Starlink: para quem compensa?
Se precisa de contratar internet por satélite, fique a par dos preços e velocidades do serviço Starlink e saiba para quem é útil.

O interesse à volta do serviço de internet Starlink tem vindo a crescer, sobretudo por parte de quem vive em zonas rurais ou com fraca cobertura de internet de banda larga. A Starlink, uma empresa subsidiária da SpaceX, fundada por Elon Musk - o também dono da Tesla -, oferece um serviço de internet via satélite que, apesar de ter sido pensado para levar a internet a áreas mais remotas, sem a infraestrutura tradicional, funciona em qualquer lugar.
Atualmente, o serviço não só pode ser usado em qualquer lugar do mundo, como está a ser disponibilizado por valores mais acessíveis. A associação de consumidores belga congénere da DECO PROteste analisou o serviço, para determinar se pode ser uma solução para qualquer consumidor ter internet em casa, ou se apenas é indicada para quem vive em zonas remotas ou para quem anda em viagem, numa autocaravana, por exemplo.
Quanto custa o Starlink?
Para usar o serviço Starlink é preciso comprar o kit com o equipamento – no site da marca ou num revendedor autorizado (como Fnac e Worten) - e contratar um plano mensal. Sendo assim, há dois custos a considerar:
- o equipamento: o kit standard custa 349 euros e o mini 299 euros. Se for ativado um plano de fidelização de 12 meses, o kit standard é gratuito;
- a mensalidade: entre 29 e 40 euros por mês, para o serviço Residencial, e entre 40 e 89 euros, para o serviço Em viagem. As velocidades e/ou dados disponíveis variam consoante a subscrição escolhida.
O kit é constituído pela antena, pelo router, pela fonte de alimentação e pelos cabos necessários. Para poupar nos custos de instalação, o conjunto pode ser montado pelo utilizador. Para tal, deve começar por descarregar a aplicação do serviço e seguir as instruções. A app apresenta dicas para uma correta calibração da antena e como otimizar o alinhamento com os satélites Starlink. Tanto a instalação como a configuração do sistema são simples de executar. A única ação que poderá ser mais problemática é levar o cabo da antena até ao interior da casa.
Quais as velocidades reais do serviço?
A associação de consumidores belga instalou o Starlink (kit Standard) e uma ligação de internet por banda larga numa casa, para comparar a qualidade de ambos os serviços. Efetuou várias medições: velocidades de download e de upload, latência e funcionamento de chamadas de vídeo.
Ao fim de várias semanas, constatou que a velocidade de download oscilou entre 200 Mbps e 350 Mbps, tendo picos de 450 Mbps.
No upload, o comportamento foi um pouco diferente: apesar de a Starlink anunciar velocidades entre 15 Mbps e 30 Mbps, com frequência se registaram valores de 5 Mbps.
Embora tudo dependa da região onde se encontra o serviço, o valor é baixo. Por outro lado, os planos Lite ou Em viagem perdem a prioridade em horas de pico ou em zonas mais congestionadas. Por essa razão, a ligação pode ficar mais lenta face ao plano Residencial. Se tiver interesse no serviço, e morar numa zona com maior densidade populacional, tenha este aspeto em conta, na altura de decidir o plano a contratar.
Tanto a visualização de vídeos como a realização de videochamadas decorreram sem problemas, como numa ligação de banda larga. A latência revelou valores bastante aceitáveis, embora ligeiramente acima dos registados pelo serviço de banda larga, mas muito inferiores aos medidos nos serviços de internet por satélite. Pode ser explicado por a Starlink recorrer a uma quantidade muito mais elevada de satélites, que orbitam a uma altitude bastante mais reduzida. Embora esta menor altitude obrigue à utilização de mais satélites, reduz o tempo necessário para que o sinal faça a “viagem” de ida e volta, o que determina o tempo de latência.
Este aspeto torna este serviço muito interessante para quem faz chamadas de vídeo, mas pode limitar ligeiramente os utilizadores de jogos de vídeo, que verão a rapidez de resposta aos comandos dos jogos um pouco diminuída.
O sistema Starlink consome mais eletricidade do que os equipamentos dos serviços de banda larga, embora os valores variem bastante ao longo do dia. Esta variação pode dever-se à necessidade de a antena ter de se realinhar com as posições dos satélites que se encontram em órbita. Quem usar a ligação à internet de forma constante, deve ter este aspeto em consideração.
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Exclusivo
Para continuar, deve entrar no site ou criar uma conta .À partida, a instalação do sistema não deve colocar problemas de maior. Apenas há a salientar a necessidade de passar o cabo proveniente do prato de satélite para dentro de casa, para ligar ao router, algo que pode ser mais trabalhoso.
Quanto à velocidade, para quem está em teletrabalho, vê vídeos em streaming e usa a internet de forma regular, não irá notar diferenças substanciais em relação a uma ligação normal, sem ser de fibra. Contudo, os jogadores mais exigentes podem não apreciar a maior latência, embora esta não seja comparável à de outras ligações por satélite, bem mais lentas. Sendo assim, o serviço Starlink é uma boa solução, mesmo para uso residencial.
Ao comparar-se o custo do serviço Starlink com o dos operadores de satélite, verifica-se que os preços daquele são cerca de 10 euros superiores aos dos concorrentes, como VivaSat ou SkyDSL. Em contrapartida, permite velocidades bastante superiores.
Já a possibilidade de o equipamento ficar gratuito mediante uma fidelização de 12 meses, deixa o Starlink alinhado com as ofertas dos concorrentes. Quando comparado com os operadores de fibra tradicionais, os preços são mais baixos nestes últimos, embora impliquem uma fidelização de 24 meses.
Em conclusão, o serviço Starlink é uma boa solução para quem tem má cobertura de banda larga, tem uma casa de férias ou uma autocaravana. Já para jogadores, não se recomenda. Nas restantes situações, os serviços de fibra ficam mais baratos e garantem velocidades superiores.