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Euroconsumers e Global Anti-Scam Alliance exigem linhas de apoio para vítimas de cibercrime

A Euroconsumers e a Global Anti-Scam Alliance aliam forças para promover a criação de linhas de apoio para ajudar as pessoas afetadas por fraudes online.

05 dezembro 2024
Homem a segurar a cabeça em frente a computadores - alusão ao cibercrime

iStock

A DECO PROteste, em sintonia com os restantes membros do grupo Euroconsumers (Altroconsumo, OCU e Testachats/Testaankoop) e a organização Global Anti-Scam Alliance (GASA), reclamam junto dos respetivos Governos a criação de linhas de apoio especializadas na área do cibercrime. A iniciativa pretende que as vítimas tenham o suporte, a orientação e os recursos de que precisam após sofrerem uma fraude online.

O apelo surge na sequência do workshop “From Setback to Comeback: Empowering Scam Victims” (“Do Revés ao Retorno: Capacitando as Vítimas de Fraudes”) realizado no Fórum Internacional da Euroconsumers, em Bruxelas (Bélgica), no dia 5 de dezembro.

O painel reúne legisladores, autoridades policiais, líderes da indústria e grupos de defesa das vítimas para discutir a crescente ameaça do cibercrime e as necessidades frequentemente esquecidas das vítimas.

Abordagem deve ser coordenada e focada na vítima

Através dos testemunhos em primeira mão de pessoas afetadas por cibercrime, como é o caso de Ayleen Charlote (uma das vítimas do chamado “impostor do Tinder”), o debate centra-se em torno das dificuldades que as vítimas encaram em obter resoluções adequadas por parte de, por exemplo, autoridades policiais, entidades bancárias ou plataformas de redes sociais. É, ainda, reconhecido o golpe emocional causado nas vítimas destes crimes

A criação de centros de contacto nacionais para apoiar estas vítimas visa a existência de um único ponto de assistência coordenado, que colabore com as autoridades policiais, as redes de apoio às vítimas, as entidades bancárias, os operadores de telecomunicações e as plataformas de redes sociais. O objetivo é ajudar as vítimas a recuperar fundos roubados, receber apoio emocional e obter ajuda quando confrontadas com uma fraude online.

Inquérito revela falta de apoio às vítimas

A urgência para esta medida é reforçada pelos resultados de um inquérito realizado pela DECO PROteste (em conjunto com as restantes organizações da Euroconsumers), que demonstra a vulnerabilidade da maioria dos portugueses face ao cibercrime

Os dados apontam que 83% dos portugueses reconhece os perigos associados às atividades online, mas apenas 36% afirmam saber o que fazer caso se tornem vítimas de cibercrime. 

Em Portugal, 28% das vítimas de cibercrime, que reportaram à polícia, indicam que foram informadas de que o seu caso foi investigado e encerrado, pois, entre outros motivos, o autor do crime não pôde ser identificado. Apenas 3% das vítimas que contactaram as autoridades policiais receberam a informação de que o autor foi preso, acusado ou processado.

Estas lacunas que existem no apoio às vítimas corroboram a ideia de que a criação de centros nacionais de fraudes pode ajudar a restaurar a confiança no ecossistema digital e garantir que os consumidores não sejam obrigados a enfrentar sozinhos as consequências do cibercrime.

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