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Marcas low-cost poupam na fatura das telecomunicações

A LigaT e a DIGI vieram sacudir o mercado. Net fixa mais veloz, mais dados móveis, preços mais baixos, fidelizações mais curtas e contratação de serviços por módulos são consequências diretas. Mas os novos operadores ainda têm cobertura limitada.

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23 abril 2025
homem sentado no sofá de auriculares

iStock

Um triunvirato tem governado o mercado das telecomunicações. MEO, NOS e Vodafone escreveram as regras durante anos, com ofertas em tudo semelhantes, tanto em preço, quanto na composição dos tarifários, muitas vezes obrigando os consumidores a contratarem serviços desnecessários, inúteis e caros, como o telefone fixo ou dezenas de canais de televisão de interesse duvidoso. A fidelização de 24 meses, facilmente renovada por igual período, tornou-se um grilhão frequente, desenhado para dificultar a mobilidade da clientela entre operadores.

Como a toda a regra cabe uma exceção, a NOWO, antiga Cabovisão, conseguiu intrometer-se entre os três grandes. Mas foi tímida intromissão: as ofertas mais baratas dificilmente beliscavam a hegemonia do trio da frente, dada a cobertura limitada da NOWO.

Nos últimos anos, a muralha erigida pelos principais operadores tem, contudo, aberto algumas brechas. Novas marcas surgiram, de início mais focadas em tarifários móveis. Marcas, e não necessariamente operadores. As brechas têm sido, por vezes, autoinflingidas, receando a derrocada provocada por uma concorrência determinada. Se primeiro a LigaT, e depois, e sobretudo, a Digi vieram abanar as fundações do estático mercado, marcas como a Amigo, a Uzo e a Woo são avatares respetivos da Vodafone, da MEO e da NOS, criados para competirem no campeonato dos preços mais atrativos.

A partir do final do ano passado, as escaramuças concorrenciais trouxeram períodos de fidelização mais comedidos, preços mais leves e, em alguns casos, ofertas mais flexíveis. A revolução espoletada pelos novos operadores ainda não está completa. Mas, pela primeira vez em largos anos, é possível contratar serviços modulares, ou seja, que abrangem apenas as componentes que interessam a cada consumidor, a um preço justo, e não aquilo que os operadores impõem, durante um prazo com tendência para a eternização, sob pena de pesados castigos financeiros.

A DECO PROteste sempre foi clara na defesa de um mercado transparente e concorrencial, para benefício dos consumidores. Cabe-lhes agora estarem atentos às características das ofertas e garantirem a melhor opção para as suas necessidades. Todavia, também nesse aspeto, a organização de consumidores pode ajudar. Para encontrar o tarifário à sua medida, explore o comparador de telecomunicações da DECO PROteste.

LigaT e Digi trazem tarifários mais flexíveis

Primeiro, veio a LigaT, um operador sem afiliações aos grandes das telecomunicações e que ainda se encontra em expansão. Trouxe um modelo de negócio que passa pela oferta de infraestrutura física para internet fixa. Os seus serviços estão restritos a alguns municípios ao norte de Lisboa, como Bombarral, Caldas da Rainha, Ericeira, Leiria, Mafra, Malveira, Torres Vedras e Venda do Pinheiro, e outros dois ao sul do Tejo, mais concretamente, Montijo e Alcochete.

Com uma expansão gradual no terreno, a LigaT tem revelado poder de atração para clientes que não vivem nos grandes centros urbanos. A sua oferta de internet fixa e televisão, sem período de fidelização, foi um verdadeiro marco, que só não teve mais impacto dada a sua natureza regional, e não nacional.

Apesar destas novidades, foi a Digi quem veio verdadeiramente agitar as águas. O operador de telecomunicações com origem romena, que já se expandiu para vários outros países europeus, como Bélgica, Espanha e Itália, adentrou o mercado português no ano passado. Preços competitivos, flexibilidade na adesão e no cancelamento, e transparência na oferta são a receita do sucesso, num mercado tantos anos dominado pelo imobilismo.

Em Portugal, a Digi faculta serviços de fibra ótica e comunicações móveis. E a oferta é modular: o consumidor escolhe apenas – e paga – as componentes de que necessita. É o adeus aos pacotes recheados de caras inutilidades.

A cobertura está ainda limitada aos dois maiores centros urbanos: Lisboa e Porto. No entanto, a Digi procura expandir as suas operações a outras regiões do País, por meio de uma estratégia que combina infraestruturas próprias com parcerias.

Mais dados e mais velocidade por menos dinheiro: a análise da DECO PROteste

Marcas como Amigo, Uzo e Woo podem gerar a perceção de que a concorrência é mais diversificada do que realmente é. Conhecidas desde há alguns anos, quando começaram a instalar quiosques nos centros comerciais, estes avatares da Vodafone, da MEO e da NOS têm visado a contratação rápida, online ou presencial. E, ainda que não o destaquem oficialmente, prometem um serviço de qualidade idêntica à do dos operadores na sua génese.

Tarifários móveis com preços competitivos e fidelizações reduzidas ou ausentes eram os seus atrativos. A net fixa estava também disponível, com preços mais baixos do que os praticados pelas marcas-mãe, mas ainda com fidelizações de 24 meses.

O último trimestre de 2024, marcado pela chegada da Digi, obrigou a ajustes. As low-cost foram a arma escolhida para rivalizar com as ofertas da Digi e, ao mesmo tempo, manter o statu quo.

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