O meu nome é Carlos Manuel de Oliveira dos Santos Silva, sou cidadão nacional com o nº 10046781, trabalhador, contribuinte, com 44 anos de idade. Venho desta forma manifestar a minha reclamação, a minha repudia, a minha revolta sobre o seguinte assunto:Efetuei reserva de um imóvel na Av. Manuel Alpedrinha, nº 14, 3º A, em Amadora, em 23 de agosto de 2017 através da agência imobiliária ERA, entregando para o efeito um cheque no valor de 2.500 Euros. Efetuei pedido de crédito bancário à Caixa Geral de Depósitos, à qual passei a ser cliente nº 161723606. Cumpri com todos os requisitos necessários para a aquisição do imóvel em questão, apesar das dificuldades que me foram colocadas para conseguir um crédito habitação em virtude da vida me ter tornado um doente oncológico e também pelo baixo rendimento que aufiro em virtude de ser mais um funcionário público com o salário e a carreira congelada há diversos anos pelos governantes do meu país. Estamos em janeiro de 2018 e passados 5 meses (cinco meses!) desde a reserva, a escritura do imóvel foi cancelada 6 vezes (seis vezes!). Leu bem, seis vezes.Inicialmente a escritura foi cancelada pela Caixa Geral de Depósitos porque o imóvel tinha um problema relacionado com a insolvência de um dos proprietários do imóvel, situação que a agência não me reportou aquando da reserva e aparentemente não comunicou à entidade bancária. Por este motivo, a escritura foi cancelada mais duas vezes pela imobiliária enquanto resolviam o problema que tinham conhecimento existir com o imóvel. Seguidamente, a escritura voltou a ser cancelada mais uma vez numa véspera porque segundo a imobiliária, um dos herdeiros / proprietários do imóvel não podia estar presente porque ia apanhar azeitonas e não ia perder os “40 euros que ia ganhar nesse dia”. Sim, leu bem, isto foi literalmente a justificação que me foi dada pela imobiliária. Seguidamente, a escritura voltou a ser cancelada mais uma vez na véspera porque segundo a imobiliária, um dos herdeiros não tinha apanhado o avião no dia anterior à escritura (!) desde a Argélia para se apresentar na escritura o dia seguinte. Pelo meio e após várias reclamações da minha parte, sou mandado pelos representantes da imobiliária ERA, a ter calma e para “não me preocupar com nada” e inclusive, que eu estava se calhar “a exagerar um bocadinho”. A certa altura do processo, ainda tiveram a petulância de recomendar que eu fosse para uma pensão, em vez de tentarem resolver o problema que me criaram. Os meses foram passando e financeiramente cheguei a um ponto de rutura, em que já tive de pedir dinheiro emprestado para pagar tratamentos no hospital e para poder pagar o aluguer de uma casa que entretanto tive de passar a viver e onde pago 450 euros por mês, que é mais de metade do meu salário (!). Devido a esta situação, passei a ter problemas de hipertensão, problema que nunca tinha tido antes na minha vida e que é o resultado de toda esta pouca vergonha que tem sido lidar com a imobiliária ERA e a Caixa Geral de Depósitos, tendo ido várias vezes nos últimos 5 meses às urgências com episódios graves. A agência ERA Alfragide e a Caixa Geral de Depósitos, comunicam maioritariamente através de correio eletrónico, não prestam serviço direto ao cliente nem dão previsão para efetivação da compra do imóvel. O último cancelamento de escritura foi no dia 15 de janeiro de 2018, tendo sido desta vez da responsabilidade da Caixa Geral de Depósitos devido a uma incompetência no seu funcionamento administrativo.Escandalosamente, a Caixa Geral de Depósitos informou do cancelamento da escritura às 8:33h. do dia 15 de janeiro de 2018, tão somente duas horas e meia antes da hora marcada (!!) na conservatória para a efetivação da escritura. Perdi um dia de trabalho, que já ninguém me paga e nem sequer um pedido de desculpas formal me foi dado pelo banco. Sinto-me gozado e enxovalhado por estas duas instituições. Este processo não tem fim e estou desesperado. Necessito de uma casa para viver. Não entendo o funcionamento da imobiliária nem do banco, e quais as razões que têm levado a que este imóvel não me seja vendido ou que seja efetuada a escritura. Preciso que alguém me ajude, já gastei mais de 600 euros com custos de processo e desde que reservei o imóvel, já gastei mais de 4.000 euros em alugueres de casas que podia ter poupado se a escritura do imóvel que reservei já tivesse sido concretizada.No momento em que escrevo esta carta, já passaram dois dias desde o último cancelamento de escritura e nem uma palavra mereci ainda, da parte da imobiliária ERA, nem da Caixa Geral de Depósitos. Nada. Sou tratado como se não fossemos todos seres humanos, isto tem sido indecente e uma humilhação completa e peço a quem leia estas palavras que faça algo pois isto já é uma questão de humanidade. Eu preciso desesperadamente de uma casa para viver.Alguém tem de ser responsabilizado por todo o mal que me tem sido imposto com este processo. Apenas quero viver a minha vida. Alguém me ajude, POR FAVOR.À atenção de alguémCom os melhores cumprimentos,