Exmos. Senhores,
Venho por este meio apresentar uma reclamação formal contra a empresa PCDIGA, relativamente ao processo de assistência técnica de um computador adquirido em dezembro de 2024, na loja da PCDIGA sito na R. Pedro e Inês Nº11, 1990-074 Lisboa.
No dia 23 de setembro de 2025, entreguei o equipamento na loja para resolução de uma falha de funcionamento, ainda dentro do período de garantia legal. A empresa através do pedido de assistência nº 8000007240, informou que o problema residia na Motherboard, alegadamente com pinos tortos, e que tal situação não estaria coberta pela garantia. Foi-me sugerida a aquisição de uma nova Motherboard Micro- Atx Msi Pro B650M-B SktAM5, com o preço de 109,90€ através de link disponibilizado no email, acrescida de 39,90€ pela montagem.
Contestei esta avaliação, por considerar que:
1. O computador foi adquirido pré-montado, precisamente por não possuir conhecimentos técnicos para montagem ou intervenção no hardware.
2. O equipamento é utilizado exclusivamente por um menor de 12 anos, que também não possui qualquer conhecimento técnico.
3. O computador nunca foi aberto ou manipulado desde a compra, facto corroborado pelo técnico da loja que referiu a presença de pó acumulado.
4. A falha ocorreu de forma espontânea, com o aparecimento de um ecrã cinzento com opções desconhecidas, seguido de um ecrã negro com cursor intermitente, sem qualquer intervenção física no equipamento.
Posteriormente após troca de emails com a equipa de suporte e contestação da minha parte dos factos, a empresa alegou que o equipamento apresentava pasta térmica recente e em excesso, o que indicaria abertura e montagem incorreta por parte do utilizador.
Esta alegação é falsa e contraditória, pois:
• Nunca foi feita qualquer intervenção no equipamento por mim ou pelo utilizador final.
• A montagem foi realizada pela própria PCDIGA, no momento da compra.
• A presença de pó acumulado reforça que o equipamento não foi aberto.
• A empresa não apresentou qualquer prova técnica, como fotografias, relatório detalhado ou perícia independente, que comprove a alegada intervenção externa.
Na minha última comunicação, solicitei o contacto com um responsável pelo serviço prestado, demonstrando abertura para diálogo e resolução. Em resposta, a empresa encerrou unilateralmente o pedido de suporte, sem apresentar qualquer solução ou abertura para reavaliação, remetendo-me apenas para a loja física.
Nos termos do Decreto-Lei n.º 84/2021, que regula os direitos dos consumidores na compra de bens móveis, o vendedor é responsável por defeitos que se manifestem no prazo de três anos após a entrega do bem, salvo prova de uso indevido — o que claramente não se verifica neste caso.
Solicito intervenção junto da PCDIGA para:
• Garantir a reparação gratuita do equipamento, conforme previsto na legislação.
• Ou, em alternativa, a substituição do produto ou reembolso, caso a reparação não seja possível.
• Avaliar a conduta da empresa no âmbito da defesa dos direitos dos consumidores, nomeadamente no que respeita à transparência dos diagnósticos técnicos, à responsabilização por erros de montagem e à forma como encerram processos de suporte sem resolução.
Adicionalmente, após pesquisa em plataformas públicas de reclamação como a DECO Proteste, Portal da Queixa, Trustpilot e fóruns como o Reddit, constatei que existem várias reclamações semelhantes à minha, nomeadamente:
• Recusa de garantia com base em alegados pinos tortos na motherboard, mesmo em equipamentos pré-montados e sem qualquer intervenção do cliente.
• Alegações de pasta térmica mal aplicada, utilizadas como justificação para exclusão da garantia, sem qualquer prova técnica ou contraditório.
• Encerramento unilateral de pedidos de suporte, sem resolução efetiva ou contacto com responsáveis técnicos.
• Substituição de componentes por unidades usadas ou defeituosas, contrariando o direito à reposição da conformidade previsto na legislação.
• Má conduta técnica e diagnósticos errados, que resultam em custos adicionais injustificados para o consumidor.
Estes casos aparentemente demonstram um padrão de atuação, que compromete a confiança dos consumidores e levanta sérias dúvidas quanto à qualidade e integridade do serviço pós-venda da PCDIGA. Por este motivo, solicito análise não só do meu caso, mas também do comportamento sistemático da empresa no tratamento de garantias e assistência técnica.
Com os melhores cumprimentos,
David Simões