Exmos. Senhores,
Na manhã de dia 14 de março acordei com cólicas terríveis, percebo que não consigo tocar na barriga nem me manter em pé sozinha. Logo para a saúde 24 e sou encaminhada para observação no hospital de abrantes.
Chego ao hospital de abrantes e sou vista pelo Dr. Nivan Cerqueira. Sou observada em consulta onde aquando da apalpação do abdómen refiro dores horríveis e com choro associado. O Dr. Nivan disse para eu ir fazer um raio-x e análises (questiono o porquê de fazer um raio-X se a minha queixa era relativa a partes moles e que não seriam visiveis num Raio-X. O Dr. Nivan Cerqueira responde que é esse o procedimento do hospital). Entretanto começo com vómitos. Sou medicada com buscopan, metoclopramida e soro IV. Aguardo pelo resultado dos exames e tenho nota de alta com ênfase para beber bastante água que se trata de um quadro vírico provavelmente passado pela minha filha de 14 meses que anda na creche. Ao ver as minhas análises questiono os meus parâmetros inflamatórios que já estavam à data muito alterados e como poderia saber que não se tratava de uma apendicite visto que o local da dor aguda era exatamente do lado direito onde era o apêndice. O Dr. Nivan confirmou que não era porque as minhas análises eram excelentes e o meu abdómen super moldavel.
Venho para casa medicada com probioticos, paracetamol para a febre e buscopan.
Entre esta consulta e o dia 1 de abril, deixei de ter dor abdominal mas comecei a ter febre, prostração, cansaço. A 1 de abril deteto uma massa de tamanho 5cm no mesmo sítio onde tinha dor quando fui observada pelo Dr. Nivan. Fui por minha iniciativa fazer uma ecografia abdominal e fui internada de urgência no Hospital CUF Santarém por se tratar de uma apendicite aguda com abcesso de 5 cm e 15 dias de evolução.
Tive 7 dias internada, com antibioterapia, com dreno. Estou neste momento de baixa e por se ter tratado de uma cirugia de alto risco, estou a ter uma recuperação lenta e a cicatriz do apendice infectou, estando a ter uma cicatrização mais complexa.
Reclamo a ética profissional do Dr. Nivan Cerqueira e o porquê de perante a minha queixa à apalpação na zona do apêndice e os parãmetros leucocitários extremamente alterados, eu não ter sido reencaminhada para o serviço de cirurgia, onde me poderiam ter feito TAC ou Ecografia e onde poderia ter sido de imediato operada, numa cirurgia mais simples, sem necessidade de tanto tempo de internamento e sem uma exposição tão severa a antibióticos.
Lamentável ter sido vista por este profissional que questiono se efectivamente é médico, uma vez que no tempo em que estive a ser medicada no hospital mais duas senhoras tiveram alta com quadro de "viroses".
Atenciosamente,
Catarina
