Noite bem dormida? O que os wearables podem revelar sobre o seu sono
Conhecer o número de horas dormidas e os padrões de sono pode ser útil para ajustar rotinas. Mas o uso de smartwatches, pulseiras de fitness ou smart rings não substitui uma avaliação clínica. Se está preocupado com a qualidade do sono, procure o médico.
Quando as orelhas afundam na almofada sem que o sono caia sobre as pálpebras, uma noite repousante parecerá um pequeno luxo. Em lugar de sossego, pode surgir ansiedade. Se o episódio somar repetições em noites seguidas, mudar hábitos e adotar uma rotina relaxante nas horas que antecedem a ida para a cama são, muitas vezes, argumentos suficientes para convencer o sono.
Num tal contexto, poderá ser interessante conhecer o número de horas dormidas e os padrões de qualidade do sono. Um smartwatch, uma pulseira de fitness ou um anel inteligente (smart ring), por mais simples que seja nas funções que oferece, cumprirá estas missões.
Os equipamentos mais sofisticados vão mais longe. Podem identificar as fases do sono, oferecer alarmes inteligentes, que acordam o utilizador na fase ideal de um ciclo, contribuir para detetar problemas como apneia e até sugerir dicas úteis, como moderar o consumo de cafeína e praticar atividade física regular.
Wearables para monitorizar o sono? Use com bom senso
As informações fornecidas pelos wearables podem ser interessantes para quem pretende ajustar rotinas e melhorar os padrões noturnos. Mas o uso exige bom senso, até porque estes aparelhos acusam algumas limitações.
- Os modelos mais antigos usam acelerómetros para medirem os movimentos e perceberem se o utilizador está a dormir ou acordado. O método não é infalível. Nada mais normal do que permanecer imóvel, ainda que acordado.
- Os modelos mais recentes contam com sensores de frequência cardíaca e respiração, o que pode torná-los mais precisos. Mas não devem substituir exames médicos detalhados, como a polissonografia, que estuda o perfil de sono de uma pessoa. Além disso, os estágios do sono calculados pelos wearables são apenas estimativas.
Além disso, há especialistas que deixam alguns alertas:
- a monitorização constante do sono e a preocupação excessiva em atingir “métricas perfeitas” podem prejudicar a qualidade do descanso;
- o controlo excessivo destes dados pode gerar ou agravar a ansiedade relacionada com o sono, sobretudo em indivíduos com insónia.
Conclusão? Os wearables podem ter utilidade, mas não entregam resultados hiper-rigorosos, nem substituem o médico. Se tem preocupações com a qualidade do sono, consulte o médico. E muito importante: não tome medicamentos nem suplementos alimentares para dormir sem o conselho de um profissional de saúde.
Smartwatch, pulseira de fitness ou smart ring: o que escolher?
Os dois principais fatores que pesam na decisão são o orçamento disponível e a preferência do utilizador. A DECO PROteste tem resultados e preços para mais de 80 wearables no comparador online.
1. Apple Watch
A linha de smartwatches Apple Watch, com Qualidade Global muito elevada, tem opções cujo preço começa perto dos 350 euros.
- Se usar o modelo watchOS 7 ou superior, pode instalar a app Sono, compatível com todos os equipamentos Apple Watch, excetuando os das Séries 1 e 2.
- Estão previstos vários recursos para monitorizar o sono, incluindo a definição de horários, objetivos e alarme para acordar.
- É ainda possível definir um período de preparação para dormir, em que o relógio entra no Modo Sono, ativando a função Não Incomodar, antes do momento de ir para a cama.
- A app permite contabilizar as horas dormidas e consultar as tendências de sono dos últimos 14 dias.
- Mas, atenção, os testes mostram que os modelos mais antigos (anteriores à Série 8) têm dificuldade em manter bateria suficiente para monitorizar o sono durante toda a noite.
2. Fitbit
Um pouco abaixo no desempenho, a Fitbit propõe pulseiras de fitness e smartwatches desde 80 euros.
- Após cerca de uma hora de imobilidade, estes dispositivos assumem que o utilizador está a dormir.
- Os dados recolhidos incluem o número de horas dormidas e a média semanal, e os horários em que utilizador adormece e acorda. É atribuída uma pontuação ao sono semanal e calculada a respetiva média.
- Os modelos com monitorização da frequência cardíaca identificam as fases do sono e apresentam gráficos com estatísticas diárias, semanais e mensais. Alguns medem igualmente os níveis de oxigénio no sangue (função de oximetria de pulso).
- Outros equipamentos permitem subscrever o plano Fitbit Premium e aceder a um perfil de sono mais detalhado. Por exemplo, detetam se o utilizador ressona ou não.
3. Smart rings
Inclina-se para um objeto mais discreto? Considere um anel inteligente. Embora o tamanho seja inferior, o preço nem por isso: 150 euros é o mínimo que encontrará no comparador da DECO PROteste, para uma qualidade que não é irrepreensível.
- Os smart rings são discretos e elegantes, alguns fabricados em metais nobres e resistentes, como o titânio.
- Equipados com sensores que recolhem dados, podem monitorizar a atividade física e parâmetros de saúde. Entre os últimos, contam-se o movimento, a frequência e a variabilidade cardíaca, a temperatura corporal e a respiração.
- Alguns modelos incluem funcionalidades avançadas, como notificações no telemóvel, a possibilidade de fazer pagamentos eletrónicos por aproximação (NFC) e o controlo de dispositivos inteligentes.
- Mas os smart rings não substituem os smartwatches, pois têm um leque de funcionalidades inferior. Além disso, a tecnologia precisa de amadurecer, sobretudo na precisão das medições.
- Os anéis inteligentes são mais indicados como complemento, para quem não resiste à novidade ou dá prioridade a uma monitorização da saúde com um equipamento mais discreto.
Questões frequentes sobre o uso de wearables para monitorizar o sono
Antes de começar a acompanhar as suas noites com um wearable, é normal surgirem dúvidas. Eis as respostas simples às mais comuns.
O que conseguem os wearables realmente medir durante o sono?
Os mais simples registam o número de horas dormidas e a qualidade do sono. Os mais sofisticados controlam parâmetros como movimento, frequência cardíaca, variação da frequência cardíaca e oxigenação do sangue. Com base nestes dados, estimam fases do sono.
Os dados sobre as fases do sono são fiáveis?
Os aparelhos mais antigos recorriam a acelerómetros para fazerem as medições, o que não era um método fiável. Os mais recentes já incluem sensores, que os pode tornar mais precisos. Ainda assim, mesmo os melhores entregam sobretudo estimativas, e não medições rigorosas, como a polissonografia, um exame clínico que estuda o perfil de sono de uma pessoa.
Os wearables podem ajudar a melhorar a qualidade do sono?
Smartwatches, pulseiras de fitness e anéis inteligentes fornecem tendências ao longo do tempo: por exemplo, horários, consistência das rotinas, interrupções do sono, impacto de exercício físico ou consumo de álcool. A utilidade está menos na leitura diária do que na análise de padrões. Todavia, estes dados não substituem exames clínicos. Se tem preocupações com a qualidade do seu sono, consulte o médico.
Vale a pena investir num wearable só para monitorizar o sono?
Depende dos objetivos. Se procura autoconhecimento, adaptação de hábitos ou motivação para melhorar rotinas, pode ser uma boa ferramenta. Já se precisas de um diagnóstico clínico, um wearable não é opção.
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