Quando é necessária suplementação de vitamina D?
Se não tem problemas de saúde mais graves, a exposição à luz do sol, conjugada com alguns cuidados adicionais, pode dispensar os suplementos de vitamina D.

Portugal não é um país tropical, mas dias ensolarados não faltam. Estes ajudam a obter a dose diária necessária de vitamina D.
Como obter vitamina D naturalmente
Uma pessoa saudável consegue prevenir a deficiência de vitamina D através da exposição ao sol duas vezes por semana. Faça-o durante 5 a 30 minutos, expondo os braços e as pernas à luz solar. O protetor solar não diminui de forma significativa a produção daquele micronutriente pela pele: use sem restrições.
A alimentação complementa as fontes de vitamina D. Prefira peixes gordos, como o salmão, o atum e a sardinha. Recorra ainda aos cogumelos-shitake, à gema de ovo e ainda ao “tradicional“ óleo de fígado de bacalhau. Também pode optar por alimentos enriquecidos com esta vitamina. Alguns exemplos são o sumo de laranja, os cereais de pequeno-almoço, o leite e seus derivados (iogurtes, manteiga e queijo). Nesta lista têm ainda lugar as margarinas e os leites artificiais infantis.
A importância da vitamina D
A vitamina D é um micronutriente que influencia a absorção de cálcio no organismo e é essencial para a mineralização dos ossos. Se não existir em quantidade suficiente no sangue, contribui para aumentar o risco de osteoporose.
Suplementos de vitamina D são dispensáveis
Nos países solarengos, como Portugal, a toma de suplementos de vitamina D é, na maioria dos casos, desnecessária. Os suplementos só são indicados nos seguintes casos:
- pessoas que tenham problemas de absorção intestinal ou de insuficiência renal, com doenças que provoquem o enfraquecimento dos ossos;
- pessoas com exposição solar limitada (por exemplo, pessoas com idade superior a 65 anos a viver em unidades de internamento de cuidados continuados de longa duração e manutenção durante mais de 90 dias);
- pessoas que tomem medicação que altere o metabolismo do cálcio, como os corticosteroides, que potenciam a osteoporose.
Vários estudos têm demonstrado que a toma de suplementos de vitamina D não parece influenciar a incidência de fraturas totais, não-vertebrais e na anca, na população em geral. No entanto, há evidências que mostram que a vitamina D tomada com suplementos adicionais de cálcio reduz ligeiramente a probabilidade de fraturas da anca e de outros tipos de fraturas.
Défice de vitamina D: sintomas e sinais
A Direção-Geral da Saúde define que há deficiência de vitamina D quando há uma concentração plasmática de 25-hidroxivitamina D inferior a 12 nanogramas por mililitro (ng/ml) de sangue, nas crianças, e inferior a 20 ng/ml, nos adultos.
As manifestações da falta de vitamina D no organismo dependem da quantidade em falta e da duração da carência. A maioria dos doentes tem um défice ligeiro a moderado e, por isso, não apresenta qualquer sintoma. Nos casos em que surgem sintomas, incluem dor e fraqueza nos músculos e cansaço.
Consequências de sobredosagem de vitamina D
Níveis acima dos 150 ng/ml são considerados tóxicos. Podem originar manifestações clínicas como:
- fadiga muscular;
- náuseas;
- confusão mental;
- desmineralização óssea;
- calcificação de músculos e tendões.
A exposição solar não apresenta risco de intoxicação por vitamina D.
Nos últimos anos assistimos ao aumento de prescrição e consumo de vitamina D na forma de suplemento, para prevenir doenças crónicas. Mas não há provas de que esta prática tenha resultados. A toma de suplementos sem necessidade pode originar efeitos adversos ao nível gastrointestinal, renal e aumento do cálcio no sangue.
A toma deste tipo de suplementação por pessoas com níveis de vitamina D perto do limite inferior que não sofram de doenças ósseas é evitável. O melhor reforço que podem obter deste micronutriente é apanhar sol. Faça-o à janela ou no quintal, ou aproveite um passeio ou a prática de desporto no exterior.
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