Deixar de fumar com medicamentos e outras estratégias

Início
O tabagismo reduz a esperança média de vida. Existe uma relação direta entre o número de cigarros fumados e o aumento do risco de doença e de mortalidade. Quanto mais se fuma, maior o perigo.
Além do risco associado ao cancro do pulmão, o tabaco aumenta o risco de outros cancros (boca, laringe, etc.), doenças cardiovasculares, úlcera, aborto espontâneo e bebés prematuros.
Só quem nunca fumou pode pensar que para deixar de o fazer, "basta querer". Mesmo quem tem uma motivação forte dificilmente consegue deixar de fumar à primeira tentativa. Por vezes, necessita de medicação para conseguir parar com o vício. A maioria começa a fumar para imitar os amigos, por provocação, para satisfazer a curiosidade. É muito fácil transformar-se em fumador regular e ficar dependente da nicotina.
- A maioria dos fumadores prefere o corte radical, de uma só vez, em vez de tentar reduzir progressivamente o consumo.
- Escolha bem o momento: uma viagem de férias ou um período de trabalho menos intenso. É mais fácil livrar-se do tabaco quando está calmo. Datas especiais ou festivas devem ser evitadas, pois são boas desculpas para deslizes.
- Anuncie a sua decisão a quem o rodeia (colegas, amigos, etc.): reforça o compromisso e permite que sejam solidários consigo. Se vive com um fumador, convença-o a deixar de fumar ao mesmo tempo. A dois, podem partilhar-se experiências, e um pode ajudar o outro em momentos de "fraqueza".
- Elimine todos os objetos ligado ao consumo de tabaco (cigarros, isqueiros e cinzeiros).
- Reduza ou elimine comportamentos associados ao consumo de tabaco, como beber café e álcool. Evite utilizar alimentos calóricos como substitutos.
- Encontre pequenos truques para utilizar quando lhe apetecer fumar (beber água, exercício de respiração, objeto semelhante a um cigarro para manusear, se necessário).
- Inicie uma atividade física, para aliviar o stresse e controlar um eventual aumento de peso.
Quantos anos ganha se deixar de fumar?
Deixar de fumar também significa aumentar o tempo da sua qualidade de vida.
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O tabagismo reduz a esperança média de vida. Existe uma relação direta entre o número de cigarros fumados e o aumento do risco de doença e de mortalidade. Quanto mais se fuma, maior o perigo.
Além do risco associado ao cancro do pulmão, o tabaco aumenta o risco de outros cancros (boca, laringe, etc.), doenças cardiovasculares, úlcera, aborto espontâneo e bebés prematuros.
Só quem nunca fumou pode pensar que para deixar de o fazer, "basta querer". Mesmo quem tem uma motivação forte dificilmente consegue deixar de fumar à primeira tentativa. Por vezes, necessita de medicação para conseguir parar com o vício. A maioria começa a fumar para imitar os amigos, por provocação, para satisfazer a curiosidade. É muito fácil transformar-se em fumador regular e ficar dependente da nicotina.
- A maioria dos fumadores prefere o corte radical, de uma só vez, em vez de tentar reduzir progressivamente o consumo.
- Escolha bem o momento: uma viagem de férias ou um período de trabalho menos intenso. É mais fácil livrar-se do tabaco quando está calmo. Datas especiais ou festivas devem ser evitadas, pois são boas desculpas para deslizes.
- Anuncie a sua decisão a quem o rodeia (colegas, amigos, etc.): reforça o compromisso e permite que sejam solidários consigo. Se vive com um fumador, convença-o a deixar de fumar ao mesmo tempo. A dois, podem partilhar-se experiências, e um pode ajudar o outro em momentos de "fraqueza".
- Elimine todos os objetos ligado ao consumo de tabaco (cigarros, isqueiros e cinzeiros).
- Reduza ou elimine comportamentos associados ao consumo de tabaco, como beber café e álcool. Evite utilizar alimentos calóricos como substitutos.
- Encontre pequenos truques para utilizar quando lhe apetecer fumar (beber água, exercício de respiração, objeto semelhante a um cigarro para manusear, se necessário).
- Inicie uma atividade física, para aliviar o stresse e controlar um eventual aumento de peso.
Quantos anos ganha se deixar de fumar?
