Dicas

Material escolar: como poupar e evitar substâncias tóxicas

Siga o roteiro prático para poupar na compra de material escolar. Saiba como escolher produtos com menos substâncias nocivas.

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02 agosto 2023
material escolar

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Com o arranque das aulas, as superfícies comerciais e as lojas online são invadidas por uma vasta coleção de materiais escolares, desde lápis a mochilas, de todas as marcas, cores e temáticas da moda, o que pode provocar um rombo no orçamento. Algumas boas práticas garantem um ano letivo menos dispendioso.

5 dicas para poupar no material escolar

  1. Comece por calcular quanto pode gastar em material escolar e evite ultrapassar o valor máximo definido.
  2. Espere pela lista do material escolar necessário enviada pelos professores no início do ano. Não vale a pena comprar o que depois não será utilizado.
  3. Depois de ter a lista do que é preciso, verifique se os materiais do ano letivo anterior ainda estão em condições e se podem ser utilizados durante o novo ano. Aqueles que já não estiverem em condições para a escola podem ser reutilizados em casa. Além disso, existem muitos materiais em perfeitas condições que deixam de ser necessários devido à progressão escolar dos mais pequenos. Pode doá-los ou guardar para um familiar ou amigo.
  4. Privilegie produtos simples, robustos, duradouros e recarregáveis. Evite versões de fantasia, que tendem a passar de moda. É provável que não sejam utilizadas mais do que um ano letivo.
  5. Se for possível, tente comprar o material na papelaria da escola. Aumenta a possibilidade de vir a deduzir os gastos na categoria das despesas de educação. No próximo ano, espera-se uma redução dos reembolsos devido à menor retenção. Logo, tudo o que puder contribuir para reduzir o IRS, ajuda. 

Como evitar substâncias tóxicas

O material didático não-científico é abrangido pela diretiva dos brinquedos, mas nem sempre os fabricantes a consideram. Aconselha-se cautela: dispense substâncias nocivas como o PVC, os ftalatos e o bisfenol A. Tenha atenção aos metais pesados que podem constar nos materiais escolares. Os ftalatos são considerados perigosos, dado que podem estar associados a desequilíbrios hormonais, deficiências congénitas, puberdade precoce, infertilidade e asma, entre outros. 

Borrachas

As borrachas em cores naturais e sem invólucro em plástico são melhores. Prefira os modelos em borracha natural ou sintética, bem como as que dizem “sem PVC” ou “sem ftalatos”, não perfumadas e sem cor. Dê preferência a borrachas sem látex e feitas a partir de material reciclado.

Recomende às crianças que evitem colocar borrachas na boca, para que não ingiram substâncias nocivas. Não comprar modelos com forma de alimento ou com aromas já é uma boa prevenção. As borrachas não são tóxicas se forem ingeridas em pequenas quantidades. No entanto, existe o risco de asfixia, pelo que deve estar atento aos mais pequenos.

Corretores

Os corretores em fita são melhores do que os líquidos, que contêm solventes tóxicos. Além de não serem tóxicos, os corretores em fita são mais seguros para a criança, ao contrário dos corretores líquidos, que podem conter tolueno, altamente tóxico.

A inalação do líquido do corretor pode levar a que o coração acelere e fique com batimentos irregulares, podendo causar danos sérios e permanentes no cérebro, nos rins, no coração e no fígado. Evite corretores com o símbolo de perigo.

Colas

Escolha colas sem solventes, à base de água ou de base vegetal, sem organismos geneticamente modificados e em stick, em vez de líquidas. As colas mais presentes no mercado contêm PVA (acetato de polivinilo), epóxi e poliuretano, por norma, todos derivados do petróleo. No entanto, já existem colas que são quase 100% de origem natural e que incorporam materiais reciclados na composição da embalagem.

Acompanhe as crianças ao utilizar cola nos trabalhos de casa, para assegurar que não acabam por colocar o tubo de cola na boca.

Fitas-colas

As fitas-colas em polipropileno e à base de água devem ser preferidas, pois não têm solventes. Prefira também os suportes de rolos de fita-cola feitos em polipropileno.

Verifique se a fita-cola é facilmente dissolvida em água para que se dissolva aquando da reciclagem do papel. Se for compostável, no fim do ciclo de vida vai dissolver-se facilmente em matéria orgânica, com boas propriedades para o solo, e não irá libertar produtos químicos e prejudiciais para o ambiente.

Cadernos

Os cadernos com argolas envoltas em plástico colorido são má escolha. Contêm normalmente PVC. O símbolo vem na embalagem. Prefira os cadernos agrafados e feitos com papel reciclado. Estes são mais leves e utilizam menos materiais na conceção. Além disso, a inclusão de material reciclado é uma característica bastante importante. Segundo alguns estudos, a produção de uma única folha de papel sem conteúdo reciclado é responsável pela emissão de cerca de 5 gramas de dióxido de carbono. Se considerarmos a produção anual de papel, este valor é bastante elevado.

