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Três em cada dez inquiridos são hipertensos

Segundo o inquérito da DECO PROTESTE, três em cada dez inquiridos afirmam que sofrem de hipertensão arterial. Há mudanças no estilo de vida a serem feitas e a redução da ingestão de sal lidera. Conheça as principais conclusões do estudo.

16 maio 2023 Exclusivo
maçã, com frequência cardíaca inscrita, e estetoscópio

iStock

A DECO PROTESTE realizou, em abril, um inquérito online sobre a hipertensão arterial a uma amostra da população adulta portuguesa. Foram questionadas pessoas com idades compreendidas entre os 35 e os 84 anos e recebidas 1400 respostas válidas, que refletem as experiências e opiniões dos participantes. Dos inquiridos, 33% afirmaram sofrer da doença. Já 4% garantiram que não sabem se são hipertensos. 

A prevalência da doença nos homens (37%) foi superior à nas mulheres (28%). Isto está em linha com alguns estudos epidemiológicos realizados em Portugal. No entanto, as mulheres mais velhas, depois de entrarem na menopausa, estão tendencialmente mais sujeitas a desenvolverem problemas cardiovasculares e hipertensão arterial.

A idade média em que descobriram que sofriam de hipertensão ronda os 48 anos, segundo o estudo.

Baixo controlo da hipertensão arterial

Dos inquiridos que relataram sofrer de hipertensão arterial, pouco mais de metade (57%) não tiveram qualquer episódio de pressão arterial alta nos últimos 12 meses. Considera-se um doente controlado aquele que apresenta valores de pressão arterial regularmente inferiores a 140/90 mmHg, se esta for medida em ambiente clínico.

Nove em cada dez dos que sofrem desta doença tomam medicação de forma regular, e 93% têm um aparelho para medir a pressão arterial em casa. É importante medir os valores da pressão arterial regularmente. Pode medi-los em casa, na farmácia ou numa unidade de cuidados de saúde. Registe sempre os valores para, posteriormente, mostrá-los ao médico, de forma a serem avaliados. Um valor isolado de pressão arterial elevado não é expressivo. Daí ter de medir três vezes em cada medição, considerando, depois, apenas a média dos dois últimos registos.

Apenas 3% dos inquiridos medem a pressão arterial todos os dias, sendo que 12% fazem-no todas as semanas, mas não todos os dias.

De acordo com o estudo, oito em cada dez inquiridos que declararam ter hipertensão arterial são acompanhados ou controlados por um médico, pelo menos, uma a duas vezes por ano. Os menos acompanhados são os inquiridos mais novos (35-54 anos).

Redução do sal lidera mudanças no estilo de vida

A melhor forma de controlar e, até mesmo, prevenir a hipertensão arterial é fazer alterações no estilo de vida. Entre as mudanças que devem ser implementadas na rotina diária estão:

  • adotar uma alimentação saudável, variada e equilibrada, pobre em sal;
  • fazer atividade física diariamente;
  • não fumar;
  • reduzir a ingestão de bebidas alcoólicas;
  • promover momentos de relaxamento ao longo do dia.

Dos consumidores que afirmaram sofrer de hipertensão arterial, 76% fazem adaptações à sua dieta alimentar, e as mulheres fazem-no mais do que os homens. A redução da ingestão de sal é a alteração mais prevalente (92 por cento).

Já quatro em cada dez não fazem atividade física alguma. No entanto, quase um quarto revelou ter uma rotina fisicamente ativa, praticando atividade física cinco a sete dias por semana. 

Tonturas são os sintomas mais comuns

Regra geral, a hipertensão não provoca quaisquer sintomas nos primeiros anos da doença. Nalguns casos, pode manifestar-se através de sintomas como cefaleias, tonturas, mal-estar, visão desfocada, dor no peito ou sensação de falta de ar. Sintomas estes que são comuns a muitas outras doenças também.

Assim, cerca de sete em cada dez dos inquiridos que tiveram, no mínimo, um episódio de pressão arterial alta nos últimos 12 meses apresentaram, pelo menos, um sintoma. Os três sintomas mais prevalentes foram tonturas (57%), dor de cabeça (45%) e aumento da frequência cardíaca (38%).

No entanto, 32% não costumam fazer nada quando têm um desses episódios. Dos que fazem, as ações mais prevalentes são o aumento de ingestão de líquidos (38%), consultar o médico de família/clínico geral (28%), reforçar/ajustar a medicação para a hipertensão (25%) e tomar um calmante/ansiolítico.

O estudo da DECO PROTESTE revelou, ainda, que 72% dos inquiridos que relatam ser hipertensos têm familiares diretos com hipertensão arterial. Este dado não está necessariamente relacionado com a possível vertente genética da doença, mas, provavelmente, sim, com o facto de os membros de um agregado familiar partilharem, durante vários anos, os mesmos hábitos. E, como tal, a probabilidade de haver mais do que um hipertenso numa família de um doente diagnosticado é elevada. Daí a importância de trabalhar a família no controlo e na prevenção da hipertensão arterial.

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