Venho por este meio apresentar uma reclamação formal relativamente à remoção injustificada da turma do curso de Técnico Especialista de Cibersegurança do centro de formação do IEFP em Lisboa e à forma desorganizada, desonesta e negligente com que o processo de estágio foi gerido.
O curso teve início a 21 de fevereiro de 2024. Em meados de abril, foi-nos solicitado que iniciássemos a procura de locais de estágio. No entanto, posteriormente, foi-nos transmitido que o IEFP estaria também a procurar estágios para os formandos, sendo que, ao mesmo tempo, fomos informados de que alunos de turmas anteriores ainda não tinham conseguido colocação. Esta contradição gerou incerteza e insegurança entre os formandos.
No meu caso específico, desde abril iniciei uma busca ativa por local de estágio, recebendo, até à data, apenas respostas negativas. Passados vários meses, já em novembro, a maioria dos formandos, incluindo eu, continuava sem local de estágio. Após reclamações e pedidos de esclarecimento, foi-nos informado que a responsabilidade pela obtenção de estágio era exclusivamente dos formandos, e que o IEFP não tinha qualquer obrigação nesta componente do curso. No entanto, ao longo do curso, sempre foi transmitido o contrário, demonstrando uma clara falta de transparência e compromisso com os formandos. Paralelamente, devido a questões relativas ao pagamento da bolsa de formação, foi-nos assegurado que esta seria paga até ao final do curso. Esta afirmação revelou-se enganosa e desonesta.
A 27 de novembro de 2024, teve início o período de estágio. No entanto, menos de seis alunos tinham conseguido colocação. A minha busca por estágio intensificou-se, tendo eu comunicado regularmente com o coordenador do curso sobre os locais que contactava e solicitando informações sobre potenciais parcerias do IEFP. Entre 27 de novembro e 15 de janeiro, enviei mais de 50 candidaturas espontâneas para mais de 30 empresas distintas. No mesmo período, o IEFP/coordenador do curso apenas forneceu três contactos de empresas, que nunca responderam. Tal demonstra não só uma total falta de empenho por parte do IEFP, mas também um evidente desinteresse pelo sucesso dos formandos.
A 6 de fevereiro de 2025, fomos surpreendidos com a remoção do acesso ao TEAMS e à exclusão da turma de todos os alunos sem estágio, sem qualquer aviso prévio. A justificação apresentada foi que não seria justo os formandos continuarem a receber a bolsa sem estarem em estágio. Esta decisão abrupta, além de injusta, demonstra uma total falta de consideração pelo esforço dos formandos que, como no meu caso, nunca deixaram de procurar estágio ativamente.
As comunicações futuras com o coordenador do curso passaram a ser respondidas com desdém e um descarte total de responsabilidades. Assim, coloco as seguintes questões:
Como pode o IEFP oferecer um curso com estágio se não assegura locais de estágio?
Como pode a responsabilidade de encontrar estágio ser repentinamente transferida para os formandos sem aviso prévio?
Qual a legalidade desta decisão de remover os formandos da turma sem qualquer aviso ou possibilidade de recurso?
Porque foi dada informação errónea ao longo do curso, na maioria das vezes apenas verbalmente, e quando por escrito, através de um email pessoal não oficial do IEFP?
Como pode ser aceite que um formando que encontra estágio no dia da remoção da turma veja todas as suas tentativas de reintegração negadas?
Diante desta situação revoltante e injusta, exijo uma resposta formal e detalhada por parte do IEFP, bem como a devida correção desta situação, que prejudicou seriamente a formação e o futuro profissional de todos os alunos afetados.
Aguardo uma resposta urgente e estarei disposto/a a recorrer a todas as instâncias necessárias para que esta situação seja esclarecida e corrigida.
Atenciosamente,
Ricardo Costa