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Os carros mais fiáveis para 30 mil condutores

Lexus, Suzuki e Subaru são as marcas mais fiáveis. O equipamento elétrico, o sistema de travagem e o motor de combustão provocam as avarias mais frequentes. A Tesla lidera a satisfação por marcas. Nas versões, o Tesla Model Y é o campeão. A experiência de 30 mil condutores não engana.

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07 fevereiro 2024
Exclusivo
Mulher a conduzir um carro com ar satisfeito

iStock

O inquérito da fiabilidade automóvel inova com a classificação para um número ainda mais musculado de carros elétricos e híbridos plug-in, o que corresponde ao seu crescimento no mercado.

Poupe com a seleção de carros elétricos e híbridos plug-in

Segundo 39% dos portugueses que responderam à DECO PROteste, a fiabilidade é o critério que mais pesa na escolha. Seguem-se o preço (13%) e o consumo (12 por cento). Os condutores nacionais com um automóvel elétrico consideraram, como principal critério, a autonomia da bateria (34%), seguida da fiabilidade (20 por cento).

A maioria dos inquiridos (61%) compraram o automóvel novo, e 75% fizeram-no num stand da marca. O gasóleo foi o combustível preferido (49%), seguido pela gasolina, a escolha de 32 por cento. Já 8% optaram por um veículo híbrido e 6% por um carro elétrico.

Marcas de carros do Japão brilham mais

Os carros nascidos no Japão continuam a dar cartas. A Lexus lidera o campeonato da fiabilidade, com 36 marcas para as quais se obtiveram resultados, a partir de respostas para 30 251 automóveis. A Lexus consolida a primeira posição, marca que atingiu em 2018 e manteve em 2020 e 2022.

Suzuki, Subaru e Kia continuam a brilhar na linha da frente. A Toyota segue também nos lugares cimeiros, como tem sido tradição ao longo dos últimos 20 anos em que o estudo foi publicado.

Opel e Land Rover com o pior resultado

Para calcular o índice de fiabilidade, a DECO PROteste contabilizou as visitas à oficina, por tipo de problema, indicadas pelos 30 mil condutores que responderam, sem considerar as necessárias para a manutenção regular, nem arranjos devidos a acidente. Para não penalizar os automóveis mais antigos ou que percorrem mais quilómetros, no cálculo do índice de fiabilidade, considerou-se também a idade e o número total de quilómetros. Quanto maior for a quantidade e a gravidade das avarias, pior será o índice.

A grande sensação mora nos automóveis Cupra, o que permite à marca surpreender na frente da corrida. Muito recente no mercado e associada às versões desportivas, a marca nasce em 2018 e autonomiza-se da Seat. No extremo oposto, e apenas com quatro estrelas, o pior resultado pertence à Opel e à Land Rover.

Equipamento elétrico, travagem e motor de combustão provocam as avarias mais frequentes

Um quarto dos automóveis dos inquiridos teve problemas durante o período de garantia. Lexus e Toyota são marcas com um currículo invejável. O mesmo não se aplica à Jeep, com 32% de avarias durante a garantia.

As avarias mais comuns, apontadas em 13,4% dos veículos abrangidos, verificaram-se no equipamento elétrico (excluindo o motor), que inclui as luzes, o fecho centralizado das portas e o sistema limpa-vidros, entre outros. As marcas Alfa Romeo, Chevrolet, Dacia, Fiat, Opel, Renault e Škoda foram as que revelaram maior incidência de falhas nesta área.

O sistema de travagem continua a ser o segundo fator com mais problemas, reportado para 9,1% das viaturas. Dado tratar-se de uma debilidade que pode ameaçar a vida dos ocupantes, tem mais peso na análise. As marcas com mais problemas nos travões foram Chevrolet, Citroën, Ford, Lancia, Mazda, Opel, Škoda, Volkswagen e Volvo.

Também importantes são os contratempos no motor (de combustão ou elétrico), no sistema de alimentação (nos modelos a combustão), nas baterias de tração (elétricos) e nos equipamentos de segurança ativa. Os motores de combustão registaram 8,8% de avarias, com as marcas Chevrolet, Citroën, Land Rover, Opel e Peugeot a verem apontados mais problemas do que a média. As avarias nos motores elétricos foram referidas em 2,8% dos modelos híbridos, híbridos plug-in e elétricos, com a Audi, a Peugeot e a Volkswagen a registarem mais falhas.

As baterias de tração dos motores elétricos avariaram em 4,8% dos carros, sendo que a Peugeot e a Volkswagen superaram a média. Ao equipamento de segurança ativa, foram apontadas 3,2% de falhas, e a Volkswagen revelou mais problemas do que as restantes marcas.

Resultados para 36 marcas e 276 versões de automóveis

Podemos descobrir versões novas e mais antigas tanto no topo, como no final da classificação. Por exemplo, o Fiat Panda 1000, vendido desde 2012, e o Toyota Auris 1800 (2012-2018), ambos híbridos a gasolina, são dois dos modelos mais fiáveis. Já o elétrico Volkswagen ID.3, à venda desde 2019, e o Alfa Romeo Giulietta 1600 a gasóleo (2010-2020) são as duas versões menos fiáveis. Entre as propostas elétricas, três conseguem um lugar no top 25 do estudo: Tesla Model Y (à venda desde 2021), BMW i3 (desde 2014) e Volkswagen Up! (desde 2011).

