Aplicações de pagamentos: quais as opções gratuitas?
Muitos consumidores estão a trocar as contas à ordem por aplicações de pagamentos. Há várias opções gratuitas, mas, para já, só uma consegue competir com as da banca tradicional. Saiba qual.

Entre a oferta de outros serviços, as fintech disponíveis no mercado nacional disponibilizam contas bancárias gratuitas exclusivamente digitais, competindo com a banca tradicional. Mas serão estas a melhor opção para a conta à ordem principal, num momento em que bancos também investem em produtos 100% online, alguns sem encargos para os clientes? A DECO PROteste fez um estudo em que comparou o custo anual das contas oferecidas pelas fintech e, no cenário considerado, duas obtiveram o título de Escolha Acertada por não terem quaisquer custos.
Um dado importante: a maioria cobra pelos levantamentos nas caixas automáticas a partir de um determinado valor, realidade estranha aos consumidores nacionais, que continuam protegidos pela legislação que impede os bancos de cobrarem pelos levantamentos feitos com cartão de débito. Por este motivo (e mais alguns), neste momento, apenas uma empresa deste setor consegue competir com a oferta gratuita da banca tradicional.
Abrir uma conta à ordem fintech
Basta instalar a aplicação da empresa no smartphone ou no tablet e, na maioria das vezes, enviar uma fotografia do documento de identificação ou fazer uma videoconferência que confirme a sua identidade. Tenha em conta que, como a maioria destas instituições não tem sede em Portugal, o IBAN será proveniente do país em que a empresa obteve a licença bancária. O que não é impedimento para que seja utilizado para receber o ordenado ou domiciliar pagamentos, por exemplo, se a instituição o permitir.
Na maioria destas instituições, os sites e/ou o serviço de apoio ao cliente só estão disponíveis em inglês. Logo, convém dominar o idioma, necessário, inclusive, para a abertura da conta.
Utilização no estrangeiro é principal vantagem
A principal desvantagem das aplicações de pagamentos é o facto de os clientes poderem ter de pagar pelos levantamentos, normalmente quando ultrapassam um determinado valor ou um dado número de operações.
Além disso, os valores depositados não estão protegidos pelo Fundo de Garantia de Depósitos nacional, que assegura o reembolso de montantes até aos 100 mil euros aos depositantes, em caso de falência do banco, por exemplo. Ainda assim, nas instituições com licença bancária obtida na União Europeia, aqueles estão protegidos pelo fundo de garantia de depósitos do país de origem.
Os pagamentos no estrangeiro continuam a ser a grande vantagem destas tecnologias, que possibilitam a utilização de diferentes moedas a taxas de câmbio mais baixas. As próprias taxas de levantamento, que, num âmbito nacional, são uma desvantagem, lá fora, permitem levantar dinheiro a um menor custo. Além disso, algumas possibilitam ainda transferir dinheiro gratuitamente para contas bancárias sediadas noutros países.
O conteúdo deste artigo pode ser reproduzido para fins não-comerciais com o consentimento expresso da DECO PROTeste, com indicação da fonte e ligação para esta página. Ver Termos e Condições. |
A DECO PROteste procurou saber quanto custa anualmente ter uma conta à ordem disponibilizada por uma fintech e se esta solução pode ser uma boa alternativa à banca tradicional. Para tal, considerou o seguinte cenário:
- três transferências mensais;
- cartão de débito;
- quatro levantamentos no multibanco, no valor máximo de 200 euros mensais.
As comissões de manutenção são cobradas por duas das oito empresas avaliadas – Bunq e Nickel. Quanto ao cartão de débito, todas dispensam os clientes do pagamento da anuidade, embora metade cobre pelo seu envio. Já as transferências são pagas apenas na Monese, e custam um euro por operação.
Por fim, os levantamentos. Embora, neste cenário, a tabela apresente muitos valores a zero, somente a moey!, o Nickel e a Revolut isentam sempre os clientes neste tipo de operação. Bastava que o número de levantamentos ou o seu valor fossem superiores e os resultados seriam outros. Isto porque o Openbank só autoriza cinco levantamentos gratuitos, a Wirex cobra 2% sobre o montante, a partir dos 200 euros, o N26 cobra dois euros a partir do quarto levantamento e o Bunq, 99 cêntimos, nos primeiros cinco, e 2,99 euros, nos restantes.
Contas feitas, a moey!, solução digital do grupo Crédito Agrícola, e o Openbank, do grupo Santander, são Escolhas Acertadas neste cenário, permitindo uma poupança de 23 euros face à média. Apesar do custo zero, a Wirex e a Revolut não obtêm o título, dado que cobram 5 e 7,99 euros, respetivamente, pelo envio do cartão de débito. No extremo oposto surgem Bunq e Monese, com custos anuais totais de 51,51 e 84 euros, respetivamente.
Banco | Comissão de manutenção |
Envio do cartão |
Transferências (36) |
Levantamentos (48) |
Total | |
---|---|---|---|---|---|---|
Moey! Conta Moey! |
![]() |
não tem | 0 | 0 | 0 | 0 |
Openbank Conta à Ordem Open |
![]() |
não tem | 0 | 0 | 0 | 0 |
Wirex Standard |
não tem | 5 | 0 | 0 | 0* | |
Revolut Plano Standard |
não tem | 7,99 | 0 | 0 | 0* | |
Nickel Nickel Classic |
20,8 | 0 | 0 | 0 | 20,8 | |
N26 Standard |
não tem | 10 | 0 | 24 | 24* | |
Bunq Easy Bank |
3,99 | 0 | 0 | 47,52 | 51,51 | |
Monese Simple |
não tem | 4,95 | 36 | 48 | 84* |
* O custo do envio não é anual e, por isso, não foi contabilizado.
Escolha Acertada
Embora a moey! consiga rivalizar com a banca tradicional ao oferecer uma solução inteiramente digital, sem custos, e ainda com a possibilidade de fazer transferências via contacto telefónico, através da integração do MB Way, os bancos tradicionais têm investido na sua própria oferta online, oferecendo algumas soluções gratuitas aos clientes. Descubra-as no comparador de contas à ordem.