Como escolher o melhor crédito pessoal em 2025
Para financiar uma pequena obra em casa ou até umas férias num destino paradisíaco, um crédito pessoal é, muitas vezes, a solução para investimentos que vamos adiando. Conheça os créditos que a DECO PROteste recomenda para dois cenários.

O valor de crédito pessoal atribuído às famílias tem vindo a crescer. Em 2024, de acordo com o Banco de Portugal, foram celebrados cerca de 527 mil novos contratos, tendo sido concedido um montante total de 3,7 mil milhões de euros.
Aceder a um crédito pessoal é cada vez mais fácil. Com apenas alguns cliques, e sem sair de casa, consegue ter o dinheiro na conta à ordem em apenas algumas horas. Mas, para aumentar a proteção dos consumidores junto das instituições de crédito, o Banco de Portugal publica, trimestralmente, as taxas máximas admitidas para os diferentes tipos de créditos (pessoal, automóvel, cartões de crédito).
Fazer contas antes de contrair um crédito
Embora a ideia de concretizar projetos sem ter de esperar até amealhar o valor de que necessita possa parecer atrativa, deve lembrar-se de que, quando se contrata um crédito, o capital tem de ser devolvido com os respetivos juros.
Às instituições de crédito cabe avaliar a solvabilidade dos clientes quando estes solicitam algum crédito, reunindo toda a informação e documentação necessárias para perceber se o cliente tem a capacidade de pagar o montante que está a pedir. Contudo, o consumidor também deve fazer uma avaliação aos seus próprios rendimentos antes de contratar um crédito. O peso de todas as prestações que tem para pagar não deverá ultrapassar 35% do seu rendimento mensal líquido.
Se depois de fazer estas contas concluir que consegue pagar uma nova prestação, é importante que escolha a melhor opção. O ideal é que tenha o menor custo possível com o crédito pessoal.
Deve fazer várias simulações, iguais em montante financiado e prazo, e comparar a taxa anual de encargos efetiva global (TAEG), que contempla juros, comissões, impostos e custos com seguros obrigatórios. Quanto menor for a TAEG de um crédito, melhor, porque terá menos custos. Por isso, ao comparar várias simulações iguais em montante e prazo, deve optar pelo crédito que apresentar a TAEG mais baixa.
Fatores que podem tornar o crédito pessoal mais caro
Frequentemente, as instituições de crédito propõem a contratação de alguns produtos, como seguros, em troca de uma redução na taxa de juro aplicada ao crédito que está a solicitar. Nesse caso, analise se a subscrição destes produtos tem custos associados e se estes não anulam a poupança que terá na prestação. Se for o caso, prefira o crédito sem produtos associados. Poupar no crédito para depois acabar por ter mais custos devido aos produtos associados não é a melhor solução. Como já foi referido, não é a taxa de juro nominal (TAN) que mostra se um crédito é mais barato do que outro, mas sim a TAEG. Ainda assim, se lhe propuserem produtos sem custos, como a domiciliação de vencimento ou a adesão ao homebanking, aproveite.
Outro parâmetro que pode levá-lo a obter um crédito mais caro é o prazo do contrato. Quanto maior for o período de reembolso, mais caro ficará o crédito. Olhando apenas para a prestação, pode até parecer que esta será menor, mas, como estará mais tempo a pagar, acabará por desembolsar mais em juros. Assim, mesmo que o banco lhe proponha o prazo máximo (atualmente, pode propor até sete anos), prefira o prazo mais curto que lhe permita uma prestação confortável para o seu rendimento mensal.
Qual o melhor crédito pessoal?
Em janeiro de 2025, a DECO PROteste avaliou 31 produtos de crédito pessoal, de 18 instituições de crédito, e calculou as prestações e a TAEG para as diversas ofertas de cada instituição. Conheça as cinco melhores opções para os dois cenários em análise. A DECO PROteste indica também o montante total imputado ao consumidor (MTIC), ou seja, o valor total que o consumidor pagará à instituição de crédito durante o prazo do contrato (inclui o capital solicitado, juros, comissões e impostos).
5000 euros pagos em 36 meses
No primeiro cenário, para um financiamento de 5000 euros, pagos em 36 meses, a Escolha Acertada para os subscritores da DECO PROteste é o protocolo celebrado entre o Unibanco (marca da Unicre) e a DECO PROteste Crédito. Com uma TAEG de 10,2%, este crédito tem uma prestação de 160,81 euros, mas, como não tem custos iniciais e a instituição suporta o imposto do selo sobre a utilização de crédito que teria de ser pago pelo consumidor, é possível uma poupança nos três anos de contrato de 342 euros. Para não-subscritores da DECO PROteste, a Escolha Acertada é o Crédito Pronto do Crédito Agrícola, com uma TAEG de 10,5 por cento. Permite uma poupança de 332 euros.
Instituição de crédito | Designação | Comissões (€) |
Prestação (€) |
TAN (%) |
TAEG (%) |
MTIC (€) |
---|---|---|---|---|---|---|
Unibanco | DECO PROteste | Crédito Pessoal Exclusivo Subscritores | 0 | 160,81 | 9,40 | 10,2 | 5789 |
Crédito Agrícola | Crédito Pronto | 0 | 158,63 | 8,50 | 10,5 | 5799 |
ActivoBank | Crédito Pessoal Multiusos | 130 | 155,38 | 7,15 | 11,0 | 5812 |
Crédito Agrícola | Super Crédito Pessoal | 0 | 162,28 | 10 | 12,3 | 5930 |
Caixa Geral de Depósitos | Crédito Pessoal Expresso Multifinalidade | 0 | 162,28 | 10 | 12,3 | 5930 |
20 000 euros pagos em 60 meses
No segundo cenário, para um financiamento de 20 000 euros, pagos num prazo de 60 meses, a Escolha Acertada para subscritores da DECO PROteste volta a ser atribuída ao protocolo com o Unibanco. O protocolo tem uma TAEG de 11,1%, permitindo uma poupança total nesse período de cinco anos de 1617 euros face à média das ofertas do mercado. Para os consumidores que não sejam subscritores, a Escolha Acertada é o Crédito Pessoal Expresso Multifinalidade da Caixa Geral de Depósitos, com uma TAEG de 11,8%, que permite uma poupança de 1388 euros.
