Notícias

Tarifas de eletricidade fixas ou indexadas: como funcionam

Na escolha de tarifas de eletricidade fixas ou indexadas, o perfil do consumidor faz toda a diferença. Com valores apelativos, as tarifas de eletricidade indexadas só devem ser contratadas por consumidores atentos à sua evolução e sem medo de arriscar para poderem mudar assim que começarem a subir. Saiba quais as diferenças.

Especialista:
17 outubro 2025
Tarifas de eletricidade fixas ou indexadas: como funcionam e qual compensa mais?

iStock

Há alguns anos que os consumidores têm à disposição dois tipos de tarifas de eletricidade: fixas e variáveis ou indexadas. Com as primeiras, o valor por kWh é sempre o mesmo ao longo de determinado período (regra geral, um ano). Com as tarifas de eletricidade indexadas o valor muda todos os meses.

Nos últimos anos, as tarifas indexadas têm apresentado, em alguns períodos, valores bastante inferiores aos das fixas. Esta tendência despertou o interesse de muitos consumidores que querem baixar a fatura da eletricidade. É fácil mudar, e há vários fornecedores com este tipo de tarifário. Contudo, quem contrata uma tarifa indexada terá de ter bastante atenção à evolução dos preços, para poder mudar caso deixe de ser interessante.

Voltar ao topo

Tarifas de eletricidade fixas ou indexadas: o que as distingue?

Com uma tarifa fixa, o comercializador acorda com o consumidor um valor fixo por kWh, em regra, por 12 meses ou a cada três meses. Com uma tarifa indexada, o montante a pagar por kWh varia todos os dias.

A fatura é calculada com base na média de valores diários verificados no período temporal a que se refere a fatura. Esta variação ocorre porque as tarifas indexadas estão ligadas ao preço diário apurado no Mercado Ibérico de Eletricidade (MIBEL). Neste, a cada hora, os operadores grossistas negociam enormes quantidades de eletricidade cujos preços vão variando, obedecendo à lei da oferta e da procura. Por esta razão, também o valor das tarifas indexadas flutua, como acontece com as ações de uma empresa no mercado bolsista.

Ao valor no MIBEL, os comercializadores acrescentam outros montantes através de contas complexas. Nestas contas entram, por exemplo, comissão de gestão, perdas de rede, desvios, serviços do operador do sistema ou tarifas de acesso às redes. Assim, tenha em conta de que não basta olhar para os valores no MIBEL. A estes, é preciso ainda acrescentar entre 8 e 10 cêntimos para obter um valor por kWh comparável com o das tarifas fixas.

Voltar ao topo

Porque oscilam os preços nas tarifas indexadas?

O mercado de eletricidade tem uma procura relativamente estável e previsível. No entanto, do lado da oferta, são vários os fatores que podem condicionar a quantidade de energia e o preço. Dias com vento, sol ou chuva, com as barragens cheias, vão originar uma produção de eletricidade elevada que tem de ser despachada com rapidez. Tal leva a um decréscimo no preço.

Num ano com pouca precipitação, com as barragens “em baixo” e sem grande contributo de outras fontes renováveis, é preciso recorrer a soluções mais caras para produzir eletricidade, como o gás natural. Estas condicionantes levam a um aumento do preço da eletricidade. A imprevisibilidade do valor, devido a estas situações, é o principal risco das tarifas indexadas. 

 

Made with Flourish

 

Fonte: OMIE

Voltar ao topo

Como vão evoluir as tarifas indexadas?

As previsões possíveis têm um grau de incerteza elevado no médio e longo prazo. Alguns simuladores para calcular o valor das tarifas de eletricidade indexadas, como o da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), baseiam-se no preço dos futuros a 12 meses para a eletricidade, que, em outubro deste ano, rondavam os 0,06 euros por kWh. A este valor acrescem, ainda, os custos estimados por cada tarifa ou operador.

Este indicador é incerto por natureza. A meteorologia ou as condicionantes geopolíticas não são previsíveis num prazo mais alargado. Desta forma, não há qualquer garantia de que esse valor se mantenha estável ou não sofra grandes alterações nos próximos 12 meses.Também os custos adicionais ao valor no MIBEL flutuam ao longo do tempo, por exemplo, as perdas de rede, os desvios ou os serviços do operador do sistema. Por esta razão, a DECO PROteste opta por não integrar as tarifas indexadas no seu simulador de energia

Voltar ao topo

Devo optar por uma tarifa de eletricidade fixa ou indexada?

