Como comprar medicamentos online em segurança
A compra de medicamentos através da internet deve ser feita em sites autorizados. O Infarmed alerta que há sites ilegais de venda de medicamentos dirigidos ao público português. Aprenda a detetá-los e saiba confirmar se o produto que pretende comprar online é legal.

Há portugueses a comprar, através da internet, medicamentos falsos para dores, disfunção erétil ou para emagrecer, mas também para doenças graves como tuberculose e cancro. Os medicamentos para a disfunção erétil e para o sistema nervoso são as classes de medicamentos mais compradas online.
Comprar medicamentos pela internet em sites não autorizados pode ser perigoso, porque estes podem:
- ser falsos;
- ter a composição alterada (outra substância ativa ou em quantidade insuficiente);
- conter ingredientes tóxicos;
- estar fora do prazo;
- ter sido transportados sem precauções, o que pode afetar a qualidade.
Como consequência, é possível que não produzam o efeito pretendido ou causem efeitos secundários inesperados.
Medicamentos: arriscar não compensa
Os consumidores encontram algumas vantagens em comprar online, porque é mais cómodo, pode não exigir receita médica ou parecer mais barato. A quem optar por esta solução, a DECO PROteste recomenda que compre só em sites autorizados. Verifique a legalidade destes no Infarmed.
Os sites não autorizados vendem medicamentos sem que haja a intervenção de um profissional de saúde, sem conhecerem a história clínica ou a existência de outras doenças e, por vezes, com uma composição diferente da alegada, aumentando o risco para quem os toma. O medicamento encomendado pode não ser enviado ou ficar retido na alfândega e alguns sites não garantem a confidencialidade dos dados pessoais.
Comprar online e em segurança
Desde 1 de julho de 2015, há um logótipo que identifica as farmácias online seguras, com um link para a autoridade competente do Estado-membro onde se encontra registado o site. Por exemplo, se a farmácia estiver registada em Portugal, o link leva-o ao site do Infarmed.
Ao clicar no logótipo deverá ser reencaminhado para a lista de entidades licenciadas para a venda de medicamentos online, onde pode confirmar se a entidade em questão se encontra licenciada.
Suspeite do site quando:
- não tem contactos telefónicos;
- pratica preços muito mais baixos do que a concorrência;
- vende medicamentos sujeitos a receita médica sem que esta seja apresentada, o que é ilegal;
- troca os pedidos.
Em Portugal, a entrega ao domicílio de medicamentos, sejam ou não sujeitos a receita médicas (MSRM ou MNSRM), deve ser feita por um farmacêutico ou por um técnico de farmácia devidamente habilitado, atuando sob a responsabilidade daquele.
O que é um medicamento contrafeito?
Para a Organização Mundial da Saúde, um medicamento contrafeito é toda a imitação de produtos de marca ou genérico, produzida fora do laboratório original, sem autorização.
Em muitos casos, não são necessárias análises para identificar a fraude: basta a inspeção visual. As embalagens defeituosas e os rótulos mal impressos, por exemplo, são indício de falsificação.
Prefira os sites que disponibilizam o contacto de profissionais para questões dos consumidores.
Não forneça dados pessoais, como números de Segurança Social, cartão de crédito ou a sua história clínica.
Caso viaje, leve uma quantidade suficiente dos medicamentos que costuma tomar e alguns para problemas comuns, como analgésicos. A recomendação é particularmente importante para quem se desloca a um país em vias de desenvolvimento, como Angola, Índia ou Tailândia.
Se precisar de adquirir medicamentos nestes países, recorra a farmácias licenciadas. Não o faça em mercados ou na rua.
Aceite apenas medicamentos que lhe pareçam bem embalados. A má qualidade de impressão dos rótulos e embalagens em mau estado são indício de falsificação.
Como verificar a autenticidade dos medicamentos?
Praticamente todos os medicamentos sujeitos a receita média e alguns dos não sujeitos a receita médica que apresentam elevado risco de falsificação – a lista é definida pela União Europeia – incluem, na caixa, um código de barras 2D e um dispositivo de prevenção de adulterações.
As farmácias devem verificar a autenticidade dos medicamentos antes de os entregarem aos doentes. O modelo, associado a um sistema online de verificação, permite aos Estados-membros da União Europeia rastrear melhor os diferentes medicamentos, em especial quando algum levantar suspeitas, evitando assim a sua contrafação.

Estas regras visam reforçar a segurança dos doentes e pôr um travão à comercialização de medicamentos falsificados.
Há regras pormenorizadas para os dispositivos de segurança que deverão figurar nas embalagens: são definidas as características e especificações técnicas do identificador único, que deverá conter o código do produto, indicado como "PC", o número de série ou SN, o lote, o prazo de validade e o número de registo.
Estas ferramentas pretendem facilitar a verificação da autenticidade por parte dos hospitais e das farmácias, possibilitando aos consumidores o acesso a medicamentos legais ao comprarem-nos em farmácias devidamente licenciadas.
A Comissão Europeia considera os medicamentos falsos uma ameaça grave para a saúde pública na Europa, e a Organização Mundial da Saúde estima que um em cada dez medicamentos seja falso, nos países com rendimentos médio-baixos.
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