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Segurança na estrada: é urgente desacelerar

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Mais de 70% dos inquiridos revelaram exceder os limites de velocidade em diferentes situações.

03 março 2022 Exclusivo
estrada vista de dentro de um carro

iStock

O nosso inquérito revela que os portugueses têm pé pesado a conduzir e distraem-se com relativa facilidade.

A grande maioria dos inquiridos tem alguns cuidados para garantir a segurança enquanto conduz, como pôr o cinto de segurança, tanto dentro como fora das cidades, e não espreitar o jornal ou revistas nem navegar na internet. Contudo, 34% enviam mensagens pelo telemóvel e 66% comem ou bebem quando vão ao volante. Mas a velocidade é mesmo o maior pecado dos portugueses. Em regra, mais de um terço excede, pelo menos de vez em quando, os limites definidos para cada tipo de estrada em mais de 20 quilómetros por hora.

Além de investigarmos os comportamentos de risco mais adotados pelos portugueses, procurámos ainda saber quais deles estão associados a uma maior probabilidade de acidente. Por outro lado, os inquiridos concordam com várias medidas que ajudam a reduzir o número de vítimas na estrada.

Há comportamentos que pioraram

Não é a primeira vez que realizamos um inquérito para aferir os hábitos de condução dos portugueses. No estudo publicado em março de 2016, já alertávamos que o excesso de velocidade e o uso do telemóvel durante a condução eram os principais comportamentos de risco. Desta vez, verificámos as respostas dadas num e noutro estudo, e analisámos se as atitudes pioraram ou melhoraram nestes seis anos.

Quanto aos comportamentos relacionados com a velocidade, constatámos que aumentou o número de inquiridos que admitiram excessos para as condições de visibilidade ou do piso (mais 31%) e que ultrapassaram os 110 quilómetros por hora num itinerário principal, que tem um limite de 90 quilómetros por hora (mais 12 por cento). Dado que este último é um comportamento que 79% dos inquiridos adotaram, pelo menos de vez em quando, é preocupante constatar que os transgressores aumentaram em seis anos. Nas restantes infrações relacionadas com a velocidade, houve um ligeiro decréscimo.

Face ao último estudo, também aumentou o número de inquiridos que espreitam a internet durante a condução (mais 12%) e que não guardam a distância de segurança para o veículo da frente (mais 7 por cento). Nas ultrapassagens pela direita e na condução muito próxima do automóvel da frente, para mostrar que o condutor deve acelerar ou sair da frente, registámos um aumento de 3% na quantidade de infratores.

Contudo, diminuíram os que conduzem na faixa do meio ou da esquerda de uma autoestrada quando não há trânsito (menos 5%) e os que ficam furiosos com certos condutores ou peões e mostram o seu desagrado (menos 9 por cento).

Como fizemos o estudo

Quisemos conhecer os hábitos de condução, os acidentes, as opiniões e a satisfação dos portugueses com as estradas e autoestradas nacionais. Para tal, enviámos, em junho e julho de 2021, um questionário a uma amostra da população portuguesa, com idades entre os 18 e os 79 anos. Recebemos 1373 respostas válidas de pessoas com carta de condução.

Os dados foram ponderados para se ajustarem às características demográficas dos condutores nacionais no que respeita a género, idade, região e nível educacional. Os resultados refletem a experiência e a opinião dos inquiridos.

 

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