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Cartões de crédito: qual o melhor, como escolher e erros a evitar

Muitos cartões de crédito aplicam a taxa máxima fixada por lei de 18,8%. Para evitar custos elevados, saiba quais os cartões recomendados pela DECO PROteste e siga alguns cuidados para não descontrolar as suas finanças pessoais

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12 dezembro 2025
Pagamento contactless com cartão de crédito na esplanada de um café

iStock

Sem dúvida útil para pagar uma despesa inesperada num mês de aperto financeiro, escolher o melhor cartão de crédito pode ter um impacto considerável nos custos associados.

Cerca de metade dos produtos têm uma TAEG (taxa anual de encargos efetiva global) de 18,8%, o valor máximo permitido pelo Banco de Portugal. As Escolhas Acertadas, com uma TAEG que ronda os 10,5%, permitem poupar até 65 euros.

A TAEG reflete o custo real do empréstimo: além da taxa de juros (TAN — taxa anual nominal), inclui todos os encargos associados, como comissões e impostos.   

Lembre-se de que o cartão de crédito é, simultaneamente, um meio de pagamento e um contrato de crédito aos consumidores. Pode gastar o limite máximo concedido pelo banco (plafond) ou só uma parte em compras ou pagamentos. Mas deve ser usado com responsabilidade. O endividamento tem vindo a aumentar, segundo o Banco de Portugal.   

Saiba qual é o melhor cartão de crédito para si, com o simulador da DECO PROteste — e os cuidados a ter para usá-lo sem correr riscos. 

Qual o melhor cartão de crédito para si

Estudo comparativo de 52 cartões de crédito

A DECO PROteste comparou as condições de 52 produtos em 20 instituições financeiras e revela os melhores de cada entidade para dois cenários.

  1. Se paga a totalidade do saldo do cartão no mês seguinte, opte pelo cartão com a menor anuidade. Isto porque não lhe serão cobrados juros sobre o montante que o banco adiantou (crédito revolving).
  2. Já se prevê fracionar o pagamento pelos meses seguintes, tem interesse em optar pelo cartão com a menor TAEG, para reduzir os custos do crédito.

Neste estudo, foram contemplados produtos que se destinam a todo o tipo de compras ou pagamentos. Como tal, os cartões de crédito associados a lojas, marcas ou clubes foram excluídos.  

Com as Escolhas Acertadas apresentadas adiante, pode poupar em média, 37 euros por ano no primeiro cenário e 65 euros, se não pagar a totalidade do extrato do cartão.

Qual é o impacto da TAEG nos custos do cartão de crédito?

Para ter uma ideia, veja o custo anual estimado para um saldo de 1500 euros a 12 meses, com cartões sem anuidade: desde a TAEG mais baixa do mercado (Escolha Acertada da DECO PROteste para subscritores) à TAEG máxima permitida por lei — fixado pelo Banco de Portugal em 18,8% no último trimestre de 2025. 

Impacto da TAEG nos custos para um saldo de 1500 euros
Cartão de crédito TAN (%) TAEG (%) Custo anual (€)
Escolha Acertada 9,8 10,5 82
Cartão com uma TAEG intermédia 12,5 15,7 101
Cartão com a TAEG máxima permitida 18,3 18,8 142

Para uma utilização de 1500 euros pagos em 12 meses, a Escolha Acertada permite economizar cerca de 60 euros face à opção mais cara.

Quem paga sempre a totalidade do saldo mensal evita completamente estes encargos

Se fraciona pagamentos, escolher um cartão de crédito com TAEG mais baixa permite poupar dezenas de euros, dependendo dos valores utilizados.

Ainda assim, use-o com moderação: o cartão de crédito é a principal causa de endividamento dos portugueses, segundo o Banco de Portugal. 

Quase 10 milhões de cartões de crédito em Portugal

Os dados mais recentes do Banco de Portugal mostram que os portugueses utilizam cada vez mais o cartão de crédito.

