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Teste rápido de antigénio, RT-PCR, autoteste e serológico: veja as diferenças

Os testes rápidos de antigénio de uso profissional (TRAg) são gratuitos desde que prescritos pelo Serviço Nacional de Saúde. Veja o que distingue os vários tipos de testes à covid-19 disponíveis.

Teste covid-19

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A elevada cobertura vacinal alcançada e a favorável evolução epidemiológica permitiram progredir para um modelo de resposta focado na prevenção e no tratamento da doença grave de covid-19. De acordo com a avaliação do SNS24 ou do seu médico assistente, poderá ser prescrito um teste à covid-19, sobretudo se estiver num dos seguintes grupos:

  • grávidas;
  • recém-nascidos;
  • crianças com menos de dois anos, com patologia cardíaca;
  • doentes com imunossupressão ou com condição de risco grave e sem esquema vacinal primário completo;
  • doentes que realizaram anticorpos monoclonais contra a covid-19 nos últimos 180 dias (seis meses);
  • doentes com alta para estruturas residenciais para pessoas idosas (ERPI) ou unidades similares;
  • cuidadores de doentes com imunossupressão grave ou pessoas idosas não vacinadas;
  • profissionais de saúde.

Mas os testes à covid-19 não são todos iguais e nem todos têm valor de diagnóstico. Uns são feitos em casa pelo próprio indivíduo, outros podem ser feitos em farmácias e laboratórios e outros só em laboratório, em ambiente controlado, e o custo de cada pode variar consideravelmente. 

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Que tipo de testes à covid-19 existem?

Há quatro tipos de testes disponíveis: testes moleculares de amplificação de ácidos nucleicos (TAAN); testes rápidos de antigénio (TRAg) de uso profissional; autotestes e testes serológicos. O seu desempenho depende muito do contexto clínico e epidemiológico em que são utilizados.  

Em traços largos, os testes à covid-19 podem dividir-se entre os que são projetados para diagnosticar uma infeção atual e os que têm como objetivo determinar se a pessoa já teve contacto com o novo coronavírus

Testes rápidos de antigénio de uso profissional

Os testes rápidos de antigénio (TRAg) de uso profissional desenvolvidos para o diagnóstico do SARS-CoV-2 visam detetar proteínas específicas do vírus produzidas no trato respiratório. São realizados através da colheita de amostras de exsudado (normalmente, da nasofaringe) com uma zaragatoa.

Devem ser utilizados nos primeiros cinco dias (inclusive) de doença, de modo a diminuir a probabilidade de obtenção de resultados falsos negativos. Estes testes têm melhor desempenho em doentes com cargas virais mais elevadas, o que acontece geralmente na fase pré-sintomática (um a três dias antes dos sintomas) ou nos primeiros cinco a sete dias de sintomas.

Autotestes para a deteção de infeção por SARS-CoV-2

Os autotestes são testes rápidos de antigénio com execução técnica de baixa complexidade, que permitem a sua utilização pelo consumidor. Por regra, é necessária a recolha de “material biológico” no interior do nariz com uma zaragatoa, que, depois, é processado de acordo com as indicações. É importante seguir à risca todos os passos descritos no folheto, para que os resultados sejam fiáveis.

 

Testes moleculares ou testes de PCR

Os testes moleculares de amplificação de ácidos nucleicos (TAAN) desenvolvidos para o diagnóstico de infeção por SARS-CoV-2 são testes de pesquisa de RNA viral (o genoma do SARS-CoV-2) ou testes RT-PCR. Trata-se do método de referência para a deteção de RNA viral do SARS-CoV-2, que permite concluir que alguém está infetado com este vírus, ou seja, que tem covid-19.

No grupo dos testes moleculares de amplificação de ácidos nucleicos incluem-se os RT-PCR convencionais, feitos em tempo real, e os RT-PCR em circuito fechado, que são testes de amplificação de ácidos nucleicos, realizados geralmente em equipamentos portáteis, que permitem um resultado mais rápido quando comparados com os testes ditos "convencionais".

Para a realização destes testes moleculares, os profissionais habilitados recolhem, com o auxílio de uma zaragatoa, amostras do trato respiratório superior e/ou inferior para a eventual deteção de RNA viral. A evidência científica atual mostra que o RNA de SARS-CoV-2 pode ser identificado um a dois dias antes do início dos sintomas, podendo persistir, nos casos moderados, até oito a 12 dias depois do início da doença (embora existam casos reportados de deteção de RNA após o 28.º dia de infeção). Dependendo da capacidade do laboratório, os resultados do teste podem ser conhecidos no prazo de 24 horas após a sua requisição.

O teste de amplificação de ácidos nucleicos (TAAN) deve ser reservado para o contexto intra-hospitalar, na ausência ou incapacidade de utilização de TRAg.