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Dependência muito forte (10 e 9)
A motivação é um fator determinante para deixar de fumar, mas a avaliação e o acompanhamento médico numa consulta de desabituação tabágica também podem ajudar muito. Mascar gomas, chupar pastilhas, usar um adesivo de nicotina ou fazer uma pulverização bucal permitem controlar os sintomas de abstinência do cigarro. O médico também poderá prescrever medicamentos que o ajudam a deixar de fumar.
Dependência forte (8 e 7)
Alimente a vontade de deixar de fumar e altere alguns hábitos associados ao consumo do tabaco (reduzir o café, o álcool e evitar locais com fumo) e procure apoio profissional. O acompanhamento e tratamento médico são individualizados. Os substitutos de nicotina ajudam a controlar os sintomas causados pela falta do cigarro, mas a motivação para deixar de fumar é essencial.
Dependência média (6 e 5)
O seu grau de dependência está associado a fatores comportamentais (psicológicos) e apresenta alguns indícios de dependência física. Além de uma mudança de hábitos quotidianos associados ao consumo do tabaco (reduzir o café, o álcool e evitar locais com fumo) e alguma força de vontade, poderá necessitar de apoio profissional.
Não ou pouco dependente (4 a 0)
O seu grau de dependência está sobretudo associado a fatores comportamentais (psicológicos). Com a mudança de alguns hábitos do quotidiano associados ao consumo do tabaco (reduzir a ingestão de café e álcool) e um pouco de força de vontade, conseguirá livrar-se do cigarro.
Para diminuir a vontade de fumar e os problemas que advêm de parar de fumar (irritabilidade, frustração, falhas de concentração, etc.), há medicamentos não sujeitos a receita médica (ou seja, de venda livre) que fornecem nicotina ao organismo.
A terapêutica de substituição de nicotina é, sobretudo, para quem tem uma dependência forte ou muito forte. Em geral, os fumadores mais dependentes precisam de doses superiores de nicotina e de um tratamento mais prolongado. No caso de fumadores motivados para deixar de fumar e com elevado grau de dependência, a utilização de terapêutica de substituição de nicotina pode aumentar em 50% a 70% a taxa de abandono.
Os substitutos da nicotina podem ter alguns efeitos secundários – como dores de cabeça, insónias e vertigens –, mas nada de muito grave. Grávidas, mulheres que amamentam e doentes cardiovasculares devem consultar o médico antes de iniciar o tratamento. Os medicamentos de nicotina estão mesmo contraindicados nas quatro semanas a seguir a um enfarte do miocárdio, em caso de angina de peito instável, de arritmias graves e acidentes cerebrovasculares recentes.
É sempre aconselhável dizer ao seu médico que está a deixar de fumar e que pensa utilizar os substitutos de nicotina. Este pode ajudá-lo a escolher o produto que mais convém e dar-lhe informações e conselhos.
Gomas de nicotina para mascar
Trata-se, basicamente, de pastilhas elásticas com nicotina, cuja dosagem recomendada é baseada no grau de dependência. Deve mascar uma goma de cada vez que sinta necessidade de fumar. Geralmente, no início do tratamento, pode mascar uma a duas gomas, com intervalos de uma a duas horas nas primeiras seis semanas. Neste período, para conseguir uma maior eficácia neste processo, é aconselhável a utilização de pelo menos dez gomas por dia para obter maior eficácia na cessação. A redução deverá ser feita entre a sétima e a nona semanas até à decima segunda semana.
As gomas de nicotina devem mascar-se lentamente até notar um sabor forte. Nessa altura, deixe de mastigar e coloque a goma junto à bochecha até o sabor se atenuar. Em seguida, recomece a mastigar lentamente. Quando o sabor acabar, deve parar. A goma deve ser utilizada durante 30 minutos, para que a nicotina seja totalmente absorvida. Como efeitos secundários, podem surgir irritações da mucosa da boca, soluços e dor nos músculos do maxilar.
Pastilhas de nicotina para chupar
Deve chupar uma pastilha de nicotina quando sentir necessidade de fumar. A terapêutica deve ser iniciada com um consumo de 8 a 12 pastilhas de 1,5 miligramas por dia, nunca excedendo as 20 pastilhas. A duração desta fase é de cerca de três meses, mas pode variar de acordo com a resposta individual. Depois, pode reduzir o número consumido diariamente.
A pastilha é colocada na boca para se dissolver de forma gradual. Os efeitos secundários mais comuns são aumento de salivação, alterações digestivas ligeiras e soluços.
Adesivos de nicotina
Os adesivos de nicotina fornecem nicotina através da pele durante 16 ou 24 horas. Habitualmente, o tratamento prolonga-se entre 8 a 14 semanas.
