Dicas

Como calcular e reduzir o custo energético do ar condicionado

Os custos de funcionamento do ar condicionado podem variar drasticamente entre modelos. Saiba como calcular o custo energético do ar condicionado, quais os fatores que mais contribuem para o consumo de eletricidade e ainda como reduzir a fatura.

mulher sentada num sofá a colocar o ar condicionado a trabalhar

iStock

O aquecimento e arrefecimento da temperatura ambiente representam cerca de 24% do consumo de energia nos lares portugueses. A boa notícia é que bastam algumas pequenas mudanças para reduzir o consumo e os custos com aparelhos elétricos, bem como a sua pegada de carbono. Se está a pensar investir num aparelho de ar condicionado, é importante que saiba qual o consumo de eletricidade previsto e como pode reduzir essa fatura.

Como calcular o custo energético?

A capacidade de um aparelho de ar condicionado para aquecer e arrefecer é, regra geral, expressa em quilowatts (kW). Esta capacidade pode também ser representada em BTU/h (British Thermal Units por hora). Para converter este valor para kW, basta multiplicá-lo por 0,293 e depois dividir por 1000.

No entanto, a capacidade do ar condicionado é diferente da potência de entrada (geralmente, representada em watts): indicada na ficha técnica do aparelho, esta refere-se à potência necessária para produzir a potência de refrigeração e aquecimento indicada. É esta a unidade que deve considerar para calcular o custo energético do aparelho, visto que se traduzirá na energia consumida pelo equipamento e, regra geral, é apresentada num intervalo entre o valor mínimo e máximo (por exemplo, entre 500 watts e 1500 watts).

Se considerarmos o seu funcionamento durante uma hora, o consumo de energia elétrica poderá então variar entre 500 Wh e 1500 Wh (a energia consumida resulta da multiplicação da potência de entrada pelas horas de funcionamento). As contas de eletricidade expressam o seu consumo em quilowatts-hora (kWh), pelo que deverá dividir estes valores por 1000 – ou seja, 0,5 kWh e 1,5 kWh. Para calcular os custos, pode considerar que o consumo de energia corresponde à média destes dois valores (soma os dois valores e depois divide por 2), e obtém 1kWh (0,5 kWh + 1,5 kWh = 2 kWh/2 = 1 kWh). Embora o custo da eletricidade seja variável, se assumirmos que 1 kWh custa cerca de 19 cêntimos, será este o valor a pagar por cada hora de utilização do aparelho de ar condicionado. Se for ligado diariamente durante quatro horas, este aparelho de condicionado poderá ter um custo mensal de cerca de 24 euros.

Lembre-se de que o consumo de energia para aquecer ou arrefecer uma divisão até à temperatura desejada, varia de acordo com as características da mesma, pelo que não está dependente apenas do próprio aparelho. Por esse motivo, dificilmente conseguirá um cálculo preciso. A localização da casa, a existência de isolamento térmico, a temperatura exterior e a temperatura interior desejada também impactam significativamente no desempenho do ar condicionado e, consequentemente, o seu custo energético.

Já do lado do aparelho, há vários fatores que contribuem para o seu consumo de energia e que devem ser analisados antes da compra.

  • Tipologia do aparelho: se está a considerar comprar um aparelho de ar condicionado, lembre-se de que, embora sejam mais baratos, os aparelhos de ar condicionado portáteis tendem a ser menos eficientes do que os modelos fixos (split). Os modelos fixos, por terem melhor desempenho, apresentam custos de utilização inferiores.
  • Capacidade: expressa em quilowatts, indica a quantidade máxima de energia que o equipamento tem capacidade de fornecer por hora, para aquecimento e arrefecimento.
  • Potência de entrada: geralmente apresentada em watts, indica a potência elétrica consumida pelo equipamento.
  • Classe de eficiência energética: revela o desempenho energético do aparelho. Quanto melhor for a classe energética do aparelho de ar condicionado, menor será o consumo de energia. A eficiência energética de um aparelho de ar condicionado para arrefecimento é, regra geral, medida pelo seu índice de eficiência energética (EER). Este representa a relação entre a energia produzida e a energia consumida para este efeito. Quanto maior for o EER, melhor será a eficiência energética do aparelho. Já no caso do aquecimento, a sua eficiência é expressa pelo coeficiente de desempenho (COP), o qual traduz a relação entre a energia produzida e o consumo de energia para, neste caso, aquecer a divisão. Quanto maior o COP, melhor.
  • Tecnologia inverter: os modelos com tecnologia inverter consomem menos energia do que os aparelhos que não possuem esta tecnologia, permitindo manter uma temperatura confortável e estável.

