Ex.mas/os Senhoras/es,Venho denunciar a falta de respeito pelos direitos do consumidor e a fuga à assunção de responsabilidades, por parte da Companhia de Seguros AGEAS, pelo que passo a descrever sucintamente:Em julho de 2017, fui vítima de lesão no ombro direito, ao serviço da Junta da União de Freguesias de Faro, acidente presenciado por um meu colega, também membro do Executivo da referida Junta.Inicialmente, não dei grande importância à lesão, por estar habituado a “conviver” com lesões associadas à prática desportiva. Todavia, porque as dores não passavam, em agosto desse ano, queixei-me ao médico de família. A ecografia prescrita revelou uma rotura do tendão supra-espinhoso do ombro direito. Tendo consultado três ortopedistas (com vista a uma segunda e terceira opiniões), após o resultado das ressonâncias magnéticas prescritas, foi unânime a confirmação da lesão acima referida.Dada a gravidade da lesão, e uma vez que a Junta de Freguesia contraíra um seguro para os funcionários e autarcas, os respetivos serviços aconselharam-me a contactar a Companhia de Seguros AGEAS, o que fiz, junto da delegação da Companhia, em Faro, em novembro de 2017.Após entrega da documentação e relatórios clínicos, a Companhia assumiu a responsabilidade pelas despesas decorrentes do acidente, sendo que, em 15/05/2018, a AGEAS me enviou mail onde consta:“Assunto analisado e enquadrado na ocorrência participada. Ficamos aguardar envio das despesas originais, para o processo e à morada indicada neste email. Se o pagamento for aceite por transferência, agradecemos o favor de nos facultar o documento bancário identificando o detentor da conta e NIB.”Em mail enviado pela AGEAS, em 28/08/2018, consta:“(...) Recebidas as despesas medicas de consultas, exames e medicamentos emitimos nesta data o recibo de € 53,77 que respeita somente às despesas medicas e alguns exames.” Em 20/12/2018, recebi da AGEAS a seguinte resposta: “Ficamos com o registo da sua informação que desde já agradecemos, aguardando novas despesas que com toda a certeza para o ano de 2019 terá para enviar.”Muito embora tenha enviado, para a AGEAS, o IBAN e o documento identificador do detentor da conta, aquela Companhia nunca procedeu a qualquer pagamento.Mais, ao constatar que o tratamento da lesão passava pela sujeição a uma intervenção cirúrgica, a Companhia mudou de opinião, alegando que se trataria de uma lesão devido a degenerescência. Sem qualquer fundamento, a AGEAS excluiu a possibilidade de a lesão ter origem traumática. Isto, não obstante sejam do conhecimento da Companhia todos os relatórios clínicos, em particular os de três médicos (dois deles ortopedistas) onde consta que a lesão contraída:– se relaciona com o acidente e com a data indicada do acidente– é uma omalgia direita, desde julho de 2017, após traumatismo ao fechar porta de carrinha– é uma omalgia direita pós-esforço.A AGEAS decidiu marcar-me uma consulta com um ortopedista da sua confiança, o qual, na sequência da observação e dos exames até então realizados, confirmou a lesão mencionada. Na sequência da referida consulta, no dia 04/03/2019, a AGEAS enviou-me um mail onde consta:“Da consulta havida dia 27.02, o medico Dr. Carvalho da Silva, solicitou aconselhamento do corpo clinico desta seguradora para cofirmação e aval da cirurgia embora possa não ser feita por nós diretamente mas em reembolso.”O médico acima referido marcou-me uma consulta com um ortopedista, com vista a prosseguir no caminho da intervenção cirúrgica. Mais, escreveu que [o doente] aceita cirurgia que lhe foi proposta.Sem qualquer fundamento, a consulta marcada pelo médico de confiança da AGEAS foi anulada pela própria Companhia.A AGEAS chegou, inclusivamente, a afirmar – contrariando o que escreveu o médico da sua confiança – que a cirurgia tinha sido anulada por minha iniciativa!!! Resulta a contradição de a Companhia, supostamente, ter dado luz verde para uma cirurgia, para tratamento de lesão... de que não assumira a responsabilidade!Com o intuito claro de me vencer pelo cansaço, a estratégia da AGEAS consistiu em submeter-me a um longo calvário e desgaste emocional (desde há mais de cinco anos), com pedidos de relatórios e mais relatórios clínicos, esclarecimentos e mais esclarecimentos.Obviamente, de nada valeram, uma vez que à AGEAS só interessa insistir, obstinadamente, na tese da “degenerescência”. Como é de calcular, a AGEAS sempre ignorou a existência da testemunha ocular...Na sequência das minhas reclamações, no passado mês de março, a AGEAS enviou-me um mail onde consta:“Submetida a documentação clínica recebida à análise dos nossos serviços clínicos, cumpre-nos informar que para reanalisarmos a nossa posição, necessitamos do envio do relatório médico do ortopedista a explicar o mecanismo de lesão, assim como o tratamento cirúrgico efetuado.”Marquei consulta para o ortopedista a quem inicialmente recorri. Na sequência da consulta, foi elaborado o relatório, que anexo, o qual é elucidativo sobre a origem traumática da lesão. No passado dia 5 de maio, enviei o referido relatório à AGEAS.Apenas recebi uma resposta automática, na hora:“Agradecemos a sua mensagem.Estamos a analisar e responderemos brevemente.”Até hoje, passados quase quatro meses, não recebi mais qualquer resposta da AGEAS, o que é elucidativo do modus operandi desta Companhia.Recorrentemente, com exceção das “respostas automáticas”, a AGEAS demora meses nas respostas, as quais, por vezes, só são dadas após insistente questionamento, inicialmente, com deslocações à delegação da Companhia, em Faro, e por via telefónica.Receio que a estratégia da AGEAS esteja subordinada ao objetivo de que o assunto prescreva.Daí a minha decisão de recorrer ao apoio da DECO, para a justa resolução do problema, a qual não poderá deixar de passar por ser ressarcido patrimonial e moralmente pelos danos sofridos.Antecipadamente grato.Os meus melhores cumprimentos,Augusto A N O Taveira