Apenas 10% dos portugueses não recorrem a agências imobiliárias para comprar casa

Só um em cada dez dos inquiridos compraram um imóvel através dos anúncios nas próprias casas. Ou seja, mais pessoas recorreram mais à ajuda de plataformas online e de agências imobiliárias para comprarem casa: 32% acederam a plataformas online para o efeito e 31% visitaram os sites das agências imobiliárias, sendo que dois em cada dez dos inquiridos contrataram mesmo uma agência para procurar casa.

Estes são os resultados de um inquérito da DECO PROteste, realizado entre abril e maio de 2023, que tinha como objetivo recolher a experiência de consumidores que compraram ou venderam casa, incluindo a forma de pagamento através de crédito à habitação. No total, obteve 852 respostas válidas de pessoas que o fizeram nos últimos dez anos.

A maioria dos inquiridos comprou um apartamento (65%), sendo que foram também os apartamentos o tipo de habitação mais vendido (cerca de 65 por cento).

A preferência, quer para compra, quer para venda, são as casas na cidade, mas fora do centro (38% e 32%, respetivamente).Também em ambos os lados do negócio, os subúrbios arrecadam o segundo lugar, com 26% das casas compradas e 30% das vendidas. Já o centro da cidade aparece como terceira força geográfica, merecendo a preferência de 23% dos compradores e representando 25% dos vendedores inquiridos. O campo tem menos procura: só 12% das transações foram feitas nas zonas mais rurais.

O que é mais valorizado na compra de casa?

Cerca de 79% das habitações compradas pelos consumidores inquiridos foram em segunda mão, sendo que três quartos utilizaram-na como primeira habitação. Os apartamentos com 135 metros quadrados, em média, foram os mais comprados.

Segundo os compradores inquiridos, os três critérios mais importantes para escolher uma casa são o preço (9 pontos de importância, numa escala de 1 a 10), a localização (8,9) e a área, número de quartos e planta (8,1). Estes fatores interessam também a quem vende, pois não há melhor forma de fazer um negócio do que saber o que procura o comprador.

Há mais compras de casas através de agências imobiliárias

Depois de escolher a casa ideal, 28% dos inquiridos trataram do negócio diretamente com o dono. Porém, a maioria (64%) contou com a ajuda de uma agência imobiliária.

Segundo 39% dos portugueses inquiridos, o serviço mais importante de uma agência, no processo de compra da casa, é mostrar a habitação ao cliente. Já ter informações online sobre a casa e ajudar com burocracias é relevante para 16% e 15% dos compradores inquiridos, respetivamente. Dar informação legal sobre a habitação (12%) e negociar o preço com o proprietário (11%) são os serviços cruciais que fecham o top 5.

A Era e a Remax são as agências que obtiveram respostas suficientes para serem avaliadas, merecendo notas de 7,5 e 8, respetivamente, na satisfação global. Do lado das plataformas online, a Idealista e a Imovirtual são as mais utilizadas, obtendo, respetivamente, uma satisfação global de 8 e 7,6 pontos, numa escala de 1 a 10.

Em média, os imóveis adquiridos pelos inquiridos custavam, de início, 196 624 euros. Porém, segundo a experiência de 63%, o preço final acabou por ser mais baixo do que o inicial (menos 8,3 por cento). Dois em cada três inquiridos consideraram que o valor pago pela casa está de acordo com o valor do mercado português.

Saiba o que deve ter em conta antes de contratar uma imobiliária.

Casas são vendidas em cinco meses

Mais de seis em cada dez portugueses venderam a casa principal, que, em 65% dos casos, era um apartamento com 145 metros quadrados, em média.

Quase nove em cada dez portugueses que venderam uma habitação recentemente colocaram-na à venda através de um anúncio, sendo que 85% destes recorreram a uma agência imobiliária e 23% às plataformas online de compra e venda de imóveis.

O Idealista é a plataforma online mais utilizada para a venda, recebendo 8 de satisfação global. A casa de quase metade dos vendedores foi visitada por três a cinco potenciais compradores.

Cinco meses é o tempo de referência que os inquiridos demoraram a vender a sua casa. Cerca de sete em cada dez portugueses contaram com a ajuda de uma agência imobiliária na venda do imóvel, sendo que apenas 22% trataram do processo diretamente com o comprador.

Os cinco motivos fulcrais para os vendedores optarem pelas agências imobiliárias são o facto de estas mostrarem a habitação aos potenciais compradores (37%), darem uma estimativa aproximada do preço (26%), ajudarem com burocracias (14%), terem informações online da casa e, ainda, negociarem preços com os potenciais compradores (ambos com 7 por cento). A agência que recebeu respostas suficientes para ser avaliada foi a Remax, que mereceu 7,9 pontos de satisfação global.

O preço da casa no anúncio, que, em média, ronda os 229 130 euros, foi superior ao preço final de venda para 62% dos vendedores (8,2% mais barato). Porém, 66% afirmaram que o valor está dentro dos preços do mercado nacional.

A maioria dos portugueses pede empréstimos

Mais de seis em cada dez dos inquiridos recorreram a um empréstimo para pagar a habitação: 55% com empréstimo bancário (crédito à habitação), 2% com empréstimo privado (familiares ou amigos) e 5% com ambos. Em média, os portugueses inquiridos demoram 30 anos a pagar o crédito à habitação. 

Quem pediu um crédito à habitação, viu a sua prestação subir, em média, 173 euros, entre abril de 2022 e abril de 2023, devido ao aumento da taxa de juro. Em abril de 2023, a taxa era de 3,13 por cento. Este aumento prejudicou os consumidores que tinham contratos de crédito à habitação com taxa variável (taxa de juro indexada à Euribor), ou seja, afetou 77% dos contratos.