Testes serológicos 

Os testes serológicos, feitos a partir de análise de amostra de sangue, detetam a presença de anticorpos (produzidos durante uma resposta imunitária à doença) e não estão recomendados para o diagnóstico de novos casos de covid-19. 

Até à data, não há dados científicos suficientes que permitam deduzir se esses anticorpos conferem imunidade de longa duração. Apesar da sua limitada utilidade clínica, estes testes podem ser utilizados em estudos epidemiológicos populacionais e de investigação.

Para se verificar se existe ou não infeção com SARS-CoV-2, é preciso realizar outros tipos de testes, tais como os testes moleculares de amplificação de ácidos nucleicos (TAAN), os testes rápidos de antigénio (TRAg) e os autotestes.

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Quais os testes à covid-19 mais fiáveis?

A fiabilidade dos testes à covid-19 mede-se, geralmente, por dois critérios: a sua sensibilidade (ou seja, a capacidade de detetar pessoas infetadas) e a sua especificidade (o número de falsos positivos que pode eventualmente indicar). 

Como em todos os testes laboratoriais, existem vários aspetos que podem condicionar a fiabilidade dos resultados dos testes RT-PCR. A probabilidade de um resultado positivo varia consoante o tipo de amostra biológica, a qualidade da colheita e a quantidade de RNA viral presente numa determinada localização anatómica e em cada fase e gravidade da doença. 

Os testes rápidos de antigénio (TRAg) de uso profissional, em princípio, têm uma menor sensibilidade do que os testes moleculares (RT-PCR), particularmente quando a carga viral é mais baixa. Sobretudo no início da infeção, a deteção da presença de uma proteína do SARS-CoV-2 pode ocorrer mais tarde do que a identificação do RNA viral por RT-PCR. Contudo, quando a carga viral é elevada (nos dias que antecedem os sintomas e nos cinco a sete dias depois do aparecimento dos mesmos), o potencial destes testes aumenta.  

Em Portugal são aceites os TRAg que apresentem uma sensibilidade igual ou superior a 90% e uma especificidade igual ou superior a 97% (comparativamente com os TAAN). Os autotestes, que também detetam antigénio, têm uma sensibilidade mínima de 80% e uma especificidade igual ou superior a 97 por cento.

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Com um teste rápido negativo, preciso de fazer um RT-PCR? E se for positivo?

As pessoas com teste negativo para covid-19 devem manter as medidas básicas de prevenção e controlo de infeção, enquanto mantiverem sintomas de infeção respiratória. Os resultados positivos nos TRAg valem como diagnóstico da covid-19, não sendo necessário realizar um RT-PCR.

Já no caso dos autotestes, se o resultado for positivo e apresentar sintomas ligeiros devem adotar as medidas de prevenção e controlo de infeção. Em caso de febre ou tosse persistente ou produtiva em pessoas com condições associadas a risco de doença grave, deve contactar o SNS24 (800 24 24 24) para ser reencaminhado para os cuidados de saúde primários. Também deve contactar a linha se apresentar dispneia ou sinais de dificuldade respiratória, sintomas de alarme (febre que não cede a antipiréticos, cianose, hipotensão e vómitos frequentes) ou imunossupressão grave.

O Serviço Nacional de Saúde disponibilizou um formulário para que o consumidor possa comunicar os resultados positivos de autotestes. 

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Como posso saber os resultados dos testes?

Em Portugal, os resultados dos testes são disponibilizados e comunicados ao utente através de mensagem SMS, boletim de resultado, e-mail ou outra via. Por norma, os resultados dos TRAg são obtidos 15 a 30 minutos após a sua realização e os RT-PCR, 24 horas depois.

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Qual o preço de um teste à covid-19?

Os utentes com prescrição médica do Serviço Nacional de Saúde para a realização de um teste à covid-19 estão isentos do seu pagamento. Para os restantes, os preços podem variar bastante de acordo com o local efetuado e o tipo de teste. Regra geral, os testes de pesquisa de antigénio e os autotestes são mais baratos, sendo os RT-PCR mais dispendiosos.

Os autotestes podem ser adquiridos em farmácias e locais de venda de medicamentos não sujeitos a receita médica autorizados e também em supermercados e hipermercados, desde que sejam garantidas as condições definidas pelo fabricante na informação constante na rotulagem e/ou no folheto informativo.

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A seguradora comparticipa os testes à covid-19?

A comparticipação do teste vai depender da seguradora e dos motivos que levarem o utente a fazê-lo. Se vai realizar um teste de diagnóstico à covid-19 do tipo RT-PCR devido à necessidade de ser submetido a uma intervenção cirúrgica ou a um procedimento invasivo numa instituição privada, por exemplo, contacte a sua seguradora. Algumas podem comparticipar o teste nestas situações, desde que prescrito por um médico. 

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