Boa tarde,Após ter comparecido ao Centro Distrital de Lisboa da Segurança Social para a Comissão de Verificação da minha incapacidade para trabalhar e continuar de baixa, venho demonstrar o meu desagrado pela forma como fui tratada e atendida.Estou com uma depressão e a ser seguida há 2 anos e meio pela minha psicóloga. Mais recentemente fui medicada pelo meu psiquiatra e médica de família.No dia 19 de outubro foi-me passada baixa por me encontrar incapacitada para exercer as minhas funções após um ataque de pânico no meu local de trabalho. Desde então que tenho estado a ser vigiada e medicada com mais intensidade e regularidade.A minha médica de família passou-me baixa até ao dia 29 de novembro. A Junta médica chamou-me para a avaliação hoje, dia 22 de novembro. Chamaram-me para um gabinete (gabinete 17) onde se encontrava um médico sentado (não tenho o nome, com pena minha, nem se encontra na declaração que passou) e uma senhora que vou considerar assistente em pé. Sentei-me numa cadeira junto à porta que se encontrava aberta assim como a de todos os gabinetes sem qualquer privacidade. O médico estava longe e havia 2 mesas a separar-nos. Mal me sentei pediram-me a convocatória e o relatório médico. O médico perguntou a minha profissão e a minha idade e no mesmo momento decidiu que por ter 28 anos não tinha idade para estar de baixa com depressão. Passo a citar as palavras utilizadas 28 anos? ouvi bem? mas porque é que não está a trabalhar? se tem algum conflito laboral tem que resolver é no tribunal ou arranjar outro trabalho. Não é estar em casa que vai resolver nada. Dito isto tentei abrir a boca para explicar que não era assim tão simples mas não me foi dada qualquer hipótese. Mandaram-me sair do gabinete. Eu, inocente e sem perceber nem ter conhecimento dos procedimentos, perguntei o que significava sair dali e para onde. Disseram-me para esperar noutra sala pois iriam chamar o meu nome. Fiquei na mesma pois nunca me foi dada nem oportunidade para falar sobre a minha doença nem me foi esclarecida a opinião médica. Pensei então que talvez aquela sessão de 1 min em que não pude falar não passava de uma triagem e que a tal sala onde me estavam a indicar esperar seria para a consulta a sério.Para meu espanto, chamaram o meu nome e era apenas uma formalização da decisão do tal médico num documento que teria que assinar em como estava apta para voltar a trabalhar.Portanto, estou com depressão e o meu trabalho é causa principal da mesma sendo que existem outros fatores associados, a minha médica de família passou um relatório em como me encontro inapta para trabalhar, sou atendida por um médico que, para além de não me conhecer nem conhecer o meu histórico faz um juízo de valor com base na minha idade e não me permite sequer falar. Não houve qualquer tipo de explicação quanto à decisão médica de não renovação da baixa.Um médico que desvaloriza uma depressão aos 28 anos está na área errada pois não tem conhecimento que a depressão é uma doença que atinge todas as idades. Mais ainda, não tem consciência das consequências duma depressão não curada e desvalorizada. Se um médico que é responsável por validar uma baixa de acordo com relatórios passados por médicos especialistas e que acompanham o doente, então não entendo como é que pode haver a possibilidade de ignorar por completo a opinião da minha médica que é quem realmente conhece o meu caso. Já para não falar que não quis sequer ouvir-me.Volto a referir que viu a minha idade e traçou a sentença.Já não tinha sintomas físicos dos ataques de pânico há muito tempo e depois desta consulta voltei a ter e a ficar pior.Mas como tenho apenas 28 anos não tenho idade para ser doente mental.?Como não tenho o nome do médico, deixo apenas os dados de que a minha “consulta” estava agendada para as 15h30 no gabinete 17 na Avenida 5 de Outubro 175, Lisboa.