Sou cliente da Goldenergy há pouco mais de um ano. Verifiquei recentemente que o valor kW/h da minha fatura não correspondia ao valor tabelado e publicamente disponível no site da empresa.O valor que me tem vindo a ser cobrado desde o início do contrato, em abril de 2022, mantém-se hoje, agosto 2023, intacto nos 0,1665€, quando deveria corresponder, segundo os valores tabelados da Goldenergy a 0,1299€ kW/h (valor correspondente ao que deveria ser o meu tarifário, acrescido de um desconto de 12% por ter débito direto e fatura eletrónica).Perante tal disparidade, contactei diretamente a empresa, que me confirmou que o meu tarifário estaria desatualizado e, correspondendo a um tarifário de 2022, mantenho-me a pagar preço base antigo. Confirmou-me também a operadora da Goldenergy em questão que para que os clientes possam usufruir dos valores atualizados (neste caso mais baixos), teriam que manifestar, junto da empresa, a vontade de alterar o tarifário e atualizar os valores. Mas a revelação mais chocante foi a que se seguiu: a operadora admitiu que, ao contrário do que acontecera noutras ocasiões, a empresa não está a notificar diretamente os clientes, avisando-os de que existe uma tabela atualizada mais vantajosa.Ora isto parece-me um comportamento abusivo, de uma total falta de transparência. Torna-se ainda mais chocante quando se olha à volta e se percebe que em momento algum, as empresas, sobretudo as do setor energético, têm qualquer pudor em atualizar os tarifários — e não olham a meios, custos ou obstáculos para o fazer — quando os valores kW/h aumentam.A justificação dada pela empresa foi de que não pode efetuar este tipo de alterações contratuais de forma automática, necessitando para isso de consentimento do cliente. Ora se o cliente não é notificado dessa mesma alteração, será complicado poder agir em conformidade. O que se torna mais chocante é que as próprias condições contratuais prevêm precisamente os casos em que a Goldenergy “pode livremente proceder a alterações no Preço a pagar pelo Cliente”: ora se a empresa pode agir em conformidade e alterar os termos em caso de novos custos, encargos, taxas ou impostos e também caso haja “alteração dos custos de aquisição de energia elétrica” entre outros — o que impede afinal que a Goldenergy, numa ação transparente e de lealdade para com os seus clientes, efetive a atualização da baixa dos preços? Ou, no limite, proceder a um mínimo básico de lealdade que seria o de notificar, pelos meios próprios e previstos no contrato (através do número telefónico ou por email), os clientes sobre a atualização da tabela?Deixo à vossa consideração esta situação que, podendo ou não ser um caso de ilegalidade, será certamente um caso de falta de transparência e de má-fé do operador.