Depende do grau de risco que está disposto a assumir. Atualmente, os preços por kWh estão muito alinhados com os praticados nas melhores tarifas fixas, mas não há garantias de que assim se mantenham. Além disso, existe sempre o risco de poderem alterar subitamente. Se resolver arriscar, terá de ter atenção à evolução dos preços no Mercado Ibérico de Eletricidade (MIBEL). Terá ainda de acompanhar a tarifa de acesso às redes e outras que entrem nas contas dos comercializadores.

Outro aspeto a considerar é que, com tarifa indexada, os comercializadores não têm de garantir um preço por kWh por um determinado período, transferindo esse risco para o consumidor. Por isso, cabe a si avaliar se o potencial benefício que pode obter compensa assumir o risco.

Qualquer que seja a opção, é importante garantir que não opta por um contrato com fidelização. Certifique-se de que pode sair a qualquer momento para um tarifário mais estável.

Voltar ao topo

Tarifas de eletricidade: como comparar?

Use o simulador da DECO PROteste para ver qual a tarifa de eletricidade mais indicada para o seu perfil de consumo.
  • Comece por indicar a zona onde vive e se procura um tarifário só para eletricidade, apenas para gás natural ou para ambas as energias.
  • De seguida, escolha um dos perfis predefinidos ou indique os seus dados de consumo, a alternativa que lhe garante um resultado mais fiável.
  • Obtém uma lista que começa com as tarifas mais baixas e vai aumentando. Para cada fornecedor, pode consultar mais informação sobre o tarifário em causa, como se implica débito direto ou se tem alguma obrigatoriedade.
  • Descoberta a tarifa que lhe interessa, basta contactar o fornecedor em causa. A mudança é simples e gratuita.

simular tarifa de eletricidade ideal

Voltar ao topo

Questões frequentes

Esclareça algumas dúvidas frequentes sobre o mercado de eletricidade.

O que é mais barato: o mercado regulado ou o mercado liberalizado de eletricidade?

A escolha dependerá sempre do perfil de consumo, da potência contratada de que necessita, dos períodos de consumo e da previsibilidade que deseja. No entanto, há várias diferenças entre os dois mercados.

Mercado regulado

  • Preços da eletricidade são fixados anualmente pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos. Existe a possibilidade de revisão trimestral, mas não tem sido comum.
  • Pode ser uma boa opção para os consumidores que valorizam a estabilidade de preços ou que não acompanham a evolução de preços na fatura.
  • Quando alterado, o tarifário é igual para todos os clientes, sejam estes atuais ou novos.

Mercado liberalizado

  • Os comercializadores fixam os preços e as condições contratuais livremente. Isto significa que os preços podem variar mais frequentemente, com ofertas competitivas.
  • Existe a possibilidade de oferta de tarifas com descontos ou outros benefícios associados.
  • Ao longo do tempo, as condições de preço vão sendo alteradas. Por isso, convém consultar a fatura para verificar se as vantagens económicas iniciais se mantêm. Todas as faturas indicam quanto pagaria a mais ou a menos se trocasse para uma tarifa do mercado regulado e mantivesse o mesmo perfil de consumo. Se estiver a pagar a mais, a tarifa que tem pode já não ser a melhor opção.
  • A maior vantagem é a possibilidade de mudar de comercializador a qualquer momento, sem custos. Na maioria dos casos, não existe fidelização obrigatória.

Como saber se devo mudar de tarifa de eletricidade?

Analise as faturas dos últimos 12 meses e verifique o consumo anual em kWh, a potência contratada (kVA) e o tipo de tarifa que tem atualmente. Depois, compare o seu contrato atual com as restantes tarifas existentes no mercado. Pode, ainda, fazer este acompanhamento na plataforma Poupawatt.

O simulador da DECO PROteste ajuda a perceber qual a melhor opção para os seus hábitos de consumo de energia e calcula a poupança que pode obter com uma mudança de fornecedor. Tenha em conta o custo total ou a poupança anual que obterá com uma alteração de fornecedor, analisando eventuais descontos ou promoções e não apenas o preço do kWh e da potência de eletricidade contratada.

Voltar ao topo

Gostou deste conteúdo? Junte-se à nossa missão!

Na DECO PROteste, defendemos os consumidores desde 1991. A nossa independência é a chave para garantir a qualidade da informação que disponibilizamos gratuitamente. 
 
Adira ao plano Subscritor para aceder a conteúdos exclusivos e a todos os serviços. Com o seu apoio, conseguimos continuar a disponibilizar mais conteúdos de valor.

Subscreva já e faça parte da mudança. Saber é poder!
 

 

SUBSCREVER

 

O conteúdo deste artigo pode ser reproduzido para fins não-comerciais com o consentimento expresso da DECO PROTeste, com indicação da fonte e ligação para esta página. Ver Termos e Condições.

Temas que lhe podem interessar