De 2000 a 2024 o número de cartões de crédito mais do que triplicou: passou de 3 milhões no ano 2000 para cerca de 10 milhões de cartões ativos em 2024, o que representa 231% de aumento em 24 anos. Mas não é apenas o número de cartões que se multiplicou.

Os valores em dívida também continuam a aumentar: mais de 2 mil milhões de euros de 2023 para 2024, ou seja, mais 7% num só ano. Passaram de 34,8 mil milhões de euros em 2023 para 37,2 mil milhões de euros em 2024.

O Banco de Portugal registou 5,4% de cidadãos em incumprimento em setembro de 2025, por não conseguirem pagar o extrato do cartão de crédito.

Estes dados mostram que o cartão de crédito é cada vez mais usado — e também mais arriscado, se não for bem gerido. O endividamento dos portugueses está a aumentar.

Riscos de ter um ou mais cartões de crédito

Os cartões de crédito são dos principais causadores de sobre-endividamento, pela facilidade de obtenção do cartão e pela simplicidade, após ter o cartão, de o utilizar, podendo facilmente perder o controlo. Quantos mais cartões tiver disponíveis, mais tentador se pode tornar. 

Pode até parecer inócuo ter um ou vários cartões de crédito na carteira. Na verdade, se for um cartão sem anuidade e não o utilizar ou pagar sempre o saldo das despesas no mês seguinte, não lhe será aplicada qualquer taxa sobre o adiantamento do banco.

Mas sabia que o simples facto de ter um (ou mais) cartão de crédito pode inviabilizar um pedido de empréstimo para, por exemplo, comprar uma casa, um carro ou fazer obras?

Mesmo sem uso, cada plafond é comunicado ao Banco de Portugal e pesa no seu potencial risco de endividamento.

Útil, desde que use com moderação 

Utilizar o cartão de crédito pode ser útil quando feito com alguns cuidados. Pode permitir adiar o pagamento por um tempo (20 a 50 dias), desde que pague a totalidade do valor utilizado no prazo sem juros. 

Mas evite usar o cartão de crédito para certos pagamentos como:

  • pagar o valor da dívida de outro cartão ou mesmo outro tipo de dívidas;
  • efetuar pagamentos ou compras de bens essenciais, como pagar a fatura da eletricidade ou da água ou mesmo as compras de supermercado;
  • despesas de valor elevado, como pagar obras. Como os cartões têm taxas de juro superiores aos créditos pessoais, pagará muito mais se recorrer ao cartão de crédito.

Efetuar estes pagamentos com cartão de crédito pode descontrolar rapidamente os custos do cartão de crédito, com o risco de as dívidas se transformarem numa bola de neve.

Fracionar o pagamento de bens essenciais com o cartão de crédito não é boa ideia. No mês seguinte, terá as mesmas despesas a pagar acrescidas da prestação do cartão de crédito.

Apesar de ser um meio de pagamento, usar o cartão de crédito não deixa de ser um empréstimo do banco que pode hipotecar projetos futuros se a sua utilização for descuidada.

Veja, a seguir, os cartões de crédito que a DECO PROteste recomenda, para quem pague a totalidade do extrato ou de forma faseada. 

O melhor cartão para pagar a totalidade do extrato

Nesta situação, como não se deixa qualquer valor em dívida para o extrato seguinte:

  • priorize anuidade baixa ou nula;
  • a TAEG importa menos, pois não paga juros se liquidar o saldo dentro do prazo sem juros (20 a 50 dias).

Há várias opções sem anuidade, pelo que a DECO PROteste adicionou à análise a TAEG. Pode ser útil se, pontualmente, não conseguir pagar a totalidade do extrato e precisar de adiar parte do montante para o extrato seguinte.

No quadro, veja qual o melhor cartão de crédito para cada uma das 20 instituições financeiras analisadas (com a menor anuidade).

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