Saúde mental: uma dor que arde e não cura

Publicado a 10 abril 2024
Fatima Ramos
Fátima Ramos Editora

Nos últimos anos, houve progressos nos cuidados de saúde mental. É inegável. Mas também é certo que continuam a sobrar necessidades de cuidados. 

Fatima Ramos
Fátima Ramos Editora
iStock Homem encostado contra um vidro, vendo-se o seu reflexo, com ar deprimido
Quem precisa de ajuda especializada célere, e tem orçamento, encontra-a facilmente nos serviços privados. Os outros (muitos) põem os problemas em espera no Serviço Nacional de Saúde.

A tristeza, a ansiedade e o medo fazem parte da vida. Por muito que a sociedade de vencedores nos queira impingir a ideia de felicidade constante e eterna, sabemos que o pleno é impossível... pelo menos, enquanto houver uma réstia de humanidade em nós. Isto é o normal, o saudável. Deixa de o ser, quando a vida é sequestrada pela tristeza, pelo medo e pela ansiedade. Quando o buraco é fundo, e a luz, ténue.

Nesse momento, há que reconhecer a tensão da corda e procurar caminhos de alívio. Segundo um inquérito realizado pela DECO PROteste, mais de metade dos inquiridos indica problemas de saúde mental, no presente ou no passado. Os jovens, dos 18 aos 34 anos, e as mulheres, além de reportarem mais, demonstram maior abertura para pedir ajuda profissional.

E aqui voltamos à velha e desgastada tecla dos recursos. Quem precisa de ajuda especializada célere, e tem orçamento, encontra-a facilmente nos serviços privados. Os outros (muitos) põem os problemas em espera no Serviço Nacional de Saúde.

Nos últimos anos, houve progressos nos cuidados de saúde mental. É inegável. Mas também é certo que continuam a sobrar necessidades de cuidados. Nesta e noutras áreas, esperamos que as práticas do novo Governo demonstrem tanto apego ao SNS como as palavras dos partidos, durante a campanha eleitoral.

A saúde mental não depende só dos cuidados médicos. Não há antidepressivos ou psicoterapias que tratem más condições de vida, falta de oportunidades, carência de habitação ou desigualdade de género... Há que fortalecer o indivíduo contra dificuldades e ensinar, desde cedo, a lidar com as emoções. Nisso, todos temos responsabilidade.

Sabia que...?

Segundo um inquérito realizado pela DECO PROteste, mais de metade dos inquiridos indica problemas de saúde mental. Os jovens, dos 18 aos 34 anos, e as mulheres, além de reportarem mais, demonstram maior abertura para pedir ajuda profissional.

 

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