Gastroenterite: líquidos para evitar desidratação

Muita paciência e ingestão frequente de líquidos são o melhor remédio para a gastroenterite. Lavar as mãos com regularidade ajuda a prevenir.
As gastroenterites são inflamações do estômago e dos intestinos que podem ser causadas por bactérias, vírus ou parasitas e que afetam pessoas de todas as idades. Podem ser prevenidas e, geralmente, manifestam-se sem gravidade. Os sintomas podem ser desconfortáveis, mas tendem a resolver-se espontaneamente em menos de uma semana e sem necessidade de consultar um médico ou tomar medicamentos, desde que estejam ausentes os sinais de alarme da doença.
Regra geral, os sintomas incluem:
- diarreia;
- vómitos;
- náuseas;
- perda de apetite;
- cólicas abdominais;
- dores musculares no corpo;
- dores de cabeça;
- mal-estar geral;
- por vezes, febre.
Como tratar uma gastroenterite
Apesar de incómodos, os transtornos não são perigosos, desde que o doente tome regularmente pequenas porções de líquidos, como água, sumos de fruta, infusões ou caldos para se manter hidratado.
Existem soluções à venda na farmácia, especialmente concebidas para hidratar e restabelecer o equilíbrio de sais essenciais para o bom funcionamento do organismo. Mas, além de um sabor pouco agradável, nem sempre são necessárias. Podem ter utilidade em idosos, recém-nascidos, crianças até cinco anos e adultos que tenham perdido muito peso ou apresentem sinais de desidratação. Estas soluções devem ser ingeridas em pequenas porções, para reduzir o risco de vómito. Tome, por exemplo, uma colher de sopa várias vezes ao dia. Em alternativa, poderá preparar uma solução em casa: misture, num litro de água, duas colheres de sopa de açúcar, uma colher de café de sal e umas gotas de limão, para melhorar o paladar.
Quanto à dieta, deixe-se guiar pelo apetite. Opte por alimentos ligeiros, com pouca gordura e especiarias, e em pequenas quantidades. Batata, arroz e massa cozidos em água com sal ajudam a combater a diarreia. Pode igualmente comer tostas ou bolachas de água e sal, bananas e legumes cozidos. O leite e seus derivados são de evitar durante alguns dias, já que, muitas vezes, as gastroenterites dificultam a absorção da lactose (açúcar do leite). Os bebés podem continuar a beber leite materno ou o biberão habitual. Se durante um ou dois dias não tolerarem nada, não se preocupe: não é grave, desde que vão bebendo água.
Se tiver febre, dores de cabeça ou no corpo, o paracetamol é o mais indicado, já que não “ataca” o estômago como os anti-inflamatórios não esteroides. Se as cólicas forem insuportáveis, fale com o médico para saber se pode tomar algo para atenuar as dores.
Já contra a diarreia e as náuseas, pouco há a fazer. Os antidiarreicos (por exemplo, loperamida) podem ser tomados pontualmente, para evitar episódios de diarreia, em caso de compromisso inadiável. Por sistema, estes medicamentos não são recomendados, por poderem retardar a cura, estando mesmo desaconselhados a crianças, uma vez que, regra geral, os antidiarreicos não conferem nenhum benefício prático para as crianças com diarreia aguda ou persistente. Em relação ao uso de probióticos, importa referir que embora pareçam encurtar brevemente a duração da diarreia, não há evidências científicas suficientes que permitam afirmar que contribuem para a melhoria dos pacientes (por exemplo, diminuindo a necessidade de hidratação) e que devem ser usados no tratamento ou na prevenção da diarreia infeciosa.
Evitar o contágio
As infeções são contagiosas, por isso, uma pessoa infetada pode contagiar outros, tocando em corrimãos, botões de elevador, utensílios partilhados e outras pessoas, enquanto estiver doente. Assim sendo, uma pessoa infetada não deve cuidar de outras nem preparar refeições. As infeções podem, ainda, ser transmitidas através da água e de alimentos contaminados. Para evitar a doença, adote alguns cuidados com a alimentação e a higiene:
- lave as mãos após cada ida à casa de banho, antes de cozinhar e de ir para a mesa;
- desinfete as superfícies e os brinquedos (nas creches) que possam estar contaminados. Os cuidadores devem lavar as mãos com sabão e água após cada troca de fraldas e as áreas onde as fraldas são trocadas também devem ser desinfetadas;
- lave cuidadosamente a roupa que possa conter resíduos de vómitos ou fezes;
- lave bem a fruta e os legumes antes de os consumir;
- não prepare legumes crus na tábua ou com os utensílios que usou anteriormente para preparar carne ou enchidos;
- cozinhe bem os alimentos de risco, como frango e carne de porco;
- guarde os alimentos crus ou processados a baixas temperaturas;
- em viagem, prefira sempre água engarrafada;
- se viajar para destinos mais exóticos (por exemplo, países asiáticos, africanos ou sul-americanos), opte por ingerir bebidas sem gelo e lave os dentes com água engarrafada.
Consultar o médico
Na maioria das situações não há necessidade de recorrer aos serviços de saúde, mas é importante estar atento aos sinais de alarme. Há também grupos de pessoas mais suscetíveis a ter gastroenterites agudas graves que devem ir ao médico após os primeiros sinais, nomeadamente recém-nascidos, grávidas, idosos e doentes imunocomprometidos, por exemplo, doentes com cancro ou doença de Crohn.
Sangue no vómito ou nas fezes ou fezes negras e sinais de desidratação, como pele e boca muito secas, urina pouco abundante e muito escura, tonturas, fraqueza e apatia são exemplos de sinais de alarme que indicam que o doente deve ser observado por um médico. Além disso, se os sintomas forem muito severos ou persistirem durante vários dias ou, ainda, se o doente não aguentar líquidos ou estiver de regresso de um país com problemas de higiene, também convém consultar o médico.
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