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Eletrodomésticos têm nova etiqueta energética

Alguns eletrodomésticos já são vendidos com a nova etiqueta energética, com uma escala de A a G, dentro da embalagem. Permite identificar facilmente os mais eficientes.

Especialista:
05 novembro 2021
Nova escala da etiqueta energética de A a G

iStock

Há muito que as organizações de consumidores, entre as quais a DECO PROTESTE, reivindicavam uma nova etiqueta energética junto da União Europeia. A legislação comunitária acabou com as classes A+, A++ e A+++ das etiquetas de vários eletrodomésticos, passando a etiqueta a ostentar uma escala mais simples de interpretar, de A (mais eficiente) a G (menos eficiente). 

A afixação desta nova etiqueta energética é obrigatória desde 1 de março de 2021 para os televisores, frigoríficos e arcas congeladoras, máquinas de lavar loiça, de lavar roupa e de lavar e secar roupa, e desde setembro de 2021, para lâmpadas LED. Mais tarde, outros equipamentos se seguirão. 

Etiqueta antiga e nova em confronto

etiquetas nova e antiga

Na nova etiqueta energética dos eletrodomésticos (à direita), as escalas A+, A++ e A+++ caem para dar lugar a uma escala mais simples de A (mais eficiente) a G (menos eficiente). Torna-se assim mais fácil escolher eletrodomésticos eficientes e poupados. 

Porquê mudar a escala da etiqueta? 

De acordo com um inquérito realizado junto dos consumidores, a escala antiga induzia em erro. Isto porque a maioria dos eletrodomésticos situava-se, então, nas classes A+, A++ e A+++, deixando as restantes vazias, sobretudo porque os aparelhos menos eficientes foram desaparecendo do mercado. Muitos consumidores não tinham a noção de que um eletrodoméstico A+ era, na verdade, menos eficiente do que a maioria dos aparelhos do mesmo tipo.

Para resolver este problema, a União Europeia decidiu rever a escala da etiqueta: as classes “+” desapareceram, dando lugar a uma classificação de A a G, mais fácil de interpretar. A classe A corresponde ao topo em termos de eficiência energética. Aquando do lançamento, esta classe estava vazia, para encorajar os fabricantes a desenvolverem equipamentos mais eficientes. 

Durante a fase de transição, o consumidor poderá ficar confuso ao verificar que um aparelho A+ na etiqueta antiga passou a ostentar, por exemplo, a classe D na nova etiqueta. Não é um engano do fabricante. Isto acontece por dois motivos. Primeiro, porque, com o novo escalonamento das classes, os equipamentos que se situavam nas classes mais altas na antiga etiqueta passam para classes intermédias na nova. Segundo, porque temos o efeito dos novos e revistos procedimentos de ensaio, mais adaptados às tecnologias e às realidades e que são mais exigentes.

Código QR com informação do aparelho

Na nova etiqueta energética, os fabricantes deverão integrar um código QR, com um acesso direto a toda a informação sobre o produto. Ao digitalizar o código QR com o smartphone, o consumidor será encaminhado para uma base de dados gerida pela União Europeia (EPREL). Aqui pode visualizar e fazer o download da ficha técnica para todos os aparelhos com a nova etiqueta. O acesso à base de dados também é possível via internet. Tem ainda a vantagem de tornar possível um maior controlo e fiscalização dos equipamentos por parte das autoridades.

A medida beneficia os consumidores porque permite escolher um produto ou equipamento com melhor desempenho energético e, assim, poupar eletricidade. Além disso, com a nova medida, a União Europeia promove a corrida para a inovação tecnológica. Os fabricantes terão de se esforçar por desenvolver equipamentos mais eficientes do que os atuais, de modo a alcançar a classe A. 

Escala da etiqueta energética acompanha a evolução

A classificação de A a G não será estática: será reavaliada regularmente, em função da evolução tecnológica. Quando vários equipamentos alcançarem a classe A, haverá um novo escalonamento das escalas, de modo a incentivar a pesquisa e a inovação tecnológica, em busca de produtos cada vez mais eficientes e poupados.

Produtos eficientes por um planeta sustentável

Ficaremos atentos à implementação das novas etiquetas e ao respeito pelos prazos impostos e continuaremos a cumprir a nossa missão na defesa dos consumidores: testar os equipamentos, comparar os consumos e outros dados anunciados pelos fabricantes com os medidos por nós, verificar a correta afixação das etiquetas nos eletrodomésticos e denunciar situações enganadoras e incumpridoras à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE). 

