Exmos. Senhores,
No dia 19 de março do corrente ano, adquiri, neste estabelecimento, um automóvel usado de marca Renault, Megane Break, automático, gasóleo, cujo conta-quilómetros indicava um total de 187 mil quilómetros já
percorridos, pelo preço de 8000 € (oito mil euros), sendo 500 € (quinhentos euros)
adiantados em sinal no mesmo dia 19 de março, e o saldo restante pago em espécie 500 €
(quinhentos euros) e 7000 € (sete mil euros) em transferência bancária no dia do
levantamento do veículo, em 25 de março do corrente ano.
Na altura, foi-me assegurado pelo vosso vendedor, o Sr. Lucas, que o veículo tinha sido
sujeito a rigorosa inspeção nas vossas instalações e que se encontrava em ótimas
condições de funcionamento. No entanto, no mesmo dia do levantamento pude observar
que pequenos defeitos que havia assinalado não foram corrigidos, como a troca da
borracha da porta do motorista, além da ausência de uma alça de apoio do passageiro e
de um plástico de proteção próxima à direção.
E ainda mais grave, no dia seguinte ao levantamento, 26 de março, começou a aparecer
mensagem no painel indicando a necessidade de “Mandar verificar ESP”, “Verificar sistema
antipoluição”, “Mandar verificar caixa de velocidades” e “Sobreaquecimento caixa
velocidades”. Em uma oportunidade o carro deixo de funcionar em trânsito, provocando
constrangimentos ao condutor. Além disso, o carro começou a apresentar um vazamento
de líquido quando estacionado. Como estive com o carro por apenas uma semana, tendo
abastecido o veículo uma única vez e percorrido menos de 100 quilómetros, não tendo
sujeitado o veículo a qualquer esforço além do normal que pudesse originar o problema,
só posso concluir que o defeito já existia quando adquiri o automóvel.
Mantive contato com o referido vendedor que indicou que poderia deixar o carro para
corrigir o problema, o que foi combinado para ser feito no dia 02 de abril, e nesta foi
realizada a entrega do veículo para reparação. Então foi indicado pelo vendedor que o carro
provavelmente estaria pronto no dia 05 de abril. Após insistentes ligações diárias foi
definido como novo prazo para levantamento do veículo com as falhas sanadas no dia 10
de abril. No entanto, quando houve o contato o referido vendedor informou que estaria de
férias, indicando o contato de outro vendedor, Sr. Heldder, para tratar do caso. Após
contatos com este último ficou indicada a data de 12 de abril para levantamento do veículo.
Nesta data, recebi o contato de um terceiro vendedor, Sr. Luciano, informando que o
veículo estaria pronto até o final do dia. No entanto, apesar de ter me deslocado até a
agência ao final do dia o veículo não estava disponível e, em ligação viva voz realizada por
este vendedor para o mecânico com a minha presença foi informado que o veículo
continuava a apresentar o mesmo defeito que antes, havendo a desconfiança que haveria
algum problema nos sensores do veículo. Apenas no sábado, dia 13 de abril, por volta das
13h. consegui levantar o veículo na loja.
Entretanto, após uma semana de uso o veículo, no dia 20 de abril, o automóvel voltou a
apresentar as mesmas mensagens no painel, além de uma mensagem de “Mandar verificar
o regulador”, com um barulho estranho vindo do motor do carro e sem dar ignição. Na oportunidade o mecânico do stand disse que o problema estava no tubo intercooler que apresentava uma rachadura e aplicou supercola como forma de amenizar o problema enquanto chegava a peça. Até hoje, passados pelo menos três meses da última ida à oficina, nunca fui comunicado sobre a chegada da peça. Nesta mesma oportunidade também foi identificado um buraco no assoalho do veículo, o que só foi possível observar depois do mesmo ter sido erguido para realização de serviço na oficina da empresa.
Após diversas idas e vindas à oficina e ao stand, fui realizar uma viagem curta e o veículo apresentou falta de força e veio a falhar de vez, o que me levou a ter que acionar o seguro para resgatar o veículo, o que ocorreu no dia 01/11/2024. Verificou-se que o problema além das mensagens e da falta de força era com os injetores, que precisam ser substituídos. Isso gerou um orçamento de 2.000 € (dois mil euros). Para variar o atendimento na pós-venda realizado pelo Gerente, Sr. Alexandre, é péssimo e parece ter piorado com o fechamento da oficina que dava suporte ao stand, pois já faz mais de 10 dias que não me dão respostas sobre se devo realizar o serviço em oficina de terceiros ou se irão resolver (será que irão mesmo?) na própria oficina.
De qualquer modo, a demora em resolver os defeitos identificados no carro tem feito me
sentir lesado pela conduta adota pela Rocha Automóveis Matosinhos, Arthur & Raphael
Rocha, Lda., pois até a presente data o problema não foi solucionado e não posso dispor
do veículo que adquiri para o transporte de minha família, de modo a perceber
constrangimentos e prejuízos com a necessidade de arcar com custos financeiros e de
tempo com o deslocamento diário para o trabalho e estudos.
Como é bem sabido pela legislação portuguesa o veículo se encontra em período de
garantia, cabendo a vossa empresa a obrigação de assegurar o perfeito funcionamento do
artigo comercializado. Assim sendo, venho por este meio solicitar que resolvam logo a reparação do veículo ou autorizem que eu o faça em oficina de minha confiança, considerando que, até a presente data, ainda que tenha solicitado informação a mais de 10 (dez) dias para
ter esta definição e até agora não disponho da resposta para poder ter o veículo em condições de uso.
Preciso que realizem os serviços solicitados e disponibilizados em orçamento, especificamente a troca dos injetores e do tubo intercooler, bem como seja consertado o buraco no assoalho do veículo. Caso não disponham de espaço na agenda da oficina do stand, que seja autorizado a realizar o serviço em oficina de minha confiança, sem perda da garantia contratual.
Cumprimentos.