é seguro?”.

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