ChatGPT: 78% dos utilizadores fazem pesquisas com inteligência artificial
O inquérito da DECO PROteste a 1090 portugueses utilizadores de internet revela as opiniões e as preocupações perante o ChatGPT. Quase 80% dos utilizadores deste tipo de sistemas recorre ao modelo de inteligência artificial da Open AI para pesquisa de informações.

A inteligência artificial há muito que deixou de ser considerada uma questão do futuro e, cada vez mais, tem ganho o seu espaço na vida das pessoas. E a maioria tem essa noção — cerca de 72% dos portugueses inquiridos pela DECO PROteste consideram que a inteligência artificial está presente no seu dia-a-dia.
Um exemplo disso é o impacto do ChatGPT nas várias indústrias, que tem promovido debates sobre as potencialidades deste modelo de inteligência artificial, com militantes em ambos os lados da barricada. A DECO PROteste já tinha posto à prova esta tecnologia, e os testes revelaram certas inconsistências quanto às capacidades do protótipo.
Mas serão estas falhas suficientes para afastar utilizadores? A verdade é que mais de metade dos inquiridos (57%) já experimentou o ChatGPT ou um sistema baseado nesta tecnologia. Contudo, apenas 32% continuam a utilizá-lo com algum tipo de regularidade.
Jovens são os que mais recorrem ao ChatGPT
As idades que mais continuam a recorrer às funcionalidades do ChatGPT estão compreendidas entre 18 e 34 anos — cerca de 55 por cento. Já 65% dos inquiridos entre 55 e 74 anos nunca ouviu falar do ChatGPT.
A grande maioria dos utilizadores inquiridos (98%) não opta pela versão paga do serviço, e 86% dos respondentes utilizam-no a partir do computador. Por exemplo, cerca de 9% dos utilizadores usa o ChatGPT através da nova versão do motor de pesquisa Bing da Microsoft.
No episódio do podcast POD Pensar dedicado ao tema, Aurélio Gomes debate sobre o uso da inteligência artificial nas escolas com os seus convidados: Luís Moniz Pereira, professor emérito da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa e uma das referências nacionais na ética da inteligência artificial; e Pedro Marcelino, doutorado em Machine Learning pelo Instituto Superior Técnico e co-fundador da xval.ai, uma startup que procura usar a Inteligência Artificial para transformar a Educação.
- Férias de estimação para os animais de companhia
- O ABC da educação financeira infantil
- Incêndios florestais: estratégias de prevenção
- Criptomoedas: o que são e quando investir?
- O défice da literacia financeira em Portugal
- O papel do humor no contexto político e socioeconómico atual
- Resgate dos PPR para crédito da casa está a hipotecar o futuro?
- Arrendamento em Portugal: o olhar de proprietários e inquilinos
- Desperdício alimentar: como combater
- Dia Nacional da Sustentabilidade: o compromisso para um futuro sustentável
- Telemóveis nas escolas: que silêncio é este?
- O mundo novo do ChatGPT é mesmo admirável ou é uma ditadura que desumaniza?
- O passaporte para umas férias baratas e com conforto
- Certificados de Aforro: a queda anunciada
- Custo da saúde em Portugal é uma doença crónica
- Sensibilização para o ruído: em busca do silêncio perdido
- Ensino profissional: do preconceito ao conceito
- A paz, o pão. E a habitação?
- Lares de terceira idade em Portugal: o que se passa do outro lado da porta de entrada?
- O que nos está a custar o custo de vida
- Amor e uma burla
- Eutanásia: uma questão de morte ou de vida?
- Crédito à habitação, eletricidade e inflação: armas para enfrentar 2023
- Indústria dos cosméticos: mentiras em que queremos acreditar
- A reclamação é uma arma
- Prevenção de resíduos: as muitas vidas possíveis do lixo que produzimos
- Black friday: sabe comprar um eletrodoméstico?
- 2023, o ano de todas as incertezas
- No labirinto da obesidade infantil
- Subida da Euribor: soluções para enfrentar a tempestade dos juros
- Boa é a vida, mas melhor é o vinho
- Quanto custa estudar em Portugal?
- Ensino da língua gestual portuguesa nas escolas: sim ou não?
- O que está a falhar no Estatuto do Cuidador Informal?
