Dicas

O que fazer a um colchão velho?

Quando um colchão deixa de ter utilidade para si, pode ser valorizado de outras formas, desde que lhe dê o destino mais adequado. Saiba como pode desfazer-se do seu colchão antigo.

Especialista:
19 abril 2024
Um homem segura num colchão de casal velho que está pousado no chão por um dos lados no sentido do comprimento.

iStock

Regra geral, um colchão dura entre 8 e 12 anos, devendo depois ser substituído, devido à perda de firmeza e, sobretudo, de altura. Mas o ciclo de vida do colchão pode aumentar com alguns cuidados: basta arejar diariamente a cama durante algum tempo, mesmo no inverno, e permitir que a humidade saia.

Para seu conforto e saúde, não durma em colchões velhos, desnivelados, deformados ou nos quais sinta as molas. Assim, chega um tempo em que, inúmeras horas de sono depois, provavelmente algumas de insónia, é preciso dizer adeus ao seu colchão.

Deixar o colchão junto aos caixotes de lixo na via pública é um exemplo daquilo que não se deve fazer, pois além de causar mau ambiente no seu bairro, é um comportamento sujeito a coimas.

Reutilizar é a primeira opção para dizer adeus ao colchão

Reutilizar deve ser, sempre que possível, a primeira opção. É urgente reduzir a quantidade de materiais que vão parar ao lixo.

Olhe bem para o seu colchão e verifique se ainda está em condições de ser utilizado ou não. Pode estar a querer desfazer-se dele apenas por ter comprado uma cama maior ou mais pequena, por exemplo.

Se o colchão estiver em condições razoáveis, tem a opção de vender, colocando anúncios nas plataformas de compra e venda de produtos usados ou em grupos nas redes sociais.

Doar o colchão antigo

Um colchão usado em bom estado pode ser doado. Conhece alguém – um familiar ou um amigo – que possa estar a precisar?

Pode também doá-lo a uma instituição que preste apoio a famílias carenciadas na sua zona de residência. Contacte previamente a entidade para saber se está interessada em receber o colchão e se tem meios para fazer a recolha em sua casa.

O Banco de Bens Doados é mais uma opção para tentar entregar o seu colchão a quem possa precisar.

Responsabilidade alargada do produtor até final de 2025

 Até 31 de dezembro de 2025, os produtores de mobílias e colchões são obrigados a operacionalizar o chamado regime de responsabilidade alargada do produtor e adotar as medidas necessárias para a recolha seletiva destes resíduos a partir de 2026:

  • até 31 de dezembro de 2026, a recolha numa proporção de, pelo menos, 25% das mobílias, colchões e respetivos resíduos, que colocam, anualmente, no mercado;
  • até 31 de dezembro de 2030, a recolha numa proporção de, pelo menos, 40% das mobílias, colchões e respetivos resíduos que colocam, anualmente, no mercado;
  • até 31 de dezembro de 2030, reciclagem de 90% das mobílias e respetivos resíduos recolhidos;
  • até 31 de dezembro de 2030, reciclagem de 90% dos colchões e respetivos resíduos recolhidos.

Na operacionalização, e à semelhança do que já se verifica com, por exemplo, os equipamentos elétricos e eletrónicos, quando um novo produto (mobília ou colchão) é colocado no mercado, haverá o pagamento de uma taxa, o ecovalor, que servirá para garantir o sistema de recolha seletiva e valorização destes materiais, quando chegarem ao fim de vida.

Pedir a recolha do colchão ao comerciante

Caso precise de comprar um colchão novo, pergunte ao vendedor se pode levar o antigo na altura da entrega.

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Utilizar os serviços de recolha de monos da autarquia

Enquanto não houver um serviço de recolha destes resíduos, contacte o seu município para saber como funciona o serviço de recolha de monos domésticos, em que estão incluídos os colchões e outros materiais volumosos, como móveis e eletrodomésticos.

Em alguns concelhos, a responsabilidade é da câmara, noutros das juntas de freguesia ou de empresas municipais.

O modo de funcionamento também difere, pois nalguns locais existem dias previamente fixados para a recolha e noutros o serviço é feito por marcação.

Muitas autarquias prestam o serviço de forma gratuita, mas outras podem cobrar, nem que seja a partir de uma determinada quantidade de resíduos.

O melhor é contactar o município por telefone para esclarecer as suas dúvidas. Normalmente, os municípios também disponibilizam essa informação online.

Entregar o colchão no ecocentro mais próximo

Se nenhuma das opções anteriores for possível, resta-lhe arranjar forma de entregar o colchão no ecocentro da sua área de residência. Caso não saiba onde está localizado, informe-se junto da sua autarquia. 

Vida nova para os materiais do colchão velho

Ao desfazer-se do colchão de forma adequada, estará a contribuir para que o mesmo possa ter ainda alguma utilidade, pois alguns dos seus materiais podem ser recuperados e usados para produzir outros produtos.

Em vários países europeus, os consumidores pagam uma contribuição ambiental na compra de um colchão novo, a qual é entregue a uma entidade gestora específica que gere o seu tratamento adequado em fim de vida. Esse valor, além de ser utilizado para cobrir os custos de recolha seletiva, processamento e desmontagem de colchões usados, contribui para o financiamento da pesquisa e desenvolvimento de novos colchões com um design mais ecológico.

Separar o aço e o metal que constitui o núcleo da maioria dos colchões é simples e há muitos canais de reciclagem destes materiais. Contudo, separar tecidos de diferentes tipos e espumas de poliuretano ou látex, que muitas vezes estão colados, não é fácil. É necessário que os fabricantes pensem na reciclagem dos colchões desde a fase de design, para que se possa verdadeiramente falar de um produto “circular”.

Em Portugal, os colchões farão parte da lista dos produtos taxados com o ecovalor, que abrange embalagens de vidro, plástico e cartão; óleos e pneus usados; resíduos de equipamentos elétricos e eletrónicos, de pilhas e de acumuladores; e os veículos em fim de vida. No caso dos colchões, a entidade gestora deverá ser definida em 2025 e a recolha seletiva tem início em 2026. Só depois de a entidade gestora estar constituída é que se iniciará o pagamento do ecovalor.

Também são poucos os sistemas municipais de tratamento de resíduos com capacidade para desmantelar os colchões. Nos casos em que esta separação existe, os materiais são encaminhados para os respetivos recicladores, onde são usados para produzir outros produtos. Também podem ser encaminhados para incineração, com recuperação da energia libertada pela queima dos têxteis e das espumas. A situação menos benéfica, mas que também acontece, é o colchão terminar os seus dias num aterro sanitário, levando à perda total dos seus materiais.

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