Pastas de dentes com flúor: quais os benefícios

A Organização Mundial da Saúde (OMS) refere que a utilização de pasta de dentes com flúor é a forma mais eficaz de reduzir as cáries dentárias. Apesar de ser recomendado o seu uso desde o primeiro dente, a quantidade de pasta deve ser menor nas crianças e, mesmo nos adultos, o seu uso deve ser moderado. O objetivo é evitar a fluorose, hipomineralização permanente do esmalte dos dentes. Esta consiste na deterioração e desmineralização do esmalte e no aparecimento de manchas.
Estudos epidemiológicos feitos pela OMS sobre os efeitos do flúor na saúde humana referem que pastas fluoretadas (1000 a 1500 partes por milhão ou ppm) não representam risco acrescido para a saúde. Esta informação tem de constar obrigatoriamente do rótulo.
Como o flúor fortalece os dentes
A presença de certas bactérias e açúcares produz o aparecimento de ácidos que causam a desmineralização do esmalte dos dentes. No entanto, quando a saliva está menos ácida, são repostos minerais que tornam os dentes mais resistentes. A presença de flúor durante este processo – chamado remineralização – contribui para fixar os minerais de forma mais eficaz e evitar que se dissolvam na próxima fase de desmineralização. É desta forma que o flúor ajuda a fortalecer os dentes.
Menos pasta até aos 6 anos
A Direção-Geral da Saúde (DGS) recomenda o uso de pasta de dentes com flúor nas crianças assim que nasça o primeiro dente.
Do nascimento aos 3 anos
A higiene oral da criança deve iniciar-se com o rompimento do primeiro dente, utilizando uma pequena quantidade de dentífrico fluoretado. A lavagem dos dentes deve começar por ser feita pelos pais, duas vezes por dia, com uma gaze, uma dedeira ou uma escova macia. É obrigatório que uma das lavagens seja depois da última refeição.
A quantidade de dentífrico a utilizar deve ser idêntica ao tamanho da unha do dedo mindinho da criança. Nesta fase, pode permitir-se que, progressivamente, e sob vigilância, a criança comece a iniciar-se na escovagem dos dentes.
Dos 3 aos 6 anos
A escovagem dos dentes, com um dentífrico fluoretado com 1000-1500 ppm, deve continuar a ser realizada ou supervisionada pelos pais, dependendo da destreza manual da criança, pelo menos duas vezes por dia, sendo uma delas, obrigatoriamente, antes de deitar e utilizando uma escova macia de tamanho adequado. É obrigatório que uma das lavagens seja depois da última refeição. A quantidade de dentífrico a utilizar deve corresponder ao tamanho da unha do dedo mindinho da própria criança.
Neste período é importante fomentar a progressiva autonomia da criança.
A partir dos 6 anos já deve ser a criança a escovar os dentes, com uma pasta idêntica à dos adultos, numa quantidade aproximada a um centímetro.
Riscos do flúor
Uma intoxicação aguda pelo flúor é uma possibilidade rara. As crianças pequenas têm um risco acrescido de engolir doses de fluoretos através dos produtos de higiene oral. O sabor a pastilha elástica ou a morango pode levar a criança a engolir de forma voluntária, o que é de evitar.
Segundo a DGS, a ingestão acidental de um quarto de um tubo com dentífrico de 125 mg (1500 ppm) põe em risco a vida de uma criança de um ano. Lembre-se de que as embalagens não têm tampa de segurança: supervisione a escovagem dos dentes das crianças.
Outro dos riscos do excesso de flúor é que pode danificar o esmalte dos dentes, que fica com manchas brancas ou acastanhadas irreversíveis (fluorose). É mais frequente verificar-se esta situação em crianças até aos 8 anos. Para tal, é necessário um consumo elevado e crónico de flúor, que só se consegue com a ingestão em excesso de pasta de dentes, consumo de água fluoretada e suplementos de flúor.
Em Portugal Continental, os valores de fluoretos são normalmente baixos, e as águas não estão sujeitas a fluoretação artificial. Por isso, fica reduzido o risco de ingerir flúor através da água.
Se gostou deste conteúdo, apoie a nossa missão
Somos a DECO PROTESTE, a maior organização de consumidores portuguesa, consigo há 30 anos. A nossa independência só é possível através da sustentabilidade económica da atividade que desenvolvemos. Para mantermos esta estrutura a funcionar e levarmos até si um serviço de qualidade, precisamos do seu apoio.
Conheça a nossa oferta e faça parte da comunidade de Simpatizantes. Basta registar-se gratuitamente no site. Se preferir, pode subscrever a qualquer momento.