Estes adesivos podem provocar reações cutâneas, em geral, ligeiras. Se ficar com a pele irritada, o melhor será aplicar o adesivo numa zona diferente todos os dias. Caso tenha perturbações do sono, opte por adesivos de 16 horas.
Pulverização bucal para fornecimento de nicotina
Este método permite o fornecimento de nicotina por via oral, através de um sistema de pulverização bucal. Para aderirem a esta terapêutica, as pessoas devem parar de fumar completamente e podem fazer uma ou duas pulverizações nas alturas em que tiverem mais vontade de fumar, consoante a fase em que se encontrarem na desabituação tabágica.
Podem ser feitas até duas pulverizações de cada vez, mas não mais do que quatro por hora. A partir da sétima semana de tratamento, é necessário começar a reduzir o número de pulverizações por dia. As reações adversas no local de administração são semelhantes às observadas com outras formas administradas por via oral (irritações da mucosa, aumento da salivação, etc.).
O bupropiom (Zyban) é um antidepressivo que reduz os sintomas de abstinência e o desejo compulsivo de fumar e pode ajudar a limitar o aumento de peso associado ao abandono do tabaco. Para obter melhores resultados, este tratamento deve ser iniciado uma a duas semanas antes de deixar de fumar. As reações adversas mais frequentes do bupropiom são a insónia e a secura da boca. Este medicamento só pode ser vendido mediante receita médica.
A vareniclina (Champix) interfere com os recetores de nicotina no cérebro e reduz a urgência de fumar, os sintomas de abstinência e a sensação de satisfação associada ao fumo do cigarro. De acordo com alguns estudos científicos, as taxas de abstinência com a vareniclina são superiores às conseguidas com os substitutos de nicotina e o bupropiom. O tratamento deve ser iniciado 7 a 14 dias antes do dia da cessação tabágica. Os efeitos secundários mais comuns são náuseas, cefaleias, insónia e pesadelos, que desaparecem com a continuação do tratamento. O Champix é um medicamento sujeito a receita médica e é comparticipado pelo Estado em 37 por cento.
A citisiniclina ou citisina (Dextazin) é um alcaloide vegetal, e tal como a vareniclina tem um efeito nos recetores nicotínicos de acetilcolina. A ação da citisiniclina (citisina) é similar à da nicotina, mas em geral é mais fraca. A citisiniclina (citisina) compete com a nicotina pelos mesmos recetores e desloca gradualmente a nicotina devido à sua ligação mais forte. A eficácia da citisina parece ser comparável a outras terapias farmacológicas, tendo sido relatados mais efeitos adversos com a mesma, sendo os mais comuns náuseas, vómitos e distúrbios do sono. O Dextazin é um medicamento não sujeito a receita médica de dispensa exclusiva em farmácias.
Quem está a tentar deixar de fumar indica, com frequência, o receio de engordar como principal entrave a esse objetivo, mas também como causa das recaídas. Esta preocupação é mais evidente naqueles que já de si têm dificuldade em controlar o peso.
Um fumador está três ou quatro quilos abaixo do peso em comparação com um não-fumador da mesma idade, sexo e altura e com uma alimentação idêntica, porque a nicotina suprime o apetite e aumenta ligeiramente o metabolismo basal. Ou seja, não se pode falar em aumento de peso quando se deixa de fumar, mas antes em atingir o peso que teria caso nunca tivesse fumado.
Os benefícios de deixar o tabaco são muito superiores aos riscos de um ganho de peso desta ordem. Fumar é a primeira causa evitável de doença, incapacidade e morte prematura nos países desenvolvidos e está associado a seis das oito primeiras causas de morte a nível mundial.
Efeitos da nicotina
Esta substância aumenta o metabolismo basal entre 5% e 10%: estimula o organismo a utilizar a gordura corporal como fonte de energia e reduz o apetite. Quando se larga o tabaco, o corpo responde não só com mais fome, mas também com uma perceção mais apurada do olfato e do paladar, o que aumenta o prazer no ato da alimentação. Simultaneamente, e embora diversos estudos não detetem diferenças significativas ao nível do consumo de calorias entre fumadores e não-fumadores, os primeiros têm um maior consumo de álcool e café. Privados dos cigarros, os fumadores tendem a substituir a gratificação que sentiam ao fumar por alimentos ricos em gordura e açúcar, principalmente nas primeiras semanas.
