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Acesso à rede 5G poderá ter custo extra para a maioria dos consumidores

A quinta geração móvel (5G) oferece uma velocidade de internet substancialmente superior às anteriores tecnologias. No entanto, a cobertura ainda é limitada, sobretudo no interior do País. Já a inclusão do 5G nos tarifários móveis pode vir a representar um custo adicional de cinco euros mensais. Esclareça as principais dúvidas sobre os tarifários 5G.

20 abril 2023
pessoa agarra smartphone com rede 5G

iStock

Os operadores de telecomunicações anunciaram as condições de acesso ao 5G nos seus tarifários no final de 2021. O período de acesso gratuito oferecido pela NOS, pela Vodafone e pela MEO já foi prolongado várias vezes e, de acordo com estes operadores, irá manter-se até 30 de setembro de 2023 para todos os tarifários. Depois dessa data, se os operadores mantiverem a decisão de cobrar um valor adicional pelo acesso à tecnologia 5G  algo nunca aplicado nas tecnologias anteriores —, os consumidores terão de passar a pagar mais cinco euros por mês por manter o acesso.

Por ser tão recente, e ter ainda pouca cobertura no território nacional, a DECO PROTESTE não compreende o custo adicional aplicado pelos operadores de telecomunicações em alguns tarifários para a utilização da tecnologia 5G, sobretudo nos pacotes com menos de 10 GB de internet. A DECO PROTESTE analisou em detalhe os pacotes da MEO, da NOS e da Vodafone e esclarece as dúvidas dos consumidores sobre a tecnologia 5G.

Que tarifários incluem 5G sem custos adicionais?

Na NOS, quem tenha tarifários com 10 GB de internet ou mais não terá custos adicionais pela utilização do 5G.

No caso da Vodafone, os tarifários Red 10 GB e Red Infinity "livram" os consumidores de um pagamento adicional de cinco euros por mês pela utilização do 5G.

Já na MEO, a oferta do 5G é exclusiva para planos com mais de 10 GB de dados. Contudo, nos planos pós-pagos ilimitados deste operador há uma distinção entre ilimitado 5G e ilimitado com velocidade máxima de 10 Mbps (o que corresponde à velocidade média de download da tecnologia 3G).

Quanto vai pagar por mês se quiser ter acesso ao 5G?

Para tarifários com 5 GB de internet com 5G, estes serão os valores mínimos a pagar, segundo os tarifários em vigor em Portugal.

Vodafone

  • Yorn Z 5GB (para menores de 25 anos) com 5G: 11,80 euros + 5 euros = 16,80 euros;
  • Vodafone Ready 5GB + 1000 minutos/SMS com 5G: 21 euros + 5 euros = 26 euros. 

NOS

  • WTF 5 GB (para menores de 25 anos) com 5G: 12,50 euros + 5 euros = 17,50 euros;
  • NOS Tarifário Like 5GB 5G: 21 euros + 5 euros = 26 euros.

Para quem tenha mais de 25 anos, a utilização de 5G implica gastar, pelo menos, 20 euros por mês com o tarifário de telecomunicações. Nos casos em que os cartões adicionais custam menos (mais 10 euros por cartão), há alguma diferença nos valores. É importante ter atenção aos limites de velocidade, uma vez que a MEO e a WTF, por exemplo, têm ofertas de “acesso à rede 5G”, mas com velocidade limitada.

Para um consumidor com um perfil de consumo médio (5 GB de internet), acaba por ser mais vantajoso aderir a um tarifário mais caro, uma vez que estes não têm o custo adicional de cinco euros por mês devido ao 5G. Numa situação de consumo médio (maiores de 25 anos), o consumidor paga, pelo menos, 26 euros por mês, enquanto num perfil mais intensivo de consumo, por exemplo, de 10 GB (veja em baixo), paga menos pelo dobro dos dados e com o 5G incluído. Isto acontece porque os operadores não adicionaram mais custos à mensalidade que já cobram pelos tarifários de 10 GB ou mais.

Já para tarifários com, pelo menos, 10 GB de internet com 5G, estes serão os valores mínimos a pagar.

Vodafone

  • Yorn Z 10GB (menores de 25 anos) com 5G: 16,40 euros.
  • Vodafone Ready 10 GB 1000 minutos com 5G: 24 euros.

MEO

  • Moche com fatura 10 GB (menores de 25 anos) com 5G: 12,90 euros;
  • MEO Móvel Pós-pago 10 GB 1000 minutos com 5G: 27,99 euros.

NOS

  • WTF 10 GB (menores de 25 anos) com 5G: 17,50 euros;
  • NOS Tarifário Mais Gigas 10 GB 1000 minutos/SMS com 5G: 26,99 euros.

O que é necessário para usufruir de 5G?

É necessário ter um equipamento 5G, um tarifário compatível com 5G e encontrar-se numa localização com cobertura por esta rede.

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Atualmente, em que locais é possível aceder ao 5G?

Os operadores de telecomunicações prometem ir aumentando progressivamente a cobertura da rede 5G no País.

