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Ilha das Flores, Açores: sítios, lagoas, cascatas e piscinas naturais a não perder

Pequena em dimensão, gigante em beleza. As Flores são uma das ilhas imperdíveis no arquipélago dos Açores. Aceite o convite e parta à descoberta das principais vilas, dos caminhos naturais e das crateras de vulcões extintos.

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30 abril 2024
Cascatas na Ilha das Flores nos Açores

Marlene Marques/Marlene On The Move

Desafiámos Marlene Marques, do blogue Marlene On The Move para guiar os consumidores na Ilha das Flores. “É a mais bela ilha dos Açores.” A afirmação não pode ser atribuída a uma só pessoa. Muitos são os que já visitaram as Flores e que o dizem com certeza inabalável. Situada no grupo ocidental do arquipélago açoriano, no centro do Atlântico Norte, onde as placas tectónicas euroasiática, africana e norte-americana se encontram, a Ilha das Flores marca o ponto mais ocidental da Europa. Como as restantes ilhas dos Açores, a natureza vulcânica e a exposição aos elementos esculpiram a paisagem que a tantos encanta.

Acredita-se que a descoberta da ilha ocorreu em 1452, por Diogo de Teive, ilustre navegador nascido em Braga. Já o nome deste território terá ido ao encontro da abundância de flores naturais que existiam na altura e que acompanham o verde e as quedas de água que ilustram aquele que é um verdadeiro postal de viagem.

Chegada às Flores

Ao descer do pequeno avião, o ar fresco do oceano envolve-nos num abraço de boas-vindas. A única pista estende-se ao comprimento daquela que é uma das principais vilas: Santa Cruz das Flores. Somos recebidos pela simplicidade da arquitetura açoriana. Nas pequenas ruas, com vista ora para o mar, ora para os campos verdejantes, não é de estranhar que se destaque a Igreja Matriz de N.ª Sr.ª da Conceição, datada do século XIX e uma das mais imponentes do arquipélago.

O antigo Convento Franciscano de São Boaventura, em tons amarelos, também chama a atenção. Este, além de integrar a Igreja de São Boaventura, um edifício de 1641, alberga o Museu das Flores. É o lugar certo para conhecer a história da ilha. Mas os interesses de Santa Cruz das Flores não ficam por aqui. A Casa Pimentel Mesquita, na Rua da Conceição, é uma das mais antigas.

Museus de paragem obrigatória para lembrar a história

Já mais a norte da vila, o Museu da Fábrica da Baleia do Boqueirão e o Centro de Interpretação Ambiental do Boqueirão são de paragem obrigatória. Pelo seu posicionamento geográfico, as Flores funcionaram como porto para os navios baleeiros ingleses e norte-americanos, a partir de meados do século XVIII. Aqui procuravam mantimentos e mão-de-obra para integrar as embarcações de caça ao cachalote. Santa Cruz das Flores, tal como a Lajes das Flores, viram ser construídas instalações para a extração do óleo das baleias, o qual era usado para inúmeras finalidades, como para a iluminação, fazer sabão, velas e margarinas, e até como elemento usado na perfumaria.

Em atividade até início dos anos 1980, altura em que Portugal adotou a lei que proibiu a caça dos grandes mamíferos, a Fábrica da Baleia do Boqueirão fez a última transformação e tornou-se um museu que ajuda a compreender a história dessa indústria e como influenciou as vidas dos florentinos.

Santa Cruz das Flores é o ponto de partida ideal para conhecer a história da ilha antes de se aventurar para outras localidades, como a Lajes das Flores, no extremo sudeste e mais abrigada dos ventos atlânticos; o Lajedo, com um dos troços de costa mais selvagens da ilha; a Fajã Grande, com vista para o Ilhéu de Monchique, o ponto mais ocidental da Europa; e ainda Ponta Delgada, com o Farol do Albarnaz, também ele o mais ocidental do continente europeu.

Cultura e tradição florentina

Passeando pelas vilas e pequenas localidades das Flores, testemunhará em primeira mão a genuinidade dos seus habitantes, que, apesar da distância para as outras ilhas e, claro, do continente, permanecem orgulhosos das suas origens e daquilo que a sua ilha tem para oferecer.

Da gastronomia, que apresenta iguarias como a sopa de agrião de água, o inhame com linguiça ou a torta de erva-patinha, ao artesanato, que aposta nos bordados e rendas, mas também em objetos decorativos com conchas ou flores feitas em escama de peixe.

A história e cultura das Flores é também evidente nas celebrações locais e religiosas. As Festas do Divino Espírito Santo, celebrado entre o domingo de Páscoa e o domingo da Trindade, tomam principal destaque. Acontecem por toda a ilha e juntam família, amigos e vizinhos. O espírito comunitário fala mais alto e intensifica-se à mesa, na partilha da carne assada e do pão adubado, ou ao som dos bombos e dos cânticos que ficam na cabeça.

Natureza em estado puro

Após explorar as vilas, a cultura e as gentes da ilha, resta-lhe entregar-se ao óbvio: a natureza das Flores. É ela que nos cerca para onde quer que vamos, e onde quer que estejamos. Das caldeiras vulcânicas com lagoas no interior, aos trilhos que acabam em cascatas dignas de filme. É nesta riqueza natural que jaz a fama de mais bela do arquipélago. O Parque Natural das Flores justificava por si só um novo artigo.

Atravessando toda a ilha são muitos os pontos de interesse, desde as caldeiras e lagoas espalhadas pelo Planalto Central, às cascatas do Poço do Bacalhau e do Poço da Ribeira do Ferreiro, ou à singularidade da Rocha dos Bordões. A beleza das Flores tem um efeito íman em qualquer viajante, e, embora três dias possam ser suficientes para passar pelos pontos principais de visita, garantimos que vai saber a pouco, muito pouco.

Informações úteis

Como referência, o custo mínimo para estadia a dois em casa de férias, de 24 a 27 de maio, é 232 euros. Já o custo mínimo do voo para dois adultos é 450 euros. Inclui avião de Lisboa para a Ilha das Flores e regresso. Procurou-se a tarifa mais barata para o tempo total de viagem mais curto. Os preços foram recolhidos online a 18 de março.

Como chegar e circular

Pode chegar pela via aérea em voos operados pela SATA Azores Airlines, com escala em São Miguel, Terceira ou Faial. Uma vez na ilha, existe uma rede de transportes públicos local. Para se deslocar com mais facilidade, o melhor será fazê-lo de carro.

Clima nas Flores

O clima nas Flores é ameno e temperado, muito em parte pela influência da corrente quente do Golfo. Assim, os verões são frescos, e os invernos, mais amenos. Porém, por estar tão a oeste, é também uma das ilhas mais chuvosas do arquipélago. Leve algumas peças impermeáveis.

Ponha-se de molho

Nos meses de verão, tire tempo para um mergulho numa das zonas balneares. No concelho de Santa Cruz das Flores, pode ir até às Piscinas Naturais do Altio, às Piscinas das Salemas ou à Zona do Boqueirão. Já no concelho das Lajes, visite a Praia da Calheta, bem como as Piscinas Naturais e a Zona Balnear da Fajã Grande.

Vá até ao Corvo

Ir às Flores e não dar um salto à Ilha do Corvo é quase impensável. A apenas 10 milhas náuticas (18 km) das Flores, existem operadores a fazer o percurso com partida da Lajes das Flores ou de Santa Cruz das Flores.

 

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