A eletricidade que escapa pela tomada

Publicado a 26 agosto 2025
Pedro Silva
Pedro Silva Analista de mercado de Energia e Sustentabilidade

Todos os meses, milhares de consumidores olham para a fatura de eletricidade com espanto. O valor parece sempre demasiado elevado. Mas porquê? É do tarifário? Da potência contratada? Do frigorífico com mais de 10 anos? 

Pedro Silva
Pedro Silva Analista de mercado de Energia e Sustentabilidade
iStock Colocar uma lâmpada
Quem usou o Poupawatt poupou, em média, 114 euros por ano, ao mudar de tarifário, substituir aparelhos ineficientes ou adotar práticas mais sustentáveis.

A maioria não sabe como, quando, nem onde consome energia em casa. E não acontece por falta de vontade, mas por falta de ferramentas eficazes que transformem dados complexos em decisões simples.

Durante anos, a leitura e análise do consumo esteve envolta num nevoeiro técnico, onde reinava a opacidade e a falta de comparabilidade. O consumidor comum não tem acesso fácil a dados relevantes – e quando tem, não sabe como usá-los. Felizmente, a digitalização começa a mudar o cenário. Hoje, 6,5 milhões de habitações em Portugal já têm contadores inteligentes. Recolhem, a cada 15 minutos, um retrato fiel dos hábitos de cada casa. Problema: os dados existem, mas estão a ganhar pó nos servidores da E-REDES.

Aqui entra o Poupawatt, uma plataforma desenvolvida pela DECO PROteste, que considero um exemplo prático e robusto de como a tecnologia pode ser usada em defesa do consumidor.

Com a autorização do utilizador, o Poupawatt acede aos dados do contador inteligente e traduz essa informação em algo concreto: poupança anual, recomendações personalizadas e decisões informadas. Os números falam por si. Quem usou o Poupawatt poupou, em média, 114 euros por ano, ao mudar de tarifário, substituir aparelhos ineficientes ou adotar práticas mais sustentáveis. Tudo com base no consumo real. Não em médias nacionais, nem palpites comerciais.

A análise é feita com independência, cada vez mais rara num mercado onde várias empresas oferecem análises semelhantes, mas com interesses de fidelização, ofertas cruzadas ou perda de informação já analisada se o cliente mudar de fornecedor. 

A DECO PROteste não lucra com a venda de energia. A sua missão é defender o consumidor, dar-lhe ferramentas objetivas e promover um mercado mais transparente. A energia tem de deixar de ser um território opaco. A tecnologia já existe. Os dados já existem. Faltava uma ponte entre esses dados e a decisão do consumidor. O Poupawatt é essa ponte. Não resolve tudo, mas dá ao consumidor controlo, clareza e autonomia sobre as suas tomadas elétricas.

Sabia que...?

Hoje, 6,5 milhões de habitações em Portugal já têm contadores inteligentes. Recolhem, a cada 15 minutos, um retrato fiel dos hábitos de cada casa. Problema: os dados existem, mas estão a ganhar pó nos servidores da E-REDES.

 

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