O que é e como se trata a doença de Kawasaki
Febre, olhos, língua e garganta vermelhos, manchas no tronco e gânglios inflamados são alguns sintomas da doença de Kawasaki, que afeta, sobretudo, crianças até aos 5 anos. Se tratada precocemente, por regra, não deixa marcas.

Nos últimos meses, houve notícias sobre um ligeiro aumento dos casos de doença de Kawasaki em vários países. Alguns desses doentes, de acordo com o que tem sido divulgado, também revelaram resultados positivos no teste à covid-19, mas não há evidência da associação entre as duas patologias.
O que é a doença ou síndrome de Kawasaki?
Trata-se de uma vasculite das pequenas e médias artérias, uma doença aguda rara caracterizada pela inflamação das paredes dos vasos sanguíneos. Segundo as estimativas, afetará, anualmente, cinco a 15 em cada 100 mil crianças europeias com menos de 5 anos. Em Portugal, entre 2000 e 2011, registaram-se 470 casos, segundo um estudo publicado no The Pediatric Infectious Disease Journal, o que significa 6,5 casos novos a cada ano.
O que causa a doença de Kawasaki?
A causa da doença é desconhecida, mas pensa-se que pode dever-se à presença de vírus ou bactérias que desencadeiem uma resposta imunitária excessiva. A genética poderá ter também um papel importante nesta matéria. O problema é mais frequente em países asiáticos, como o Japão (onde foi identificada pela primeira vez), China e Coreia do Sul, e em populações asiático-americanas. Os rapazes parecem ser mais afetados do que as raparigas.
Pouco se sabe sobre a síndrome de Kawasaki. Contudo, tem-se observado que não é contagiosa e que surge, sobretudo, em crianças entre os seis meses e os cinco anos, com maior incidência nas que têm familiares que já sofreram da doença.
Diagnóstico com base nos sintomas
Não há testes ou exames médicos para diagnosticar a doença de Kawasaki. Em geral, o diagnóstico é feito com base nos sintomas, que incluem:
- febre superior a 38,9 ºC, que pode persistir por mais de duas semanas e não desce aquando da toma de medicamentos antipiréticos, como o ibuprofeno;
- olhos vermelhos, sem secreções;
- lábios vermelhos, secos ou rachados;
- língua vermelha, a chamada língua "framboesa";
- palmas das mãos e solas dos pés inchadas;
- manchas vermelhas e irregulares no corpo;
- aumento de volume dos gânglios do pescoço;
- descamação da pele, sobretudo junto das unhas, e na zona genital;
- dores e inchaço nas articulações.
Adicionalmente, podem surgir sintomas menos específicos, como irritabilidade, náuseas, vómitos, dores abdominais, tosse e corrimento nasal.
Tratamento precoce evita complicações
Em geral, as crianças com suspeita ou diagnóstico de doença de Kawasaki são internadas no hospital. O tratamento de primeira linha consiste na administração de elevadas doses de imunoglobulinas (anticorpos). Se iniciado até 10 dias após o início dos sintomas, o tratamento reduz significativamente o risco de lesão das artérias coronárias, que fornecem o sangue ao coração.
A complicação mais frequente da doença é um aneurisma (saliência) na parede daquelas artérias, que pode romper e causar uma hemorragia interna ou formar um coágulo e contribuir para o enfarte do miocárdio. Daí a importância do diagnóstico e tratamento precoces.
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