Garanta boas compras e finte as fraudes na Black Friday
Descubra se os descontos oferecidos durante a Black Friday são reais e planeie, para fazer boas compras. A ferramenta Comparar Preços, da DECO PROteste, permite conhecer a evolução dos preços dos produtos nas principais lojas online.
Antes de avançar para uma compra, é aconselhável pesquisar sobre os produtos e confrontar os preços de várias lojas. O pretexto da Black Friday traz consigo o anúncio de grandes descontos numa série de produtos. Porém, por vezes estas promessas não correspondem a verdadeiras oportunidades para fazer bons negócios.
Em 2015 e 2016, por exemplo, a DECO PROteste registou vários casos de subida dos preços dias antes da Black Friday, por forma a simular promoções mais interessantes, mas enganosas para o consumidor. Em 2017 e 2018, continuou a encontrar alguns exemplos, mesmo que inferiores a anos anteriores, de promoções enganosas na época da Black friday e noutras alturas de descontos. Em 2019, no mesmo período, foram detetadas várias irregularidades, tais como: alguns produtos em campanha não exibiam o preço anteriormente praticado ou, em alternativa, a percentagem da redução; algumas lojas não apresentavam o preço riscado, e o mesmo já tinha estado mais baixo; e verificou-se não ter havido uma real redução de preço em certos bens. Em 2020 e 2021, voltou a verificar-se não haver real redução de preços em determinados produtos.
Desde 2022, com novas regras a obrigarem os comerciantes que anunciem promoções a apresentarem um desconto sobre o preço mais baixo dos últimos 30 dias anteriores ao início da redução de preços, a DECO PROteste identificou várias lojas que comparavam o preço praticado pela loja com o “preço de venda ao público recomendado” (PVPR) ou com o “preço de mercado”. Esta prática não estava em conformidade com a lei e dava a ideia de uma poupança que podia não ser real. Em 2024, dois anos depois de a lei entrar em vigor, os casos continuaram a repetir-se.
Informe-se antes de comprar
A ferramenta Comparar Preços, da DECO PROteste, ajuda a perceber se os descontos anunciados em épocas como a Black friday ou a cyber monday são boas oportunidades de compra. Esta ferramenta de pesquisa regista a evolução dos preços dos produtos nas lojas online, para aconselhar ou não a sua compra. Basta pesquisar o nome da loja e do produto, ou, mais simples ainda, inserir na caixa “Pesquisa pelo URL” o link completo do produto tal como surge na loja online. O resultado devolvido é um semáforo com três cores e significados diferentes, baseados no histórico de preços dos últimos 21 dias:
- verde, caso se trate de um bom negócio face ao histórico de preços do produto na loja pesquisada;
- amarelo, para produtos cujos preços atuais exibam pouca diferença em relação aos 21 dias precedentes;
- vermelho, quando a compra é desaconselhada porque o preço do produto já esteve mais baixo.
O veredicto surge acompanhado por informação sobre a evolução dos preços registada nos últimos sete dias, um mês e três meses. Se um produto tiver sido lançado ou relançado recentemente, ou caso tenha havido alteração dos códigos associados ao produto, ou ainda se determinada categoria de produtos não constar da base de dados da DECO PROteste, a ferramenta informa que a pesquisa não devolveu resultados.
Compare preços
Encontrou um modelo específico de um equipamento à venda, mas não sabe se se trata de um bom preço? A ferramenta Comparar Preços ajuda a tirar a prova dos nove.
Depois de pesquisar um produto, se colar o link do produto na caixa de pesquisa do Comparar Preços, verifica se as alegações de promoção são enganadoras.
Se ao usar a ferramenta obtiver um semáforo verde, significa que há de facto uma poupança. Há casos em que o semáforo verde confirma a poupança, mas também indica que há lojas mais baratas.
Finte as estratégias para induzir a compra
Na hora de comprar, a maioria dos consumidores age de forma instintiva e emocional. Os vendedores e as marcas sabem-no e recorrem a táticas que agem ao nível do subconsciente para os incitarem a optar por determinados produtos ou a decidir rapidamente, sem reflexão. Ter presentes as estratégias mais comuns ajuda a fazer escolhas mais racionais.
Preço relativo
Muitas vezes, não temos a noção do preço habitual de determinado produto, pelo que acabamos por basear a avaliação na comparação com bens similares que se encontram na própria loja. Por isso, não é raro os comerciantes rodearem os produtos que pretendem vender de artigos semelhantes, uns muito caros, outros muito baratos. Os consumidores tendem a optar pelo meio-termo. Verifique nos comparadores da DECO PROteste se o produto em destaque é efetivamente de qualidade e se o preço é justo.
Pagamento faseado
Junto de produtos caros com a opção de pagamento em prestações, é frequente haver destaques com o valor a pagar por semana, mês ou ano. Segundo Richard Shotton, especialista nesta área, os consumidores são mais sensíveis ao valor do que ao prazo. Tendem a assumir inconscientemente que, por exemplo, seis pagamentos de 20 euros saem mais barato do que quatro de 30 euros. Não se foque apenas no montante proposto, mas verifique o prazo e o valor total da compra.