Prefira cadernos feitos com material reciclado. O rótulo FSC é um dos mais conhecidos. Por fim, tenha atenção a indicações associadas aos tipos de tintas utilizadas para colorir a capa. Dê preferência a tintas à base de água ou vegetais.

Canetas

As canetas de gel e as de cola contam com maior concentração de solventes irritantes para as vias respiratórias, a pele e os olhos. Nas canetas de feltro com aromas, concentram-se mais solventes com estas características. Há o risco de incluírem substâncias alergénicas. Prefira as canetas de feltro à base de água ou álcool, se possível com corantes alimentares e não sintéticos. Já os marcadores fluorescentes podem libertar acetona. A exposição prolongada a esta substância pode causar sonolência e tonturas.

Utilize as canetas até ao fim, descartáveis ou recarregáveis. As canetas não são recicláveis, pelo que uma caneta normal de plástico pode demorar centenas de anos a decompor-se num aterro sanitário. Assim, é importante ter atenção ao material que as constitui e certificar-se de que estão sem tinta antes de as deitar fora. Caso contrário, esta poderá libertar-se e contaminar o solo e a água. Atualmente, já existem canetas que são feitas a partir de material reciclado, por exemplo, garrafas de plástico ou papel ou jornais reciclados. Dê prioridade a canetas recarregáveis, em vez de descartáveis. E não se esqueça de depositá-las no lixo indiferenciado.

Lápis

Prefira os lápis não envernizados e com mina de cera natural. Quando possível, opte por lápis em madeira, com certificação FSC ou PEFC, que garantem o respeito pelas florestas no seu fabrico. As lapiseiras são mais duráveis. Contudo, têm um impacto ambiental superior ao lápis convencional, pelo que têm de ser usadas durante mais tempo. Se a criança não perder o material escolar com frequência, a lapiseira será a melhor solução. Uma boa solução de lapiseira inclui plástico reciclado (por exemplo, lapiseira feita de garrafas recicladas). Se optar por um lápis, escolha marcas que indiquem usar matéria-prima de fontes renováveis e sustentáveis.  

Há, também, lápis que contêm uma semente de planta, flor ou vegetal no interior que poderá plantar quando já não os conseguir utilizar mais.

Réguas

Ao escolher a régua, privilegie os modelos em metal, madeira não envernizada ou plástico reciclado. Evite os modelos flexíveis, que podem conter ftalatos. Escolha uma régua que tenha um design intemporal e que não faça referência a nenhum desenho animado da moda. Se conseguir resistir à pressão dos mais pequenos para comprar uma das réguas mais coloridas, esta poderá ser utilizada durante toda a vida escolar da criança, uma vez que nunca estará fora de moda.

Lancheiras e garrafas

Para lancheiras e frascos, procure modelos com o aviso “sem PVC” ou “sem BpA”. Assegure-se de que encontra o símbolo “Apto para contacto alimentar”.

Os recipientes de vidro são uma boa opção. No entanto, são mais pesados e podem-se partir, pelo que não são o mais indicado para crianças. Assim, a melhor hipótese poderá ser a compra de recipientes de alumínio. O mesmo aplica-se a garrafas de água reutilizáveis. Além disso, ensine as crianças a optar por água da torneira em vez de água engarrafada. A água da torneira é totalmente segura.

Atenção ao peso da mochila escolar

Uma das preocupações principais na escolha da mochila é o peso. Postura incorreta e mochila com excesso de peso são maus hábitos que os jovens adquirem e que podem vir a causar problemas de postura, nas costas, no pescoço e nos ombros. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o peso da mochila com os livros não deverá exceder o equivalente a 10% do peso da criança.

Quando for comprar a mochila, leve a criança, para que esta a experimente. Certifique-se de que o tamanho é adequado para a estatura (ajuste as alças para que fique acima das ancas). Um cinto regulável é uma mais-valia. Ajuda a distribuir o peso entre os ombros e a região lombar, além de evitar oscilações.

O volume da mochila deve atender às necessidades da criança. Ao arrumar o material, coloque os objetos mais pesados e volumosos, como os livros, na vertical, o mais próximo possível das costas. O peso deve estar bem repartido, e a mochila, quanto mais leve, melhor. Não deverá ultrapassar 10% do peso da criança. Pode optar por uma mochila com rodas, com pega regulável, para que se adapte à estatura da criança. Esta não deverá dobrar o braço ao puxar a mochila.

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