Seguro para a prática desportiva vale a pena?
As ofertas generalistas de apólices específicas para a prática desportiva são apenas duas. Porém, nem sempre vale a pena contratar este tipo de seguro. A DECO PROteste ajuda a escolher a melhor forma de se proteger.

Como nenhum atleta, nem mesmo o mais amador, está livre de acidentes, é importante ter alguma proteção quando faz exercício físico. A DECO PROteste contactou seguradoras que comercializam seguros direcionados para a prática desportiva. O objetivo era saber que soluções existem no mercado para quem pratica atividade física amadora, sem estar associado a ginásios ou clubes, e que queira estar seguro em caso de acidente.
A maioria das ofertas são específicas para determinados desportos (corrida, bicicleta, golfe, desportos náuticos, motorizados ou até de neve), com coberturas e prémios que diferem consoante a atividade em causa. Há também seguradoras que indicam produtos de acidentes pessoais tradicionais. Apenas duas seguradoras têm apólices generalistas para a prática de desporto individual. Veja quais são as soluções e se vale mesmo a pena contratar um seguro específico para a prática desportiva.
Vale a pena contratar um seguro desportivo?
Se pratica alguma modalidade num clube ou ginásio, o seguro obrigatório da instituição prevalece sobre os seguros contratados por iniciativa própria.
Se vai para o trabalho de bicicleta, não precisa de seguro
Faz parte do conjunto de consumidores que se deslocam para o trabalho de bicicleta? Se tiver um acidente no trajeto de casa para o emprego, ou vice-versa, isso é considerado um acidente de trabalho e, como tal, será indemnizado pelo seguro contratado pela entidade empregadora.
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A verdade é que pode não ser preciso contratar um seguro específico para a prática desportiva, se já tiver as mesmas coberturas noutros seguros. Dependendo do nível de segurança que quer ter durante a prática desportiva, precisa de quatro coberturas.
Morte ou invalidez permanente
Se quiser estar protegido contra acidentes graves que podem levar à morte ou invalidez permanente, deve ter no bolso esta cobertura.
No entanto, se tem um seguro de vida e/ou de acidentes pessoais, não precisa de contratar um seguro específico para a prática desportiva. Estes dois seguros já contemplam esta cobertura. Mas esteja atento: há seguros que excluem provas ou treinos desportivos amadores. Verifique se a sua atividade está abrangida.
Responsabilidade civil
Durante um jogo de futebol entre amigos, por exemplo, pode, sem querer, causar danos materiais ou corporais a alguém. A cobertura de responsabilidade civil pode ajudá-lo. Com um multirriscos-habitação, esta cobertura poderá estar salvaguardada. A responsabilidade civil familiar abrange também as pessoas que vivem consigo na habitação assegurada. Confirme sempre se a apólice que contratou abrange a atividade física que pratica.
Assistência a pessoas
Andar de bicicleta ao domingo é, para muitos, o plano ideal. Porém, o que parecia ser uma simples atividade de lazer, pode tornar-se num pesadelo se uma queda o obrigar a chamar uma ambulância. Por isso, a assistência a pessoas pode ser uma cobertura importante.
Por norma, a assistência em viagem do seguro autómovel cobre o transporte de ambulância. Como tal, se esta for a sua preocupação, não precisa de contratar um seguro direcionado para a prática desportiva.
Despesas de tratamento
Entorses, luxações, ruturas ou fraturas são lesões a que um desportista, ainda que amador, está sujeito. E, como tal, a cobertura de despesas de tratamento é provavelmente a mais interessante para quem pratica uma atividade desportiva.
Os tratamentos que receber decorrentes de uma lesão desportiva, à partida, estarão cobertos pelo seu seguro de saúde. Ficam excluídas as lesões que tinha antes da contratação da apólice.
Se não tiver nenhuma destas coberturas noutros seguros, pode ser interessante contratar um seguro para a prática desportiva.
As duas ofertas do mercado
A Fidelidade e a Generali Tranquilidade têm apólices generalistas para a prática de desporto individual: o AP 1 Sport e o MOVE IT, respetivamente.
A apólice da Generali, apesar de não impor grandes restrições em termos de modalidade, deixa de fora as atividades de maior risco (rappel, parapente, slide, entre outras). A sua grande vantagem é, de facto, o preço: para um bom pacote de coberturas (responsabilidade civil, morte ou invalidez permanente, despesas de tratamento, despesas de funeral e assistência à pessoa), custa apenas 30 euros. Abrange, ainda, treinos e competições, desde que não seja no âmbito profissional.
Por sua vez, a Fidelidade apresenta uma solução que permite a prática de modalidades de maior risco, mas o preço sobe para, pelo menos, o dobro. Destes seguros estão excluídos os cataclismos da natureza, terrorismo, revoluções, guerras civis, tumultos ou outras alterações de ordem civil.
Qual o limite de idade?
A idade é sempre um ponto crítico quando falamos de seguros. Porém, as duas ofertas do mercado até têm limites etários relativamente elevados: ambas as apólices limitam a contratação até aos 70 anos e permitem a permanência até aos 80.
Pode estar aqui uma boa forma de proteger a população sénior que pretende manter-se ativa. Com o avançar da idade, uma simples caminhada pode ser traiçoeira.