A NOS diz que o 5G “já está disponível de norte a sul de Portugal, passando por todas as capitais de distrito e Ilhas” e que está a trabalhar para “levar o 5G a toda a população em breve”. A Vodafone, por sua vez, afirma que, “o 5G da Vodafone já está disponível em zonas selecionadas de todas as capitais de distrito e, nos próximos meses, começará a chegar às zonas restantes do País”. Já a MEO afirma que a cobertura é “de norte ao sul, no Interior, Litoral e Ilhas”, bem como “em todas as capitais de distrito do Continente e Ilhas”, mas não informa sobre a expansão da cobertura.

Como ativar o 5G?

Até 30 de setembro de 2023, a MEO, a NOS e a Vodafone oferecem períodos experimentais. Regra geral, se tem um tarifário com 10 GB de internet ou mais, não precisa de fazer nada, uma vez que estes pacotes já contam com 5G incluído. 

Se, por outro lado, tem um tarifário que não reúne as condições para ter o 5G já incluído, terá de aceder à app NOS e ativar a experiência gratuita ou, no caso da Vodafone, apenas precisa de garantir que a preferência de 5G está ativa nas definições do equipamento que está a usar. Em ambiente Android, para encontrar essa opção deve ir a “Definições > Ligações ou redes móveis > Cartão sim > Modo de rede”. Em iOS, para ativar o 5G deve ir a “Definições > Rede móvel > Opções > Voz e dados”. Para manter o 5G depois de 30 de setembro de 2023, terá de aderir a um tarifário que o inclua ou, em alternativa, deverá subscrever o 5G individualmente por um preço de cinco euros por mês.

Os consumidores serão obrigados a mudar para o 5G?

As redes 4G, 3G e 2G continuarão a funcionar em simultâneo com a rede 5G, pelo que os consumidores não serão obrigados a usar a nova tecnologia. A maioria dos telemóveis liga-se automaticamente à rede que oferece o melhor desempenho no local onde se encontra, escolhendo entre as redes compatíveis com o equipamento.

O 5G consome mais dados do que o 4G?

Embora seja mais veloz do que o 4G, tornando, por exemplo, os downloads mais rápidos, o 5G usa exatamente a mesma quantidade de dados que o 4G para fazer o download do mesmo ficheiro. Contudo, como leva menos tempo, é possível que o consumo de dados aumente devido ao maior consumo de conteúdos em menos tempo, uma vez que conseguirá, por exemplo, fazer download de mais ficheiros no mesmo dia.

Modelo de remuneração do 5G deve ser repensado

A DECO PROTESTE não compreende o custo adicional de cinco euros aplicado pelos operadores de telecomunicações aos tarifários com menos de 10 GB de internet, sobretudo tendo em conta que se trata de uma tecnologia recente que ainda tem uma cobertura limitada ao nível nacional. No final de 2021, questionou as empresas de telecomunicações acerca deste valor, que é exatamente igual em todos os operadores, mas apenas a Vodafone respondeu. De acordo com o operador de telecomunicações, o investimento na rede móvel de quinta geração foi elevado, e o acesso gratuito foi garantido para aqueles que poderiam nesta fase beneficiar do acesso ao 5G (os subscritores dos tarifários com maior volume de dados incluídos). Além disso, a Vodafone diz que disponibilizou a oferta de um período experimental a todos os seus clientes que já tivessem um equipamento compatível com 5G. Confrontada com o facto de o investimento no 4G ter sido semelhante, ou superior, no caso da Vodafone – 146 milhões de euros versus 133 milhões –, a empresa respondeu que, no caso do 4G, os benefícios foram imediatos, tendo sido tomadas outras opções, como a criação de novos pacotes, incorporando aí o diferencial de valor.

Fora de Portugal, a Verizon também tentou aplicar um custo adicional associado ao 5G, de 10 dólares por mês. No entanto, este custo acabou por ser eliminado pelo operador. No caso de outros operadores europeus, há exemplos em que o acesso ao 5G não tem qualquer custo adicional para todos os tarifários e outros em que há diferenciação por volume de tráfego (é o caso da Orange, em França), partindo do princípio de que os consumidores vão precisar de maior volume de tráfego numa utilização 5G (maior velocidade tende a originar maior consumo de conteúdos e de gigabytes por unidade temporal).

A DECO PROTESTE defende que o modelo de remuneração do 5G que está a ser aplicado pelos operadores de telecomunicações em Portugal deve ser repensado para que os consumidores não sejam penalizados com serviços móveis ainda mais caros. Portugal está entre os países da Europa que têm os serviços móveis com preços mais elevados para a quantidade de dados que estes incluem. A organização considera ainda os custos adicionais que estão a ser aplicados para a utilização do 5G despropositados, sobretudo porque tal nunca se verificou com as anteriores tecnologias móveis. Atualmente, o desempenho do 5G já é satisfatório nos principais centros urbanos, mas a cobertura continua a ser limitada. Desde que o 5G arrancou que os operadores têm vindo a adiar constantemente a aplicação do valor adicional de cinco euros anunciado para o acesso ao 5G. Ao invés, a DECO PROTESTE defende que os operadores deveriam abandonar de vez a ideia de cobrar um valor adicional pela tecnologia.

(Artigo originalmente publicado em 14 de dezembro de 2021)

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