Ressona? Conheça as causas e tratamentos
Ressonar ou roncar é uma queixa muito frequente na população geral, presente em cerca metade da população adulta, e mais comum nos homens e nos idosos. A roncopatia pode ser apenas um sintoma incomodativo para os companheiros de sono ou, em certos casos, representar uma patologia grave como a síndrome de apneia obstrutiva do sono (SAOS).
O que causa o ressonar?
Existem vários fatores que podem estar na origem do ronco:
- idade mais avançada, devido a um maior relaxamento da musculatura faríngea nesta faixa etária
- condições relacionadas com o nariz ou garganta, tais como desvio de septo nasal, polipose nasal, congestão nasal causada pela constipação, rinite alérgica ou amígdalas aumentadas
- estilo de sono, especialmente dormir de costas, com a barriga para cima
- consumo de bebidas alcoólicas ou toma de outras substâncias que promovam o relaxamento muscular perto da hora de dormir (por exemplo, fármacos como benzodiazepinas ou relaxantes musculares)
- obesidade, a acumulação de gordura nos tecidos cervicais, aumentando o perímetro do pescoço, além da acumulação de gordura retrolingual e retrofaríngea, que interfere com a passagem do ar nas vias aéreas
- tabagismo, uma vez que fumar causa inflamação da mucosa das vias aéreas superiores
Crianças que ressonam
A roncopatia tem uma prevalência de 3 a 12% em idade pediátrica, por isso, não é frequentemente valorizada. Ocorre mais na idade pré-escolar e escolar, altura em que se regista o maior crescimento de adenoides e amígdalas, a causa mais frequente de obstrução da via aérea superior. No final da infância, ressonar torna-se menos frequente devido ao crescimento das vias aéreas e da estrutura óssea.
Ressonar na gravidez
O ressonar na gravidez é muito frequente porque é uma fase em que ocorrem alterações na anatomia e na fisiologia do aparelho respiratório, além de alterações no próprio padrão de sono. Outro dos fatores que podem justificar a roncopaia na gravidez são alterações hormonais. Os níveis elevados de estrogénios, por exemplo, podem provocar congestão nasal e rinite. Além disso, o aumento de peso que ocorre nesta fase pode provocar ou agravar o ressonar. Normalmente, trata-se de uma situação passageira que se desenvolve na segunda metade da gravidez e que se costuma resolver depois do parto. No entanto, esta situação pode permanecer e, nesse caso, deverão ser avaliadas as causas, consultando um médico.
Quando procurar um médico?
Qualquer indivíduo pode ressonar ocasionalmente, devido a algum dos fatores já descritos que estão na origem da roncopatia. Mas se passar a ressonar com muita frequência ou o ressonar tiver impacto na qualidade de sono, deve procurar um médico. Percebe que o sono tem menos qualidade quando, por exemplo, acorda frequentemente, fica ofegante ou tem asfixia durante o sono. Como consequência, vai notar que está mais sonolento durante o dia ou que tem dores de cabeça matinais.
Tratamentos para deixar de ressonar
Nas farmácias e parafarmácias, existem à venda algumas opções para o “tratamento” da roncopatia. Produtos como adesivos e clipes nasais e sprays antirronco, com a finalidade de abrir as vias aéreas, evitando o ruído. Todos estes produtos podem melhorar a respiração, mas não existem dados que demonstrem que diminuem o ronco.
A abordagem mais correta será, no início, adotar algumas medidas gerais, alterando hábitos que são possíveis causas de roncopatia, como por exemplo:
- dormir com a cabeça elevada. Levante ligeiramente a cabeceira da cama ou, em alternativa, durma com duas almofadas para facilitar a respiração;
- dormir deitado de um lado, em vez de deitado de costas. Cosa um bolso com uma bola de ténis nas costas do pijama. Isto irá habituá-lo a retomar a posição lateral.
- perder peso, caso tenha excesso de peso ou obesidade.
- Evitar o consumo de bebidas alcoólicas e de medicamentos sedativos/relaxantes musculares antes de dormir.
- Desobstruir o nariz. Se estiver entupido, use soro fisiológico. Os descongestionantes nasais podem ser úteis em caso de constipação, por exemplo, mas não por mais de três dias. Caso contrário, podem originar congestionamento crónico.
Se estas medidas não forem suficientes, deverá procurar um médico.
