IA ou informação inteligente?

Publicado a 15 março 2024
Rita Rodrigues
Rita Rodrigues Responsável pela área de Relações Institucionais

No Dia Mundial dos Direitos do Consumidor, celebrado a 15 de março, os membros e parceiros da Euroconsumers, assim como a DECO PROteste, exigem uma inteligência artificial justa e responsável para os consumidores.

Rita Rodrigues
Rita Rodrigues Responsável pela área de Relações Institucionais
iStock grande plano de mão humana e mão de robô a tocarem uma na outra com o indicador, fundo tecnológico
Apesar dos avanços nos serviços públicos digitais, as vulnerabilidades da economia portuguesa podem prejudicar o crescimento e a inovação impulsionados pela IA.

Há não muitos anos, a inteligência artificial (IA) era vista como um fenómeno distópico, algo que só poderia materializar-se num futuro longínquo. A pandemia de covid-19 acelerou a componente tecnológica, e a IA apresentou-se como uma realidade incontornável, tanto na vida dos cidadãos, como das empresas. O que, ao início, se estranhou está a agora a entranhar-se no quotidiano e no funcionamento das organizações.

O que significa isto para o consumidor? Muito. Desde logo, estamos conscientes do poder que a IA pode ter nas nossas vidas, mas o ritmo do seu avanço e a falta de regulamentação exigem uma mudança radical nas políticas e práticas empresariais. Os consumidores revelam, cada vez mais, sinais de preocupação com a credibilidade e a segurança das respostas fornecidas pela IA generativa.

Esperamos – e temos o direito a – aceder a informações exatas, fiáveis e seguras. Estes direitos devem ser transferidos para os motores de pesquisa que usam IA generativa, e reforçados, considerando os riscos da tecnologia.

Não negamos a importância da inovação para os consumidores. Porém, mais importante ainda é inovar de forma fiável e segura, para que o processo seja realmente útil para todos. No Dia Mundial dos Direitos do Consumidor, celebrado a 15 de março, os membros e parceiros da Euroconsumers, assim como a DECO PROteste, exigiram uma IA justa e responsável para os consumidores.

Apesar dos avanços nos serviços públicos digitais, as vulnerabilidades da economia portuguesa podem prejudicar o crescimento e a inovação impulsionados pela IA. O reforço do acesso digital aos serviços públicos, e das capacidades das empresas portuguesas para tirarem partido da IA, são passos essenciais para o País.

O papel da União Europeia (UE) passa por adotar regras fortes sobre a IA, na sequência da proposta do Parlamento Europeu – um projeto de regulamento que visa garantir que os sistemas de inteligência artificial lançados no mercado europeu são seguros e respeitam os direitos fundamentais e os valores da UE. O objetivo é assegurar que a aplicação destas tecnologias seja ética, transparente e imparcial, e que não constitua um risco para os cidadãos.

Prevê-se que a lei tenha um impacto significativo nas empresas europeias, podendo conduzir a custos de conformidade substanciais. Tal obrigará Portugal a reforçar a capacidade das suas empresas para aplicar os conhecimentos sobre a IA e por ela criados, a fim de maximizar o seu impacto. É crucial garantir a exatidão e a transparência, para que a informação fornecida aos consumidores seja a que merecem: credível e fidedigna!

O reforço do acesso digital aos serviços públicos, e das capacidades das empresas portuguesas para tirarem partido da IA, são passos essenciais para o País.

 

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