Fórum Euroconsumers debate futuro do consumo online
O impacto da economia pós-covid e da (des)globalização no consumo digital estiveram em foco no Fórum Euroconsumers 2022, que reuniu especialistas em cibersegurança, políticos e responsáveis das organizações de defesa do consumidor de Espanha, Itália, Brasil, Bélgica e Portugal.

O Grupo Euroconsumers, organização europeia de defesa do consumidor que congrega organizações de vários países, incluindo a portuguesa DECO PROTESTE, organizou, em Lisboa, o Fórum Euroconsumers 2022, subordinado ao tema “Post(de)globalization: navigating the new consumption relations”.
O impacto da economia pós-covid e da (des)globalização nos consumidores foi o tema central dos trabalhos. Foi uma oportunidade para debater “de forma clara, aberta e transparente” as múltiplas preocupações em torno da defesa do consumidor, disse António Balhanas, country manager da DECO PROTESTE.
O comércio eletrónico, a fraude digital, o combate às ciberameaças, a Diretiva das Ações Coletivas e a segurança dos produtos foram alguns dos tópicos debatidos e destacados por Ivo Mechels, CEO do grupo Euroconsumers.

Uma das grandes preocupações da Euroconsumers é a entrada em vigor, em 2023, da Diretiva das Ações Coletivas, que “ainda tem espaço para melhorias, antes da transposição para os enquadramentos nacionais”, alertou António Balhanas.

Paulo Portas: desafios são globais, mas não simétricos
Numa análise macro, Paulo Portas, ex-ministro português dos Negócios Estrangeiros, destacou que “estamos a testemunhar o fim da globalização”. E explicou que os desafios geopolíticos e geoeconómicos, apesar de serem globais, não são simétricos. No entanto, Paulo Portas salvaguarda que Portugal tem espaço para recuperar das duas recentes crises (covid-19 e guerra na Ucrânia).

Esta recuperação poderá ser beneficiada com o peso do turismo no produto interno bruto (PIB), o investimento estrangeiro em ativos, a independência de Portugal em relação à energia proveniente da Rússia (atualmente o principal fornecedor é a Nigéria) e ainda devido à chamada “Bazuca”, o Plano de Resiliência e Recuperação em curso.
Cibersegurança: novas fraudes chegam por SMS e voz
A cibersegurança esteve em grande destaque no Fórum Euroconsumers. Lino Santos, coordenador do Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS), explicou que “estamos a passar de fraudes por correio eletrónico para fraudes por SMS e também por voz”. As mensagens são personalizadas e tiram partido de novas narrativas sofisticadas, explica Lino Santos.

Entretanto, as organizações de defesa do consumidor que compõem a Euroconsumers continuam empenhadas em denunciar a criatividade maliciosa que vai surgindo na internet, alertando, em especial, o público mais jovem. Durante o fórum foram apresentadas as mensagens que a Euroconsumers e a Meta desenharam especificamente para alertar os jovens para os perigos que circulam no mundo digital.
Digitalização do consumo: falta de confiança ainda é barreira
O fórum foi também oportunidade para a apresentação do Índex da Digitalização do Consumidor (CDEI), realizado no âmbito do Consumer Empowerment Project (CEP), uma iniciativa do Euroconsumers e da Google. Para Marco Anelli, responsável pelos estudos estatísticos da Euroconsumers, o CDEI é uma nova forma de analisar até que ponto os consumidores se sentem capacitados em relação os serviços digitais, “permitindo revelar barreiras e áreas de melhoria para valorizar a experiência do consumidor online”. O estudo revela que os consumidores reconhecem uma função positiva à presença dos serviços digitais nas suas vidas. Pelo menos três em cada quatro inquiridos acredita que, dentro de dez anos, as experiências de consumo serão maioritariamente digitais.
O desconhecimento e a falta de confiança nos serviços digitais são, ainda, a principal barreira para uma maior digitalização do quotidiano dos consumidores, conclui o estudo. Quem já se rendeu à utilização de serviços digitais, reconhece-os como boa alternativa às opções tradicionais.
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