Instituição de crédito | Designação | Comissões (€) |
Prestação (€) |
TAN (%) |
TAEG (%) |
MTIC (€) |
---|---|---|---|---|---|---|
Unibanco | DECO PROteste | Crédito Pessoal Exclusivo Subscritores | 0 | 430,95 | 10,20 | 11,1 | 25 857 |
Caixa Geral de Depósitos | Crédito Pessoal Expresso Multifinalidade | 0 | 428,89 | 10 | 11,8 | 26 085 |
ActivoBank | Crédito Pessoal Multiusos | 520 | 418,16 | 8,95 | 11,8 | 25 962 |
Best Bank | Crédito Pessoal | 624 | 418,67 | 9 | 12,2 | 26 096 |
Credibom | Crédito Pessoal | 0 | 434,98 | 10,59 | 12,4 | 26 451 |
Arrependeu-se? Pode anular o contrato
Se após a contratação do crédito pessoal se arrepender, pode sempre exercer o direito de revogação. Tem até 14 dias para revogar o contrato, sem ter de invocar qualquer motivo, nem de pagar comissão de amortização. No entanto, tem de devolver, no prazo de 30 dias, o capital financiado acrescido dos juros devidos, desde o dia em que o valor lhe foi disponibilizado, até ao momento da devolução. Esses juros são calculados com base na TAN (taxa anual nominal) e no número de dias em que o montante esteve disponível.
Após este prazo, pode, em qualquer momento do contrato, reembolsar antecipadamente o capital financiado. Basta informar a instituição de crédito, por carta ou outro suporte duradouro, com 30 dias de antecedência. Neste caso, o banco já pode cobrar uma comissão pelo reembolso antecipado. Se o crédito tiver taxa fixa, o banco pode cobrar, no máximo, 0,5% do valor amortizado se faltar mais de um ano para terminar o contrato ou 0,25 por cento se faltar menos de um ano. Já se o crédito tiver taxa variável, não pode ser cobrada qualquer comissão pela amortização antecipada do crédito.
Poupar no crédito
Além das simulações e de uma análise cuidada das condições oferecidas pelas instituições bancárias, há dicas que o podem levar a poupar no seu crédito pessoal.
- Não contrate um crédito sem simular as condições em várias instituições. Resista à tentação de seguir pela via mais fácil, que é aceitar a primeira proposta que lhe fazem, porque foi feita pelo gestor do seu banco de sempre, que já trata por “tu”, ou porque um conhecido trabalha em determinada instituição e lhe faz uma taxa “especial”.
- Os bancos podem cobrar comissões pela análise e contratação do crédito. Alguns propõem juntar ao valor que solicitou os custos destas comissões, seguros e ainda o imposto do selo sobre a utilização do crédito. Opte por não juntar, pois irá estar a pagar juros sobre esse valor, o que irá encarecer o crédito no total.
- Escolha o menor prazo que lhe permita ter uma prestação confortável para o seu orçamento mensal. Com um prazo superior terá uma prestação mais baixa, mas estará mais tempo a pagar, o que implica um valor maior de juros pagos.
Cuidados a ter na contratação de crédito pessoal
Para contratar um crédito pessoal, há cuidados que não deve descurar.
- Atenção às soluções cheias de facilidades oferecidas nas redes sociais. Alegações como "rapidez na resposta" e "concessão de crédito a quem tem incidentes reportados ao Banco de Portugal" são de desconfiar. Tenha cuidado com estes anúncios, uma vez que, regra geral, são feitos por entidades que não estão habilitadas pelo Banco de Portugal para conceder ou intermediar processos de crédito e podem trazer-lhe dissabores.
- Calcule a sua taxa de esforço antes de pedir um crédito. Some todas as prestações fixas que já tem com a do novo crédito que pretende fazer. Depois, divida pelo seu rendimento mensal líquido e multiplique por 100. A taxa de esforço não deve ser superior a 35 por cento. Quando algum dos créditos que detém tiver taxa variável, é também importante analisar se as prestações, com o aumento das taxas de juro, continuam a ser suportáveis.
- Em caso de dificuldades financeiras, o crédito pessoal pode ser encarado como forma de fazer face a despesas que já não se consegue pagar. Mas, se o seu orçamento já está em esforço, dificilmente conseguirá a aprovação do crédito pessoal. E mais uma prestação só irá piorar o cenário. Tente procurar alternativas. Para valores baixos, se tiver a certeza de que consegue pagar o cartão de crédito na totalidade, pode saldar as compras que faça nos 20 a 50 dias anteriores sem pagar juros. Pondere adiar a compra até ter todo o dinheiro para pagar a pronto. Outra solução é aproveitar campanhas de financiamento sem juros que certas lojas fazem. Se procura o crédito pessoal para pagar outro crédito já contratado, esta não é, definitivamente, a solução. Renegociar com o banco ou consolidar os seus créditos, para ficar a pagar uma única prestação, são as vias mais acertadas.
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