Rolos de massagem: o que são e como funcionam
Os rolos de massagem ou de libertação miofascial ganharam popularidade na última década junto de quem pratica desporto com regularidade. Saiba como funcionam e se promovem mesmo a recuperação pós-treino e a melhoria do desempenho desportivo.

A utilização de rolos de libertação miofascial, ou de massagem (foam rollers, em inglês), é uma estratégia cada vez mais utilizada por quem pratica desporto para melhorar o desempenho desportivo e promover a recuperação no período pós-treino, aliviando as dores musculares e aumentando a flexibilidade. A investigação científica revela que a estratégia pode ser relevante em alguns casos, mas são necessários mais estudos para tirar conclusões definitivas. A DECO PROTeste esclarece as dúvidas.
O que é a autolibertação miofascial?
A fáscia é um tecido que envolve todos os músculos, órgãos, glândulas, vias neurais e vasos sanguíneos e cuja principal função é fornecer suporte estrutural ao organismo, permitindo ao corpo movimentar-se eficientemente. Contudo, quando um atleta sofre muitos traumas ou lesões musculares agudas, a fáscia pode ficar rígida ou mais espessa, o que tem impacto direto na eficiência e na mobilidade muscular e fascial (miofascial). A autolibertação miofascial (SMR, na sigla em inglês) é uma estratégia que tem vindo a ganhar popularidade entre atletas precisamente porque se defende que pode ajudar a tratar a rigidez muscular, contribuindo para a melhoria do desempenho desportivo e da recuperação no período pós-treino.
O que são rolos de libertação miofascial?
São rolos de espuma, de vários formatos e densidades, usados para melhorar a performance muscular e a flexibilidade e para aliviar a dor e a fadiga muscular. Nesta forma de massagem “autoinduzida”, os atletas usam o peso corporal e o movimento com os rolos de libertação miofascial para aplicar pressão nos músculos.
Quais os benefícios destes rolos?
Os movimentos com os rolos exercem pressão direta sobre os tecidos moles, esticando-os e gerando atrito entre estes e os rolos. Acredita-se que os rolos de libertação miofascial contribuam para:
- redução da tensão e rigidez muscular;
- diminuição da dor, do inchaço e do espasmo muscular;
- maior flexibilidade e amplitude de movimento;
- melhorar a cura de lesões dos ligamentos e músculos;
- melhor desempenho desportivo.
Outra das vantagens apontadas a esta estratégia é o facto de permitir aos atletas massajarem-se a si próprios, eliminando a necessidade de recorrer a um massagista. Ainda assim, não é ainda claro se a utilização destes equipamentos tem mesmo todos estes benefícios.
O que diz a evidência científica sobre os rolos de libertação miofascial?
Um estudo recentemente publicado avaliou os efeitos dos rolos de libertação miofascial antes dos treinos, como uma atividade de aquecimento, e depois dos treinos, como estratégia de recuperação. Os resultados sugerem que, antes dos treinos, a utilização dos rolos parece ser uma estratégia eficaz para obter melhorias a curto prazo na flexibilidade, sem diminuir o desempenho muscular. As melhorias no desempenho durante sprints revelaram-se pequenas e os efeitos durante saltos ou exercícios de força foram pouco relevantes. Já como estratégia de recuperação, no período pós-treino, os rolos mostraram-se eficazes a diminuir a perceção de dor muscular.
De acordo com os autores do estudo, as melhorias obtidas no desempenho desportivo com o uso de rolos de libertação miofascial antes do treino, assim como na recuperação no período pós-treino, “são significativas o suficiente para que estas estratégias sejam relevantes, pelo menos, para atletas de elite”.
Afinal, funciona ou não?
A investigação científica feita até à data sobre o tema suporta as intervenções com rolos de libertação miofascial na prática desportiva. Contudo, esses estudos não permitem tirar conclusões definitivas quanto à sua eficácia. Ainda assim, sabe-se já que pode ser uma estratégia eficaz para melhorar o desempenho durante sprints ou a flexibilidade, assim como para reduzir a sensação de dor muscular dos atletas.
Importa, ainda, ter em consideração que os mecanismos fisiológicos associados aos seus potenciais benefícios não são ainda totalmente compreendidos e que ainda não há consenso sobre a intervenção ideal a adotar com estes rolos de libertação miofascial. Ainda assim, isso não significa que esta intervenção deva ser considerada uma opção válida para todos os atletas como atividade de aquecimento ou ferramenta de recuperação.
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