Escolher equipamentos mais eficientes e fazer um bom uso dos mesmos e da energia são passos essenciais para criar um planeta mais verde e sustentável.

Este é o primeiro de vários artigos desenvolvidos no âmbito do projeto BELT (Boost Energy Label Take Up), financiado pela União Europeia ao abrigo do programa "Horizonte 2020", o qual visa prestar apoio na implementação da nova etiqueta energética e promover a adoção de equipamentos mais eficientes ao nível europeu. Em Portugal, a DECO PROTESTE é responsável pela sua implementação ao nível dos consumidores, em colaboração com a Worten, um outro parceiro nacional do projeto. Da mesma forma, o projeto europeu LABEL2020 (a cargo da ADENE, com o apoio da Direção-Geral de Energia e Geologia) trabalha, em paralelo, para a comunicação e apoio no processo de chegada das novas etiquetas energéticas junto dos distribuidores.

O documento explicativo em formato PDF, que pode ser descarregado em baixo, é uma das ferramentas de apoio que o projeto BELT disponibiliza aos consumidores com o objetivo de explicar, de uma forma clara e direta, as novas etiquetas energéticas.

Não é engano. Desde novembro de 2020 que alguns fornecedores incluem na embalagem de alguns eletrodomésticos a nova etiqueta energética, além da que estava em vigor.

Máquinas de lavar loiça, máquinas de lavar roupa e máquinas combinadas de lavar e secar roupa, assim como aparelhos de refrigeração, incluindo aparelhos de armazenagem de vinhos, televisores e ecrãs eletrónicos, são os eletrodomésticos já abrangidos pela nova etiquetagem, que é obrigatória desde 1 de março de 2021. A estes eletrodomésticos juntaram-se as lâmpadas, que desde 1 de setembro também já podem ostentar a nova etiqueta.

Ao adquirir equipamentos novos das categorias acima referidas, poderá encontrar no interior da embalagem duas etiquetas energéticas: a antiga e a nova. As etiquetas diferem em formato e grafismo, mas também nas metodologias de cálculo das classes energéticas dos produtos, sendo as metodologias da nova etiqueta mais exigentes. Como tal, as classes energéticas apresentadas numa e noutra etiqueta serão diferentes. Na nova, a classe de eficiência será inferior.

Para saber o que mudou, aceda à página inicial deste artigo. Pode também consultar a página do projeto LABEL2020 sobre a nova etiqueta energética.

Disponibilizamos, no anexo, o panfleto que irá ser distribuído nesta fase de transição aos consumidores juntamente com os equipamentos, na loja ou na entrega do novo eletrodoméstico. Este documento, que pode descarregar, visa apoiar e esclarecer eventuais dúvidas que possam surgir ao ver as duas etiquetas na embalagem, com classes energéticas diferentes. É uma iniciativa conjunta dos projetos BELT e LABEL2020. 


O projeto recebeu financiamento através do programZa de investigação e desenvolvimento “Horizon 2020”, sob o contrato de subvenção nº847043 e 847062. Nem a EASME nem a Comissão Europeia são responsáveis pela informação veiculada nem pela utilização das informações contidas na mesma.

A nova etiqueta energética inclui várias informações que ajudam a comparar modelos equivalentes. Tem ainda um código QR, para ser lido com o smartphone, que remete o consumidor para mais detalhes sobre o produto. Além dos aparelhos abaixo, outros três receberam a nova etiqueta: as máquinas combinadas de lavar e secar roupa, que contam ainda com dados adaptados à função de secagem, as arcas de vinho, que indicam o número de garrafas que armazenam, e as lâmpadas, que incluem informação sobre o consumo de energia da fonte de luz no modo ligado.

Ecrãs e televisores

ecras

Frigoríficos e congeladores

frigorificos

Máquinas de lavar loiça

maquina lavar louça

Máquinas de lavar roupa

máquina lavar roupa

Para ajudar a esclarecer dúvidas que os consumidores possam ter sobre a nova etiqueta energética, respondemos às dez questões que nos parecem ser mais comuns.

Porque é que alguns produtos ainda possuem as classes “+”?

Atualmente, existem 15 grupos de produtos com etiqueta energética. Contudo, a mudança para a nova etiqueta irá ocorrer de forma gradual. Durante 2021, apenas cinco grupos de produtos terão a nova etiqueta: máquinas de lavar loiça; máquinas de lavar roupa (incluindo as de lavar e secar); frigoríficos e arcas congeladoras (incluindo as arcas de vinhos); televisores e ecrãs; e lâmpadas (a partir de setembro). Para os restantes grupos de produtos, a etiqueta energética será progressivamente mudada nos próximos anos, para que as classes possam ir de A a G. Mesmo para estes cinco grupos de produtos, ainda poderá encontrar alguns com a etiqueta antiga (com "+"), durante 2021. Tal é permitido para os produtos que serão descontinuados e que podem ainda ser vendidos até 30 de novembro de 2021 com as etiquetas antigas. Já as lâmpadas poderão ser vendidas com a etiqueta antiga até 28 de fevereiro de 2023, por terem um período de transição mais longo.

