iPad Pro M5: vale a pena o investimento?
A Apple lançou mais uma geração do seu tablet topo de gama: o iPad Pro M5. O novo chip M5 traz ganhos de velocidade em tarefas exigentes e a autonomia melhorou de forma muito significativa. Mas será que estas melhorias são suficientes para justificar o preço elevado?
O iPad Pro M5 da Apple, lançado em 2025, apresenta um ganho real de autonomia e continua a ser um dos tablets mais rápidos do mercado. No entanto, algumas escolhas da Apple, como a redução da luminosidade do ecrã, a redução da qualidade da câmara frontal e os preços muito elevados das versões com mais capacidade, lançam dúvidas sobre até que ponto esta evolução compensa o investimento num equipamento desta gama.
A DECO PROteste fez uma análise deste novo modelo para perceber se estas melhorias, na prática, justificam o preço pedido pela marca.
Novo chip M5 traz melhor desempenho, sobretudo nas versões mais caras
O iPad Pro M5 estreia um novo processador fabricado com tecnologia de três nanómetros, o que garante melhorias visíveis de velocidade, sobretudo em tarefas exigentes, como edição de vídeo em 4K com o Final Cut Pro ou produção musical com o Logic Pro.
No entanto, a Apple aplica uma estratégia chamada binning: todos os modelos usam o mesmo chip base, mas a marca ativa diferentes configurações de núcleos e memória RAM consoante a capacidade de armazenamento. O resultado é um desempenho superior nas versões mais caras. Por exemplo, a fluidez na edição de vídeo 4K é notória, mas apenas nas versões com maior capacidade.
- Modelos de 256 GB e 512 GB: processador com 9 núcleos (3 de desempenho + 6 de eficiência) e 12 GB de RAM.
- Modelos de 1 TB e 2 TB: processador com 10 núcleos (4 de desempenho + 6 de eficiência) e 16 GB de RAM.
Em resumo, embora todos os modelos usem o mesmo chip M5, a Apple reserva o desempenho máximo para as versões de maior capacidade.
Diferenças de armazenamento impactam funcionalidades e preço
O iPad Pro M5 está disponível em quatro versões, de acordo com a capacidade de armazenamento: 256 GB, 512 GB, 1 TB ou 2 TB.
O ponto de partida nos 256 GB é um ponto positivo. Contudo, o preço das versões superiores é bastante elevado: só a diferença entre 1 TB e 2 TB ultrapassa os 500 euros. A conectividade móvel continua a ser opcional e é cara. Nos modelos Wi-Fi não existe GPS. Todos os modelos com dados móveis usam apenas eSIM (sem ranhura física).
Ecrã perde luminosidade máxima em relação ao modelo anterior
O novo modelo mantém o ecrã Ultra Retina Tandem OLED com taxa de atualização de 120Hz, suporte para HDR10 e Dolby Vision. No entanto, a luminosidade máxima medida sofreu um decréscimo face ao modelo anterior:
- iPad Pro 11" M5: 775 nits (vs. 905 nits no M4);
- iPad Pro 13" M5: 769 nits (vs. 982 nits no M4).
Isto significa que, apesar de a tecnologia do painel se manter, a utilização em ambientes muito iluminados pode não ser tão confortável como no modelo de 2024.
A Apple continua também a reservar o vidro com textura nano (que reduz reflexos e melhora a visibilidade) apenas para os modelos com 1 TB e 2 TB de armazenamento, o que limita esta melhoria a quem compra as versões mais caras.
A DECO PROteste testa vários modelos de tablets Veja, no comparador, qual é a melhor opção para as suas necessidades e orçamento.
Câmara: melhor utilização do teclado, mas pior definição
A câmara frontal foi reposicionada para o centro em modo paisagem, o que facilita a utilização do teclado. Contudo, esta mudança não veio acompanhada de ganhos de qualidade de imagem. Pelo contrário, a definição da câmara frontal é inferior à do modelo de 2024.
A câmara traseira mantém o sensor LIDAR, que continua a ser útil para medições, realidade aumentada e digitalização de documentos. A gravação em ProRes continua disponível, mas com limitações: 4K a 30 fps nos modelos com mais capacidade e apenas 1080p nas versões de 256 GB. Ou seja, se estiver a pensar utilizar o iPad Pro M5 para produção de vídeo, terá de contar com uma versão mais cara para tirar o máximo partido das suas capacidades.
Melhor ligação a redes, acessórios e ecrãs externos
No que diz respeito à ligação a redes e acessórios, há boas notícias. O iPad Pro M5 mantém o Face ID (reconhecimento facial) e a porta Thunderbolt 4 (que permite velocidades de transferência até 40 Gbps, útil para discos externos, câmaras e monitores de alta resolução), mas traz melhorias relevantes na conectividade sem fios.
A partir desta geração, o tablet passa a incluir:
- Wi-Fi 7 com MLO (multi-link operation). Permite usar várias ligações Wi-Fi em simultâneo, o que resulta em ligações mais estáveis e velocidades superiores, mesmo em redes domésticas com vários equipamentos ligados;
- Bluetooth 6. Mais eficiente, maior alcance e melhor qualidade na ligação a auscultadores, colunas e acessórios;
- suporte para monitores externos 4K a 120Hz. Até agora estava limitado a 60Hz. Isto traduz-se em imagens mais fluidas em monitores externos, o que é importante para vídeo, design, e jogos com taxas de fotogramas elevadas.
Som mantém qualidade elevada
Os quatro altifalantes integrados oferecem um som potente e envolvente. A nova geração apresenta um perfil sonoro ligeiramente mais agressivo, mas a qualidade sonora continua elevada.
Bateria de longa duração, mas continua a não incluir carregador
A autonomia é, talvez, o ponto em que a evolução é mais evidente.
- iPad Pro 11” M5: cerca de 946 minutos (quase 16h).
- iPad Pro 11” M4: cerca de 596 minutos (quase 10h).
Apesar da melhoria notável, a Apple continua a não incluir carregador, o que obriga a uma despesa adicional.
Melhorias justificam o preço?
O iPad Pro M5 continua a ser um dos melhores tablets do mercado. No entanto, as melhorias em relação ao modelo anterior não são muito significativas. A Apple melhorou sobretudo a duração da bateria e as ligações sem fios, mas ao mesmo tempo reduziu a qualidade do ecrã e da câmara, duas características que muitos utilizadores valorizam no dia a dia.
Além disso, este é um equipamento muito caro. Quando juntamos ao preço do iPad, o teclado e a caneta (que a Apple vende em separado), o valor total pode ultrapassar facilmente os 3600 euros. Nesta faixa de preço, pode fazer muito mais sentido considerar um bom computador portátil de topo.
O verdadeiro ponto positivo do iPad Pro M5 continua a ser a sua longevidade: a Apple garante mais de sete anos de atualizações, o que significa que o equipamento se mantém seguro e rápido durante muito tempo. Mas mesmo com essa vantagem, só recomendamos este modelo a quem realmente precisa de um tablet profissional. Para a maioria dos consumidores, não justifica o investimento.
Veja, abaixo, as lojas onde podem encontrar este iPad ao melhor preço.
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