Infeções sexualmente transmissíveis: o que são, sintomas e tratamentos
Os casos de infeções sexualmente transmissíveis continuam a aumentar na Europa, mas a maioria não apresenta sintomas, o que dificulta a deteção e atrasa o tratamento. Conheça os fatores de risco, que tratamentos estão disponíveis e o que fazer para as prevenir.

Todos os dias, mais de um milhão de infeções sexualmente transmissíveis são adquiridas em todo o mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), e, em 2023, o número de casos notificados na Europa continuou a aumentar. Segundo os mais recentes relatórios do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC, na sigla em inglês), entre 2022 e 2023, os casos notificados de sífilis aumentaram 13% e os de gonorreia 31 por cento. Apesar de, em 2023, se ter observado um abrandamento no aumento das notificações de clamídia, esta continua a ser a infeção sexualmente transmissível bacteriana mais comum na Europa.
De acordo com o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças, estes dados demonstram a necessidade de informar a população para a forma como estas infeções são transmitidas e melhorar a prevenção, o acesso a testes de diagnóstico e o tratamento.
Saiba o que são infeções sexualmente transmissíveis, como se manifestam e que tratamentos estão disponíveis.
Voltar ao topoO que são infeções sexualmente transmissíveis?
As infeções sexualmente transmissíveis são doenças causadas por micro-organismos, como bactérias, vírus e parasitas, e que são transmitidas, principalmente, através do contacto sexual, seja este oral, vaginal ou anal, sem o uso do preservativo.
A expressão "infeção sexualmente transmissível" passou a ser adotada em substituição de "doença sexualmente transmissível" para destacar a possibilidade de ter e transmitir uma infeção mesmo quando não há sintomas. Atualmente, existem mais de 30 infeções identificadas como sexualmente transmissíveis. Contudo, algumas destas infeções também podem ser transmitidas de outras formas, por exemplo, pelo contacto com fluidos corporais, a partir de sangue e tecidos infetados, ou de mãe para filho durante a gravidez, o parto ou a amamentação.
Voltar ao topoQuais os fatores de risco associados a estas infeções?
Qualquer pessoa sexualmente ativa pode contrair uma infeção sexualmente transmissível. No entanto, há vários fatores de risco associados à transmissão destas infeções, como:
- o comportamento sexual individual. O contacto sexual oral, vaginal ou anal sem o uso do preservativo ou as relações sexuais com múltiplos parceiros aumentam a probabilidade de contrair uma infeção sexualmente transmissível;
- a falta de informação, nomeadamente sobre a sexualidade e os riscos de determinadas práticas;
- ou os antecedentes de infeções sexualmente transmissíveis. É comum que uma pessoa que tenha tido uma destas infeções continue a ter os mesmos comportamentos de risco.
Quais os sintomas?
A maioria das infeções sexualmente transmissíveis não apresenta sintomas, um dos principais motivos pelos quais os indivíduos infetados muitas vezes desconhecem que estão infetados e transmitem a infeção a outros. Já nos casos em que existem sintomas, estes podem ser pouco específicos, o que dificulta o correto diagnóstico. Apesar disso, quando são diagnosticadas cedo, estas infeções são, regra geral, facilmente tratadas.
Nos casos em que existem sintomas, estes podem aparecer logo após o contacto sexual ou demorar semanas, meses ou anos a surgir. Além disso, há casos em que desaparecem sem qualquer tratamento, mas a infeção permanece no organismo.
Entre os principais sintomas ou manifestações das infeções sexualmente transmissíveis estão:
- úlceras e verrugas genitais e extra genitais;
- corrimento vaginal (nas mulheres) ou exsudado uretral (nos homens);
- ardor ou dor ao urinar;
- dor abdominal;
- ou dor durante e após o ato sexual.
Quando não tratadas, algumas infeções sexualmente transmissíveis podem provocar doenças ou consequências graves, incluindo complicações neurológicas, infertilidade, doença inflamatória pélvica, dor crónica, entre outras. Nas grávidas, podem provocar aborto, parto prematuro ou passar para o feto.
Voltar ao topoComo se tratam as infeções sexualmente transmissíveis?
Algumas infeções sexualmente transmissíveis exigem a toma de medicamentos, como antibióticos ou antivirais, e a realização de alguns procedimentos médicos específicos.
O tratamento depende da infeção sexualmente transmissível contraída. Nalguns casos, o objetivo pode ser curar a infeção. Noutros, impedir a sua progressão da infeção. Doenças sexualmente transmissíveis como a clamídia, a gonorreia, a sífilis e a tricomoníase são curáveis. Já as infeções pelos vírus da hepatite B, o vírus Herpes simplex, o vírus da imunodeficiência humana (HIV) e o vírus do papiloma humano (HPV) não são curáveis, e o seu tratamento tem o objetivo de controlar a infeção e os seus efeitos a longo prazo.
Voltar ao topoComo prevenir?
A forma mais eficaz de prevenir as infeções sexualmente transmissíveis é através da prática de relações sexuais seguras. A utilização de preservativo masculino (para uso externo) é um dos métodos contracetivos mais eficazes na prevenção das doenças sexualmente transmissíveis. Existem também preservativos internos (que se colocam no interior da vagina) e preservativos para sexo oral. No entanto, o uso de preservativo não protege contra todas as infeções sexualmente transmissíveis. No caso da sífilis ou de uma infeção pelo vírus do papiloma humano (HPV) ou pelo vírus Herpes simplex, por exemplo, as lesões podem surgir em diferentes áreas do corpo, e a sua transmissão pode ocorrer por contacto direto com a pele e as mucosas lesadas. Além disso, no caso das infeções pelos vírus do papiloma humano (HPV) e da hepatite B, a vacinação também é um método de prevenção eficaz.
Além disso, deve:
- ir ao médico regularmente para fazer rastreios e diagnosticar e tratar precocemente uma possível infeção sexualmente transmissível;
- evitar ter relações sexuais, mesmo protegidas, quando há suspeita de uma infeção sexualmente transmissível;
- fazer um rastreio a infeções sexualmente transmissíveis se tiver um novo parceiro sexual;
- e abster-se de ter relações sexuais durante o período indicado pelo médico se estiver a fazer o tratamento para uma infeção sexualmente transmissível. Nestas situações, os contactos de risco também devem ser rastreados e, eventualmente, tratados.
Suspeito que tenho uma infeção sexualmente transmissível. O que fazer?
Se é sexualmente ativo e suspeita de que possa ter estado exposto a uma infeção sexualmente transmissível ou se detetou algum sintoma, deve idealmente consultar o seu médico assistente. Caso se justifique, pode contactar o SNS 24, que poderá ajudá-lo a avaliar a necessidade de se deslocar a um serviço de urgência. Depois de realizar os testes de diagnóstico, o médico deverá indicar-lhe o tratamento mais adequado e poderá referenciá-lo para uma consulta especializada.
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