Rapidez e facilidade de pagamento
Ao usar o cartão de crédito ou de débito, o consumidor tem menos a noção de estar a desfazer-se do dinheiro, face a quem desembolsa as notas. Uma investigação de Gareth Harvey, professor universitário britânico de Marketing e de Psicologia do Consumidor, revelou que o carrinho do supermercado de quem paga com cartão inclui mais “compras por impulso” do que o dos que usam “dinheiro vivo”. Mas este efeito parece amplificar-se nas compras online.
Antes de clicar para concluir uma transação, pense duas vezes. Se precisa do produto, já pesquisou outros artigos do mesmo tipo? O preço é efetivamente interessante? Resista ao primeiro impulso.
Ilusão de qualidade
Quando a escolha é grande, procuramos simplificar o processo, ligando o modo “instinto”. Segundo o investigador Gareth Harvey, para escolher um vinho, os consumidores tendem a optar por garrafas mais pesadas, pois associam o peso a qualidade; nos detergentes, parecem preferir produtos que se afiguram mais espessos, pois consideram essa textura um indicador de qualidade. As marcas observam os comportamentos para ir ao encontro daquilo que os consumidores valorizam. Harvey revela ainda que os preços elevados nem sempre têm um impacto negativo, já que caro é associado a qualidade.
Mais caro não é sinónimo de melhor. A prová-lo estão os resultados dos estudos comparativos da DECO PROteste nas mais diversas áreas: não é raro encontrarmos artigos baratos que igualam ou ultrapassam o desempenho de outros com preço mais elevado.
Conquistar consumidores indecisos
Se, num processo de compra online, abandonar um produto no cesto, nas horas seguintes será bombardeado com mensagens de incentivo à compra. A loja vai lembrar que os produtos continuam no carrinho e que aquele preço excecional só estará disponível durante algumas horas, podendo mesmo propor-lhe um desconto ou isentá-lo das despesas de envio, entre outros argumentos de venda.
Se interrompeu um processo de compra, provavelmente, o produto não é realmente importante para si. Não se deixe manipular pela insistência do comerciante, por ofertas aliciantes ou alertas de que é a “última oportunidade”.
Direitos e casos em que não pode reclamar
Atualmente, os bens móveis têm três anos de garantia. Para fazer valer esse direito, deve guardar sempre o comprovativo de compra durante esse período. Se, depois de comprar um equipamento, verificar que este tem um defeito que não seja causado por má utilização, dirija-se ao vendedor e apresente o recibo de venda.
Caso, durante o prazo de garantia, surja um problema ou avaria, a lei prevê quatro possibilidades de resolução: reparação, substituição, redução do preço ou resolução do contrato. No entanto, estes direitos não estão todos ao mesmo nível. Em princípio, o consumidor pode optar desde logo pela reparação ou substituição, exceto se o meio escolhido implicar custos desproporcionados ou se for impossível. Não é razoável, por exemplo, exigir a troca de um aparelho que exiba um pequeno defeito cuja resolução seja rápida e simples.
Substituição não pode demorar mais de 30 dias
Alguns vendedores podem invocar que é política da casa emitir uma nota de crédito para resolver problemas ou avarias de produtos, mas o consumidor não é obrigado a aceitá-la. Se a avaria for detetada no prazo de 30 dias após a entrega do produto, pode solicitar a substituição imediata ou a resolução do contrato – trata-se do chamado “direito de rejeição”.
Se houver lugar à reparação ou à substituição do bem, esta não pode demorar mais de 30 dias a ocorrer, salvo em situações de complexidade ou gravidade que justifiquem um prazo superior. Se optar pela reparação, o produto beneficia de um prazo adicional de seis meses de garantia por cada reparação, com um limite de quatro reparações.
14 dias para desistir da compra
As compras feitas em lojas online são designadas “vendas à distância”. Os sites das lojas online devem conter informação clara e completa sobre, por exemplo, as características dos bens, o preço total ou a indicação de que podem ser devidos encargos suplementares de transporte. Além disso, o vendedor é responsável pelo envio e entrega dos bens adquiridos online. Caso a sua encomenda não seja entregue, desapareça ou seja furtada antes de chegar a si, cabe ao vendedor assumir os encargos.
Nas vendas à distância, o consumidor tem o direito de anular a compra sem custos acrescidos ou necessidade de indicar o motivo (direito de livre resolução). Para o fazer, deve comunicar a sua desistência até 14 dias após a receção do produto, através do envio do formulário próprio para o efeito, ou de uma carta registada com aviso de receção ou qualquer outra declaração inequívoca de resolução do contrato.
O consumidor é responsável por devolver o produto nas devidas condições no prazo de 14 dias após a comunicação da desistência, caso o vendedor não se voluntarie para fazer a sua recolha. Os encargos de devolução cabem igualmente ao consumidor, a menos que o vendedor aceite suportar esses custos ou que essa informação não conste nos termos do contrato. A devolução do valor pago no ato da compra tem de ocorrer no prazo de 14 dias. Caso o vendedor não a faça, é obrigado a devolver o dobro no espaço de 15 dias úteis.
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