Os nossos testes a aparelhos de ar condicionado têm em conta todos estes fatores na avaliação da eficiência de um determinado modelo. Veja no nosso comparador todos os modelos testados.

Comparar modelos de ar condicionado

O mesmo modelo pode ter custos de utilização diferentes

Os custos de eletricidade para modelos de ar condicionado semelhantes podem diferir em quase 50 euros por ano, dependendo do local onde reside (veja na tabela os custos para diferentes cenários). Essa diferença está relacionada com a energia necessária para manter a temperatura interior em níveis confortáveis, tendo em conta que esta é influenciada pelas características climatéricas de cada local. 

Custo ANUAL com energia DE UM APARELHO DE AR CONDICIONADO*     
Local               Capacidade de 2,5 kW    Capacidade de 3,5 kW
Lisboa 26 € - 46 € 40 € - 66 €
Porto  28 € - 52 € 44 € - 74 €
Guarda 46 € - 86 € 71 € - 120 €
*Estes cálculos foram realizados considerando a utilização dos equipamentos durante um ano e de modo a garantir determinadas necessidades de energia para aquecimento e arrefecimento no interior da divisão. Foi também tido em consideração o consumo de energia em standby. Considerou-se um custo de eletricidade de 0,19 €/kWh. Estes valores são indicativos e não têm em conta o custo do equipamento. 

Dicas para reduzir o custo energético do ar condicionado

Reduzir o custo energético do ar condicionado exige algum planeamento ainda antes de colocar o aparelho a funcionar. Em primeiro lugar, certifique-se de que escolhe a opção mais eficiente para a sua casa. Peça apoio profissional para garantir que o equipamento é o mais adequado para a divisão onde o pretende instalar. 

  • Se o aparelho estiver colocado numa divisão mal isolada, terá de trabalhar mais e, consequentemente, terá um custo energético superior.
  • Certifique-se de que as unidades estão corretamente instaladas. Uma unidade interior instalada numa parede não deve ter nenhuma obstrução para que o ar circule corretamente em toda a divisão. Já a unidade exterior não deve estar muito exposta a temperaturas extremas porque isso implica trabalhar mais e, portanto, gastar mais eletricidade.
  • Assegure-se de que faz manutenções regulares ao equipamento. Os filtros devem estar sempre limpos para que o ar condicionado funcione da forma mais eficiente possível.
  • Invista num aparelho de ar condicionado inteligente que possa ser ligado e desligado remotamente.
  • Em dias de muito calor, ligue o ar condicionado cedo em vez de esperar até que a casa fique muito quente, altura em que terá de trabalhar mais para atingir a temperatura desejada.
  • Se tiver um aparelho de ar condicionado centralizado ou de condutas, opte por climatizar apenas as divisões em que estejam pessoas ou mantenha as portas fechadas para que o ar circule apenas nas áreas em uso.
  • Mantenha a casa fresca e sombreada, fechando janelas, estores ou portadas nas horas de maior calor para que o seu aparelho de ar condicionado não precise de trabalhar em esforço e durante mais tempo para atingir a temperatura desejada.
  • Use o desumidificador. Por vezes, o problema não é a temperatura interior, mas sim os níveis de humidade. Ligando o ar condicionado no modo desumidificação, o ar ficará mais saudável e o consumo de energia será menor, conseguindo que as condições interiores fiquem mais confortáveis.
  • Melhore o isolamento da sua casa. Isto ajudará a manter a temperatura interior dentro de limites confortáveis, traduzindo-se numa diminuição da utilização de equipamentos para climatização e, consequentemente, numa redução da fatura de energia. 

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