Não tente controlar o aumento de peso seguindo uma dieta restritiva nesta fase. Por um lado, está demonstrado que a fome está associada a mais compulsão para fumar; por outro, as pessoas que ganham mais peso na cessação tabágica têm maior probabilidade de conseguir largar o tabaco. Durante os primeiros três meses, o período normal do aparecimento dos sintomas de abstinência, concentre-se em deixar os cigarros e não em controlar o peso.
Tomada a decisão de abandonar os cigarros, o fumador pode e deve aproveitar para adotar outros hábitos saudáveis, como seguir uma alimentação mais equilibrada. Com base nas recomendações da Direção-Geral da Saúde, deixamos algumas estratégias que vão ajudá-lo a não aumentar de peso enquanto deixa de fumar.
- Registe num diário alimentar as refeições que habitualmente faz, em que horários e o que consome. Quando deixar de fumar, repita o processo e compare os dois registos.
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Tente perceber se tem mesmo fome ou apenas vontade de comer. Se não sentir desconforto gastrointestinal e dores de cabeça, aguarde cerca de 15 minutos e tente distrair-se.
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Tenha sempre à mão pastilhas elásticas sem açúcar (ajudam a aliviar a tensão dos músculos do maxilar usado na inalação do fumo do cigarro).
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Faça várias refeições diárias e tenha sempre consigo pequenos lanches saudáveis (palitos de cenoura crua, pipocas sem adição de açúcar e sal, bolachas de aveia caseiras e panquecas saudáveis).
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Consuma alimentos com proteínas e fibras ao longo do dia: estes nutrientes retardam o esvaziamento gástrico, contribuem para a saciedade e diminuem o apetite.
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Beba líquidos, de preferência água. Esta ajuda a libertar a nicotina e os seus efeitos metabólicos do organismo nos primeiros dias em que deixa de fumar.
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Evite bebidas com cafeína, como café, chás verde e preto, refrigerantes e bebidas energéticas, pois podem potenciar a ansiedade, que é muitas vezes um efeito secundário da ausência da nicotina.
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Evite bebidas alcoólicas, porque estas diminuem a apetência dos glóbulos vermelhos para transportar oxigénio. Por causa disso, há uma diminuição da concentração que pode levar a mais vontade de fumar.
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Pratique atividade física de forma regular, em casa, num ginásio ou ao ar livre. Conseguirá diminuir a ansiedade e a vontade de fumar, manter um peso saudável, aliviar o stresse e aumentar a autoestima.
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Mude as suas rotinas para fugir aos momentos que habitualmente associa ao ato de fumar.
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Mantenha as mãos e a cabeça ocupadas: pode desenhar ou pintar, utilizar uma bola de stresse, fazer atividades manuais, resolver palavras cruzadas ou ler um livro.
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Faça uma lista de atividades que dependam maioritariamente de si, das quais poderá extrair a gratificação que sente ao fumar ou comer.
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Informe-se sobre a existência de consultas multidisciplinares de cessação tabágica no centro de saúde ou hospital da sua área de residência.
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Em caso de dificuldade em controlar o peso, peça o apoio do médico de família ou de um nutricionista.
Se for difícil deixar de fumar sozinho ou com o apoio das pessoas que o rodeiam, uma ajuda externa aumenta as hipóteses de sucesso. O primeiro passo poderá ser falar com o seu médico de família. Os fumadores que procuram um médico têm mais hipóteses de êxito do que os que tentam deixar de fumar sem ajuda.
O médico vai ajudá-lo a analisar o seu comportamento de fumador. Examinará a sua motivação, os seus problemas e a melhor maneira de lhes fazer face. Caso seja necessário, o médico poderá indicar-lhe medicamentos, cuja utilização aumenta o grau de sucesso de deixar de fumar.
Nalguns hospitais e centros de saúde, o Serviço Nacional de Saúde disponibiliza consultas de cessação tabágica. O fumador deve ser acompanhado por uma equipa multidisciplinar: um médico, um enfermeiro e, se possível, um psicólogo e um nutricionista. Pergunte ao seu médico de família onde pode aceder a estas consultas.
Terapias alternativas
Alguns fumadores tentam métodos alternativos, como a acupunctura e a hipnose. Estas técnicas talvez funcionem pelo seu efeito psicológico, mas não existem evidências científicas que comprovem a eficácia destes métodos.
Se lhe propuserem este ou outro método que lhe pareça estranho, peça provas da sua eficácia e fale com o seu médico. De outro modo, pode estar a desperdiçar dinheiro e a colocar a sua saúde em risco.