- Telecomunicações: como prospera este setor, apesar das reclamações?
- "A violência contra os animais pode ser o primeiro sinalizador de violência doméstica"
- Férias (quase) pós-covid: novo paradigma, os problemas de sempre
- Burnout, semana de quatro dias e novos modelos de trabalho
- Comprar ou arrendar casa: um beco sem saída?
- Greenwashing: "Mais do que enganar os consumidores, mina a confiança"
- Portugueses sem médico de família: uma imensa minoria
- Inflação, subida de preços e guerra: a tempestade mais-que-perfeita
- Aumentos nos custos da energia e dos combustíveis
- Por que motivo o preço da água é diferente entre concelhos?
- Violência obstétrica: o que significa e qual o impacto em Portugal?
- "A cibersegurança é um tema de cidadania"
- A ilusão de um mundo "zero covid". O que se segue?
- Eleições: voto eletrónico e à distância são caminho a seguir?
- O meu condomínio dava um filme
- Pobreza energética em Portugal: lar, frio lar
- Fim dos carros a combustão: "É prioritário eletrificar os veículos que mais circulam"
- Depressão: "Há mais gente a pedir ajuda. A pandemia, mais do que a gota de água, foi a permissão"
- "Metade das compras em Portugal são feitas em promoção"
- Poupança: a grande "enjeitada" da economia?
Preocupações com privacidade afastam pessoas
Entre as pessoas que não usam o ChatGPT, as principais razões que justificam a sua inutilização são as seguintes: nunca ouviram falar do ChatGPT (23,3%), não querem registar-se para utilizá-lo (21,3%) e têm preocupações com os seus dados privados (19,2%).
Cerca de 83% dos inquiridos que efetivamente utilizam o ChatGPT ou similares depositam a confiança (no mínimo, moderada) de que os seus dados pessoais estão protegidos. Apenas 3% não confiam na privacidade dos seus dados quando utilizam esta tecnologia.
70% já faz produção de texto no ChatGPT
Os utilizadores do ChatGPT utilizam-no principalmente para pesquisa de informações (78%) e para produção de textos (70%). Revelam-se também utilizações para resumos de textos longos (35%), criações ou inspiração (29%) e construção de códigos de programação (24%).
Quanto ao nível de satisfação geral, os portugueses inquiridos que utilizam o ChatGPT parecem não ter grandes queixas — cerca de 86% estão satisfeitos. A maioria considera que o registo é simples, a utilização é fácil, as respostas obtidas são fiáveis e a produção dos conteúdos enche as medidas.
Um terço dos inquiridos teme desemprego
Foi também pertinente apurar as opiniões e as preocupações face ao ChatGPT, quer sejam utilizadores ou não. No entanto, a maioria dos respondentes não concordou nem discordou face a grande parte das afirmações expostas.
Dois em cinco inquiridos (40%) não confiam nas autoridades nacionais para efetuarem um controlo eficiente dos dados recolhidos pelo ChatGPT. Ainda assim, um terço das respostas (31%) considera que as autoridades nacionais devem poder bloquear temporariamente o ChatGPT, caso sirva os interesses nacionais.
Cerca de 36% acreditam que o ChatGPT pode ajudar a poupar tempo em muitas profissões, enquanto apenas 14% discordam. E o desemprego pode aumentar? Quase um terço (32%) assume que sim, embora 22% prefiram ver o copo meio cheio e contrariem a afirmação.
Como foi feito o estudo da DECO PROteste
Entre 1 e 8 de junho de 2023, a DECO PROteste realizou um inquérito online a uma amostra da população adulta portuguesa com idades entre 18 e 74 anos.
O estudo obteve 1090 respostas válidas, que foram ponderadas para refletirem a opinião dos utilizadores nacionais de internet em termos de género, idade, região e nível educacional.
Os resultados procuram espelhar a opinião e a experiência dos inquiridos, mas podem ser considerados como tendência representativa da população nacional de utilizadores de internet.
Gostou deste conteúdo? Junte-se à nossa missão!
Subscreva já e faça parte da mudança. Saber é poder!
O conteúdo deste artigo pode ser reproduzido para fins não-comerciais com o consentimento expresso da DECO PROTeste, com indicação da fonte e ligação para esta página. Ver Termos e Condições. |