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Quando é necessária suplementação de vitamina D?

Se não tem problemas de saúde mais graves, a exposição à luz do sol, conjugada com alguns cuidados adicionais, pode dispensar os suplementos de vitamina D.

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10 setembro 2024
mulher a captar vitamina D naturalmente

iStock

Portugal não é um país tropical, mas dias ensolarados não faltam. Estes ajudam a obter a dose diária necessária de vitamina D.

Como obter vitamina D naturalmente

Uma pessoa saudável consegue prevenir a deficiência de vitamina D através da exposição ao sol duas vezes por semana. Faça-o durante 5 a 30 minutos, expondo os braços e as pernas à luz solar. O protetor solar não diminui de forma significativa a produção daquele micronutriente pela pele: use sem restrições.

A alimentação complementa as fontes de vitamina D. Prefira peixes gordos, como o salmão, o atum e a sardinha. Recorra ainda aos cogumelos-shitake, à gema de ovo e ainda ao “tradicional“ óleo de fígado de bacalhau. Também pode optar por alimentos enriquecidos com esta vitamina. Alguns exemplos são o sumo de laranja, os cereais de pequeno-almoço, o leite e seus derivados (iogurtes, manteiga e queijo). Nesta lista têm ainda lugar as margarinas e os leites artificiais infantis.

A importância da vitamina D

A vitamina D é um micronutriente que influencia a absorção de cálcio no organismo e é essencial para a mineralização dos ossos. Se não existir em quantidade suficiente no sangue, contribui para aumentar o risco de osteoporose. 

Suplementos de vitamina D são dispensáveis

Nos países solarengos, como Portugal, a toma de suplementos de vitamina D é, na maioria dos casos, desnecessária. Os suplementos só são indicados nos seguintes casos:

  • pessoas que tenham problemas de absorção intestinal ou de insuficiência renal, com doenças que provoquem o enfraquecimento dos ossos;
  • pessoas com exposição solar limitada (por exemplo, pessoas com idade superior a 65 anos a viver em unidades de internamento de cuidados continuados de longa duração e manutenção durante mais de 90 dias);
  • pessoas que tomem medicação que altere o metabolismo do cálcio, como os corticosteroides, que potenciam a osteoporose.

Vários estudos têm demonstrado que a toma de suplementos de vitamina D não parece influenciar a incidência de fraturas totais, não-vertebrais e na anca, na população em geral. No entanto, há evidências que mostram que a vitamina D tomada com suplementos adicionais de cálcio reduz ligeiramente a probabilidade de fraturas da anca e de outros tipos de fraturas.

Défice de vitamina D: sintomas e sinais

A Direção-Geral da Saúde define que há deficiência de vitamina D quando há uma concentração plasmática de 25-hidroxivitamina D inferior a 12 nanogramas por mililitro (ng/ml) de sangue, nas crianças, e inferior a 20 ng/ml, nos adultos.

As manifestações da falta de vitamina D no organismo dependem da quantidade em falta e da duração da carência. A maioria dos doentes tem um défice ligeiro a moderado e, por isso, não apresenta qualquer sintoma. Nos casos em que surgem sintomas, incluem dor e fraqueza nos músculos e cansaço.

Consequências de sobredosagem de vitamina D

Níveis acima dos 150 ng/ml são considerados tóxicos. Podem originar manifestações clínicas como:

  • fadiga muscular;
  • náuseas;
  • confusão mental;
  • desmineralização óssea;
  • calcificação de músculos e tendões.

A exposição solar não apresenta risco de intoxicação por vitamina D.

Nos últimos anos assistimos ao aumento de prescrição e consumo de vitamina D na forma de suplemento, para prevenir doenças crónicas. Mas não há provas de que esta prática tenha resultados. A toma de suplementos sem necessidade pode originar efeitos adversos ao nível gastrointestinal, renal e aumento do cálcio no sangue.

A toma deste tipo de suplementação por pessoas com níveis de vitamina D perto do limite inferior que não sofram de doenças ósseas é evitável. O melhor reforço que podem obter deste micronutriente é apanhar sol. Faça-o à janela ou no quintal, ou aproveite um passeio ou a prática de desporto no exterior.

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