Pulseira da PSP "Estou Aqui": para que serve e como pedir

Em 2024, na Marinha Grande, Maria, chamemos-lhe assim, viajava numa estrada nacional quando avistou uma criança que parecia perdida. Caminhava sozinha, descalça, e com elevado risco de ser atropelada. Parou e tentou perceber a situação, mas a criança mal falava e não foi capaz de se identificar verbalmente. Maria contactou a Polícia, que rapidamente localizou a mãe, através do código inscrito na pulseira "Estou Aqui" usada pela criança.

Já em 2025, no Porto, a Polícia foi chamada a um autocarro, onde uma idosa seguia sozinha. Apresentava um discurso incoerente e estava visivelmente perdida no espaço e no tempo. Chegados à esquadra, alguém reparou na pulseira que evitou males maiores. Através do código alfanumérico, o marido e o neto da senhora foram identificados e contactados. Pouco depois, o último surgiu aliviado na esquadra e levou a avó.

Os dois casos foram relatados à DECO PROteste pela Polícia de Segurança Pública (PSP), que já permitiu o reencontro de mais de uma centena de pessoas, sobretudo adultos, com as suas famílias, ao abrigo do programa "Estou Aqui".

No primeiro semestre de 2025, foram atribuídas 1344 pulseiras a adultos e mais de 50 mil a crianças. De acordo com a PSP, estas pulseiras são solicitadas, sobretudo, por pais ou encarregados de educação de crianças, entre 2 e 10 anos, embora a sua abrangência se estenda até aos 15 anos. No caso dos adultos, são mais usadas por pessoas que, devido à idade, já apresentam "algumas dificuldades psíquicas, o que aumenta a sua vulnerabilidade no desenrolar do dia-a-dia". Saiba como funciona o programa e como aderir.

O que é o programa "Estou Aqui" e como funciona?

O programa "Estou Aqui" foi criado para ajudar a encontrar crianças e adultos que, por algum motivo, percam o contacto com os seus familiares, através de uma pulseira. Esta possui um código alfanumérico pessoal e intransmissível associado a uma base de dados da PSP. Assim, quem encontre uma pessoa que tenha perdido o contacto com os familiares só precisa de contactar o 112 e informar onde se encontra, facultando o código da pulseira. 

Com esta informação, a PSP contacta as pessoas identificadas nos contactos de emergência e desloca-se ao local para recolher a criança ou o adulto, de forma a garantir que estes reencontram as pessoas mencionadas no formulário de adesão.

Estas pulseiras são válidas em todo o território nacional e podem ser pedidas para pessoas residentes em Portugal, bem como para pessoas não residentes que, por exemplo, se desloquem ao País em férias. Contudo, no estrangeiro, tem pouca ou nenhuma utilidade.

Como pedir uma pulseira?

As pulseiras para crianças podem ser pedidas online, em www.estouaqui.mai.gov.pt. Preencha todos os dados pedidos e indique todas as informações que considere relevantes, nomeadamente os contactos de emergência que devem ser feitos caso a criança seja encontrada.

A pulseira pode depois ser levantada na esquadra da PSP que escolher no momento da inscrição. É durante a recolha da pulseira que é verificado se a informação disponibilizada na inscrição está completa e se associa o código alfanumérico pessoal à pulseira.

O pedido de uma pulseira para um adulto deve ser feito da mesma forma, mas através do site www.estouaquiadultos.mai.gov.pt.

As pulseiras para crianças dos 2 aos 15 anos são válidas até ao final do ano civil em que é emitida. Por isso, todos os anos deve pedir uma nova. A partir desta idade, se precisar do serviço, terá de fazer a inscrição no programa "Estou Aqui Adultos". As pulseiras para adultos têm a duração de dois anos. Após esse período deve ser feito um novo registo. Terminada a validade, a inscrição deixa de constar do sistema. Por isso, se deseja continuar a usar esta pulseira como meio adicional de segurança, deve fazer nova inscrição.