Citadinos e utilitários, familiares e SUV, todos os segmentos foram combinados para fazer brilhar as melhores e as piores versões de cinco tecnologias. Por isso, nas classificações, destacam-se os dez carros mais fiáveis e os cinco que registaram maior quantidade de avarias, sejam movidos a gasolina, a gasóleo ou híbridos a gasolina. Para híbridos plug-in a gasolina e 100% elétricos, é apresentada a lista completa. Os carros são identificados através de marca, modelo, cilindrada e ano de início e final de comercialização.

Campeões da fiabilidade por tecnologia

  • Gasolina: o Audi A1 1000 (desde 2018).
  • Gasóleo: o BMW Série 2 2000 D (2013-2021).
  • Híbrido: Fiat Panda 1000 Hybrid (desde 2012).
  • Híbrido plug-in a gasolina: Ford Kuga 2500 PHEV (desde 2019).
  • Elétrico: Tesla Model Y desde 2021.

Consumo real com base na experiência de 30 mil inquiridos

Entre os inquiridos, 12% não estão informados sobre o consumo do carro. E apenas um terço sabe este dado com precisão. 

Carros com o consumo mais reduzido

  • Toyota Yaris 1500 híbrido a gasolina (desde 2020): 4,3 l/100 km.
  • Toyota Prius 1800 híbrido a gasolina (2016-2023): 4,5 l/100 km.
  • Toyota Yaris Cross 1500 híbrido a gasolina (desde 2021):  4,5 l/100 km.
  • Honda Jazz 1500 híbrido a gasolina (desde 2020): 4,6 l/100 km.
  • Toyota Corolla 1800 híbrido a gasolina (desde 2018):  4,8 l/100 km.
  • Toyota Yaris 1500 híbrido a gasolina (2011-2020): 4,8 l/100 km.
  • Kia Niro 1600 híbrido a gasolina (desde 2016): 4,9 l/100 km.

Carros com o consumo mais elevado

  • BMW X1 2000 P (2015-2022): 7,7 l/100 km.
  • Mazda CX-5 2000 P (desde 2017):7,8 l/100 km.
  • Ford Ecosport 1000 P (desde 2013):7,8 l/100 km.
  • Mazda CX-5 2000 P (2012-2017)7,9 l/100 km.
  • Hyundai Tucson 1600 P (2015-2020):8,4 l/100 km.
  • Kia Sportage 1600 P (2016-2021): 8,8l/100 km.

Automóvel elétrico: hábitos e consumo real

O estudo permite traçar o primeiro retrato-tipo dos donos de carro elétrico em Portugal. Mais de dois terços (69%) dos inquiridos têm uma ideia aproximada do número total de quilómetros que podem viajar com a bateria carregada (um em quatro sabem com precisão).

A autonomia real média é de 300 km, e a capacidade média da bateria de 41 kWh. Metade carrega a bateria, pelo menos, três a quatro vezes por semana. Mais de metade (53%) carregam através de uma tomada caseira normal e 33% via wallbox doméstica.

Carros campeões de eficiência no consumo

Para os condutores inquiridos proprietários de carros elétricos, o Hyundai Kauai, o Dacia Spring e o Kia Niro são campeões da eficiência.

  • Hyundai Kauai, desde 2017: 14 kWh/100 km.
  • Dacia Spring, desde 2021: 14,4 kWh/100 km.
  • Kia Niro, desde 2016: 15,5 kWh/100 km.
  • Tesla Model 3, desde 2018: 16,6 kWh/100 km.
  • Tesla Model Y, desde 2021: 17,2 kWh/100 km.
  • Hyundai Ioniq 5, desde 2021: 17,4 kWh/100 km.
  • Renault Zoe, desde 2012: 17,4 kWh/100 km.
  • Škoda Enyaq, desde 2020: 18,4 kWh/100 km.
  • Nissan Leaf, desde 2017: 19,3 kWh/100 km.
  • Volkswagen ID.3, desde 2019: 21,5 kWh/100 km.
  • BMW i3, desde 2014: 26,3 kWh/100 km.

Inquérito celebra 28 anos de estrada

De maio a julho de 2023, a DECO PROteste enviou um questionário a uma amostra aleatória de subscritores das suas revistas. Para obter o máximo de resultados, o inquérito foi feito com as organizações congéneres de Espanha, França, Itália e Bélgica e, ainda, Países Baixos, Chéquia, Eslováquia e Eslovénia. No total, dos nove países, foram obtidas 29 873 respostas (1782 de Portugal). Para aumentar o número de versões avaliadas, os inquiridos podiam preencher o questionário com dados sobre dois automóveis. 

Foi reunida informação relativa a 30 251 experiências, com dados para 276 versões e 36 marcas. Foram apenas consideradas as respostas sobre carros de seis meses a 12 anos de antiguidade. 

As conclusões sobre as características dos automóveis, como a fiabilidade ou a satisfação, foram tratadas em conjunto nos nove países. A informação sobre comportamentos refere-se apenas aos portugueses que responderam. Os resultados espelham a opinião e a experiência dos participantes no estudo.

 

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