Posso comparar o desempenho de produtos com a antiga etiqueta e com a nova?

Não é possível estabelecer uma correspondência precisa entre as informações apresentadas na antiga e na nova etiqueta energética. Tudo porque os procedimentos de ensaio foram revistos e podem implicar diferentes ciclos de operação e de ensaio e, como tal, diferentes consumos. Contudo, continua a ser possível comparar produtos com a mesma geração de etiqueta e desde que tenham as mesmas especificações técnicas.

Como são calculadas as diferentes classes energéticas?

A nova etiqueta energética atualizou os procedimentos de teste e algoritmos de cálculo para acompanhar a evolução tecnológica dos produtos. Estes são testados em condições laboratoriais controladas e medem-se vários parâmetros: dimensões, capacidade, consumos, etc. Os valores obtidos irão permitir calcular um índice de eficiência energética que será traduzido numa classe.

Ao optar por um equipamento de classe superior quanto vou poupar?

Quanto mais elevada for a classe de eficiência de energética de um aparelho, menor será o seu consumo anual, nas condições de ensaio da etiqueta. Contudo, as poupanças energéticas mudam entre as diferentes categorias de produtos. Consulte várias etiquetas de uma mesma categoria, para comparar e escolher o produto mais eficiente e económico.

Que informações adicionais poderão ser consultadas nas novas etiquetas?

Dependendo do produto, as etiquetas energéticas apresentam, além do consumo de eletricidade, outras informações com recurso a pictogramas, para comparar produtos e realizar uma escolha mais informada. É o caso da água utilizada por ciclo de lavagem, volume, capacidade e ruído emitido. Um novo elemento da nova etiqueta é o código QR através do qual os consumidores poderão aceder à Base de Dados de Produto Europeia para Etiquetagem Energética (EPREL), que disponibiliza informações oficiais adicionais.

Porquê alterar a escala da etiqueta, para todos os produtos, de "A a G"?

Para que o consumidor faça boas escolhas, precisa de mais e melhor informação. A revisão da etiqueta energética teve como objetivo regressar a uma ferramenta mais simples: a escala de eficiência de “A a G”, que é bem compreendida pelos consumidores.

O novo reescalonamento significa que os produtos são menos eficientes?

Não. É importante sublinhar que, embora as classes na nova etiqueta sejam diferentes, o desempenho energético do produto é o mesmo. É apenas a classificação do produto que muda, ou seja, a letra na etiqueta. A diferença deve-se à forma como os produtos são testados e avaliados para a nova etiqueta face aos testes da versão antiga.

Vai haver produtos com a classe A, na nova etiqueta?

Sim, embora a classificação de A a G seja revista periodicamente, para acompanhar a evolução tecnológica. Ou seja, haverá um novo processo de reescalonamento quando existir um número significativo de produtos nas duas classes mais eficientes: 30% na classe A ou 50% em ambas as classes A e B e sejam expectáveis novos desenvolvimentos tecnológicos.

Existe alguma correspondência entre a etiqueta energética antiga e a nova etiqueta energética?

Não é possível estabelecer uma correspondência precisa entre as informações das duas etiquetas, pois, para a nova, foram usados novos e mais rigorosos métodos de teste e de cálculo do índice de eficiência energética. Daí que um produto com a classe A+++ possa ser reescalonado para um C e outro para uma classe D, mesmo dentro da mesma categoria de produto.

As novas etiquetas são obrigatórias apenas para novos modelos de produtos ou para todos?

As novas etiquetas são obrigatórias para todos os modelos, existentes e novos, para as categorias incluídas nesta primeira vaga. Há exceções para os aparelhos que sejam descontinuados. No caso dos aparelhos de refrigeração, armazenagem de vinho, máquinas de lavar roupa (incluindo as de lavar e secar), máquinas de lavar loiça, televisores e ecrãs que sejam descontinuados, podem ser vendidos com a etiqueta antiga até 30 de novembro de 2021. Quanto às lâmpadas que sejam descontinuadas, poderão ser vendidas com a etiqueta antiga até 28 de fevereiro de 2023.

 

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