Como conservar vinho em casa

Guardar garrafas de vinho na cozinha não é boa ideia, por ser dos locais da casa com maiores oscilações de temperatura e humidade. Estas duas variáveis, e a forma como as garrafas são armazenadas, são fatores determinantes para assegurar uma conservação adequada e evitar surpresas desagradáveis na altura de consumir o vinho.

Independentemente de ser um colecionador ou de querer apenas constituir uma pequena garrafeira, veja as condições ideais para armazenar garrafas em casa. Caso não disponha de um espaço com as condições adequadas, é preferível adquirir apenas as garrafas que deseja consumir no curto prazo. Em alternativa, pode recorrer a uma garrafeira refrigerada. Há-as de vários tamanhos e feitios, desde 200 euros.

A garrafeira ideal

Pode ser uma arrecadação, parte de uma garagem ou um canto da despensa, da sala ou do vão de escada, desde que as garrafas fiquem deitadas, ao fresco, sem variações térmicas consideráveis e com pouca luz.

"Quanto mais velho, melhor é o vinho" é um mito

Os vinhos sofrem alterações à medida que envelhecem em garrafa. Com o decorrer do tempo, a cor, o aroma e o sabor modificam‑se, em consequência de transformações que ocorrem nos seus componentes, como os ácidos e os taninos.

Estas alterações são benéficas, e até desejáveis nalguns casos. Por exemplo, há tintos que são adstringentes (sensação áspera na boca) quando jovens e que precisam de envelhecer, para se tornarem mais macios.

Mas não se fie muito na expressão "quanto mais velho, melhor é o vinho". Na verdade, quase todos os vinhos estão prontos a consumir quando postos à venda e não há interesse em serem guardados durante anos na garrafeira. Tal não impede que os conserve durante algum tempo, nas devidas condições. 

É boa prática consumir os vinhos no prazo de três anos. Os verdes devem, geralmente, ser consumidos até ao final do ano seguinte ao da colheita (indicado, em regra, no rótulo), embora os da casta Alvarinho aguentem um pouco mais.

Quanto tempo dura o vinho após abrir a garrafa?

Depois de aberta a garrafa, inicia‑se uma corrida contra o tempo. Se, nos primeiros minutos, ao agitar o copo, o ar pode ajudar o vinho a expressar melhor os seus aromas, no final de algumas horas, desencadeia‑se um processo químico de oxidação, responsável por alterações indesejáveis no vinho.

Com alguns cuidados, é possível retardar um pouco essas mudanças, mas, uma vez abertos, a maioria dos vinhos não se conservam por mais de três dias. No dia seguinte, já terão, aliás, perdido boa parte das suas qualidades.

Caso sobre vinho, coloque a rolha e guarde a garrafa de pé no frigorífico, mesmo se for tinto. O frio ajuda a abrandar reações químicas como a oxidação. Na vertical, a superfície em contacto com o ar também será menor, travando mais ainda o processo de oxidação.

Pode adquirir um dispositivo que retira parte do ar da garrafa com tampas próprias. Estas bombas e tampas de vácuo (a partir de pouco mais de 5 euros e 2,80 euros, respetivamente) ajudam a conservar melhor o vinho.

Vinho em bag-in-box conserva-se por mais de um mês

Se costuma beber um ou dois copos ocasionalmente, e é habitual sobrar vinho, acabando por se estragar com alguma frequência, pondere a compra sob a forma de caixa de cartão (bag‑in‑box). Esta embalagem evita que se degrade depressa após a abertura.

Os apreciadores mais tradicionais poderão torcer o nariz. Convenhamos que poderá não ser a melhor solução para um jantar romântico. Além disso, não será fácil servir na temperatura ideal. No caso de um branco, que se serve bem fresco, poderá até faltar espaço no frigorífico, por exemplo.

Mas os vinhos em bag-in-box, além de serem, em regra, mais baratos do que em garrafa, são perfeitamente adequados para um uso quotidiano. A conceção e os materiais da embalagem impedem a entrada de oxigénio e humidade, além de resguardarem o líquido da luz, mantendo as propriedades do vinho por, pelo menos, um mês (contra só alguns dias em garrafa).

Para saber mais sobre vinho, peça o Guia de Vinhos, onde são publicados os resultados de análises químicas e provas de degustação profissional de mais de 300 vinhos nacionais das colheitas mais recentes. 

Peça o Guia de Vinhos PROTESTE

Os subscritores têm acesso livre ao comparador online com todos os vinhos tintos, brancos, espumantes e rosés testados pela DECO PROTESTE. Os vinte anos desta obra única no País foram celebrados no podcast “Boa é a vida, mas melhor é o vinho”.