Carro elétrico: incerteza das marcas adia sonho

Publicado a 07 outubro 2024
nuno césar
Nuno César Editor

As marcas garantem oito anos sem sobressaltos para a bateria. Mas o que acontece quando acabar a garantia? E quanto custa reparar? As marcas sabem pouco ou não revelam muito.

nuno césar
Nuno César Editor
iStock Mulher jovem carrega um carro elétrico branco no exterior, com árvores ao fundo
O motor a combustão vai desaparecer, promessa da Comissão Europeia que proíbe, a partir de 2035, a venda de carros novos a gasolina ou gasóleo.

Como bom português, sou apaixonado por automóveis. Na pele de consumidor, devoro centenas de quilómetros ao volante das novidades elétricas, mas veredictos... só depois da nota final do laboratório.

Sim, já tive sustos, mas, com mais ou menos stresse, cheguei sempre ao destino, com o carro a carregar enquanto o jornalista almoça ou fecha outros trabalhos. O prazer não conhece limites com uma tecnologia que convida a planear trajetos e a conduzir com moderação.

A DECO PROteste revela os resultados de mais de 100 carros elétricos, tendo cada um sido submetido a mil medições. Ao contrário da concorrência, aqui não entra publicidade. A avaliação é independente e atenta a critérios cruciais (consumo, autonomia, segurança e espaço). Fomos pioneiros a abraçar o futuro com a decisão de apenas publicar 100% elétricos e híbridos plug-in, a tecnologia atual que mais contribui para atingir as metas de redução de emissões de gases com efeito de estufa e a neutralidade carbónica.

Factos: o motor a combustão vai desaparecer, promessa da Comissão Europeia que proíbe, a partir de 2035, a venda de carros novos a gasolina ou gasóleo. O ano de 2023 foi épico nas vendas de automóveis elétricos. As marcas garantem oito anos sem sobressaltos para a bateria. Mas o que acontece quando acabar a garantia? E quanto custa reparar? As marcas sabem pouco ou não revelam muito. O estudo sobre baterias e garantia, com questionários aos fabricantes. e entrevistas aos responsáveis das partes interessadas, entre marcas com maior relevância e outras que estão a dar cartas, denuncia uma inquietante falta de informação.

A rede pública atual de carregamento não chega para o futuro. É extensa, e a dimensão já se equipara à da rede de combustível, mas o tempo de espera é sempre superior. Como tal, e sem contabilizar o carregamento doméstico, a rede pública teria de ser 11 vezes maior do que a atual para suportar um parque formado na íntegra por automóveis elétricos.

A tentação é enorme, mas abrando na decisão de investir já a poupança na troca do meu velhinho a gasolina por um elétrico, enquanto não houver respostas claras sobre eventuais custos no futuro. Convido os subscritores a fazerem um test-drive com a nossa equipa. Escolha o modelo, envie-me um e-mail e marcamos. Tudo pronto para arrancar? Faça pisca no comparador de carros elétricos.

Sabia que...?

A rede pública atual de carregamento não chega para o futuro. Sem contabilizar o carregamento doméstico, a rede pública teria de ser 11 vezes maior do que a atual para suportar um parque formado na íntegra por automóveis elétricos.

 

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