Apagão: ainda posso consumir os alimentos guardados no frigorífico?

Depois do apagão que interrompeu o fornecimento de energia a Portugal e Espanha esta segunda-feira (28 de abril), muitos se perguntam sobre o que fazer à comida que tinham guardada no frigorífico e no congelador. Embora o consumo da maioria dos alimentos se mantenha seguro quando ocorrem falhas de energia curtas, neste caso, as dez horas que o País passou sem eletricidade podem ter afetado o estado de conservação de alguns alimentos.

Para prevenir riscos para a saúde, a Direção-Geral da Saúde (DGS) emitiu algumas recomendações sobre que produtos devem ser descartados e os que se mantêm seguros para consumo.

Que alimentos posso manter no frigorífico?

Normalmente, o frigorífico mantém a temperatura durante cerca de quatro horas, se não for aberto, e o congelador até 48 horas (ou 24 horas, se estiver meio cheio). Eis alguns exemplos de alimentos que pode manter:

• queijos curados;
• leite ultrapasteurizado, ainda fechado;
• frutas e hortícolas inteiros;
• sumos;
• manteiga e margarina;
• manteiga de amendoim ou amêndoa, por exemplo;
• compotas;
• molhos bem-acondicionados;
• gelatinas;
• produtos de padaria e pastelaria sem cremes e recheios.

No que respeita aos ovos, pode mantê-los; porém, deve optar por métodos de confeção a altas temperaturas, como a cozedura. Deve ainda consumi-los com a maior brevidade possível.

No geral, os alimentos que ainda apresentem cristais de gelo ou se mantenham frios, no momento em que a energia é reposta, podem, na maioria dos casos, ser cozinhados ou recongelados.  

Quais devo descartar?

Outros alimentos são perecíveis, pelo que, se verificar sinais de alteração ou degradação (na cor ou no cheiro), deve deitá-los fora. É o caso de:

• queijo fresco e requeijão;
• iogurtes;
• frutas e hortícolas cortados ou pré-preparados (exceto os embalados, desde que ainda fechados);
• carne;
• peixe, marisco, moluscos;  
• produtos de charcutaria;
• refeições prontas.

Mesmo assim, e para maior segurança, cozinhe bem os alimentos, sempre que aplicável, e consuma-os o mais rápido possível. Na dúvida, o conselho é descartar o alimento, garantindo desta forma a segurança alimentar. 

Como saber se um alimento está estragado?

Se os alimentos apresentarem cheiro, cor ou textura invulgares, não os prove. Opte, sim, por descartá-los. Para os casos em que possa ter dúvidas, a Direção-Geral da Saúde enumera os sinais de degradação a que deve estar atento.

• Carne: consistência mole ou viscosa, cor escurecida, existência de manchas, odor desagradável.
• Peixe: odor desagradável, consistência mole ou viscosa.
• Produtos de charcutaria (por exemplo, fiambre, chouriço, presunto):alterações do cheiro, textura, sabor e viscosidade, bolores ou embalagens inchadas.
• Queijo fresco, requeijão e queijos para barrar: cheiro alterado, bolores e aguadilha ou embalagens inchadas. 
• Fruta e hortícolas pré-preparados e embalados: perda de cor, com amarelecimento ou escurecimento ou água de condensação.
• Iogurtes: embalagens inchadas ou cheiro desagradável.
• Leite aberto: alteração de cheiro e textura (coalhado).
• Refeições prontas:odor desagradável, fétido, alteração da consistência, com libertação de líquido.

3 cuidados a ter com o frigorífico em caso de interrupção de energia

Embora o apagão de 28 de abril tenha sido uma situação inaudita, casos de interrupção do fornecimento de energia podem ocorrer ocasionalmente. Nestes casos, para garantir a conservação dos alimentos guardados no frigorífico, tenha alguns cuidados: 

• não abra as portas de frigoríficos e congeladores, de maneira a manter a temperatura baixa o máximo de tempo possível;
• nas refeições, opte por alimentos não perecíveis (como conservas), evitando assim abrir as portas do frigorífico até a energia ser reposta;
• guarde gelo ou acumuladores de frio no congelador para ajudar a manter temperaturas baixas. 

Lembre-se ainda de que, normalmente, deve acondicionar os alimentos no frigorífico respeitando as diferentes zonas de frio. Desse modo, garante a temperatura ideal para os diferentes produtos, o que, em situações de falha de energia, ajudará a uma melhor conservação desses alimentos.