 

Os dados que forneci estão seguros?

A política de privacidade do programa "Estou Aqui" garante que o sistema está em conformidade com o Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD), ainda que fiquem armazenados diversos dados sensíveis. A entidade responsável pelo tratamento dos mesmos é a PSP, sendo a segurança da informação garantida pela Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna. O direito de acesso aos dados pode ser exercido junto da PSP. Importa garantir que todos os dados estão corretos e completos. Se houver falhas da responsabilidade de quem pede, o programa poderá não será acionado, até porque os elementos incorretos ou em falta podem ser essenciais para o efeito.

O que devo fazer se a pulseira se estragar?

Se a pulseira estiver degradada, peça a inutilização da mesma por e-mail (estouaqui@psp.pt) e solicite uma nova no site em que fez a inscrição.

Quanto custa a pulseira?

A pulseira é gratuita.

Se perder um familiar com pulseira, posso saber de imediato o seu paradeiro?

Estas pulseiras não possuem qualquer tipo de localizador GPS, pelo que não permitem o rastreamento em tempo real. Para isso, existem dispositivos de GPS portáteis, por exemplo, para colocar numa mochila ou no pulso. Custam a partir de 30 euros e, em geral, exigem a subscrição de serviços.

No caso das pulseiras do programa "Estou Aqui", se perder um familiar que possua uma, deve contactar a esquadra da PSP da área onde este foi visto pela última vez e fornecer toda a informação solicitada. 

Se encontrar alguém com uma pulseira "Estou Aqui", como devo proceder?

Deve ligar para a PSP, através do número de emergência nacional (112), indicar o lugar onde se encontra e fornecer o código inscrito na pulseira.

Posso alterar os dados fornecidos durante a inscrição? 

Os dados disponibilizados na inscrição podem ser alterados ou atualizados em qualquer momento. Para que a pulseira funcione corretamente nos momentos em que for necessário, é fundamental que os dados estejam permanentemente atualizados. No caso de os dados estarem incorretos ou incompletos, a responsabilidade é de quem faz a inscrição. Para atualizar os dados, deve enviar um e-mail para estouaqui@psp.pt, solicitando a atualização.

Preciso de ser familiar para inscrever alguém no programa?

As crianças entre os 2 e os 15 anos podem ser inscritas por um dos pais ou qualquer outro responsável legal da criança. É ainda possível inscrever várias crianças em simultâneo que estejam a participar em atividades, grupos desportivos ou campos de férias. Nestes casos, a pessoa responsável pelas inscrições, como um professor ou um monitor, por exemplo, deve informar o responsável legal da criança sobre a adesão e inscrição no programa, e inserir os seus contactos na mesma plataforma. No âmbito de um grupo, o número máximo de pulseiras que podem ser pedidas são 25.

As pulseiras para adultos podem ser usadas independentemente da idade ou condição e podem ser pedidas pelo próprio utilizador ou por um terceiro, como um cuidador ou uma instituição.

Quantas pessoas posso indicar na lista de contactos de emergência?

A lista de contactos é da pessoa que faz a inscrição, e nada impede que inclua várias pessoas. No entanto, estas devem ser organizadas por ordem de prioridade. Se alguém pretender ser incluído, só pode fazer o pedido se autorizado pela pessoa que fez a inscrição.

O que devo explicar à criança?

A PSP apela aos pais e encarregados de educação que deem indicações à criança sobre o que fazer, no caso de se desorientar, nomeadamente:

• se se perder e não reconhecer ninguém à sua volta, deve permanecer no local;
• se avistar um polícia, deve pedir-lhe ajuda e mostrar a pulseira;
• se alguém quiser ajudar, não deve sair do local, mas pedir que liguem para o 112 e indiquem o número da pulseira.

O que devo fazer se encontrar uma pulseira perdida?

Deve entregá-la numa esquadra da PSP ou enviar um e-mail para estouaqui@psp.pt, com indicação do código alfanumérico que consta da pulseira.