Como escolher o colchão
Ajudamos a escolher o modelo mais adequado para si.
Antes de optar entre colchões de molas ou espuma, teste vários graus de firmeza e tenha em conta problemas de coluna. Escolha o melhor colchão para o seu caso.
Principais características
A escolha do colchão deve ser feita com base no peso corporal e na altura da pessoa que o vai usar, e na posição preferida do sono. Considere problemas de coluna ou dor nas costas e, acima de tudo, as suas preferências.
Respeita a curvatura da coluna?
As pessoas mais pesadas e que habitualmente dormem de costas ou de barriga para baixo precisam de colchões mais firmes; já os utilizadores mais leves ou que dormem, sobretudo, de lado ficarão mais confortáveis em colchões mais macios que afundem ligeiramente, para manter a coluna direita e não sentirem tanta pressão nas ancas e nos ombros, por exemplo. Antes de decidir, teste o colchão na loja.
Desempenho térmico dos materiais
Há outros aspetos que contribuem para noites confortáveis: o desempenho térmico do colchão. Os modelos frescos, construídos com materiais "respiráveis", são mais adequados para indivíduos encalorados que transpiram de noite. Já os mais quentes são sobretudo indicados para friorentos. Existem versões de duas faces: uma mais fresca, para o verão, e outra mais quente, para o inverno, mas a diferença nem sempre é percetível.
Vantagens e inconvenientes de cada tipo de colchão
- Os colchões com molas de aço têm elasticidade, firmeza e boa ventilação. Neste último aspeto, os modelos de molas ganham aos de espuma, pelo que são mais adequados para quem transpira muito ou vive em regiões com verão quente.
- Um colchão de espuma ou látex é a melhor opção se tiver alergias ou asma. Deve revesti-lo com uma capa antiácaros, lavável e mais fácil de colocar.
- Os sistemas de molas bicónicas (ou de Bonnell) e de molas independentes (ensacadas) permitem definir zonas ergonómicas, fazendo variar a rigidez do aço com que são fabricados. Com as molas sem-fim, tal não é possível.
- Nos modelos de molas ensacadas não há transmissão de movimento entre molas, pelo que são muito confortáveis sobretudo se o(a) seu(sua) companheiro(a) se mexer muito enquanto dorme.
Colchão com bom desempenho ambiental
É importante optar por um modelo o mais sustentável possível, ou seja, com boa qualidade de construção e durabilidade, com materiais de origem próxima do local de fabrico e de venda (por exemplo, nacional ou europeia), que incorporem material reciclado nas fibras, tecidos e outros constituintes, de preferência com capa removível e lavável. O ideal é ser constituído por poucas camadas e com componentes fáceis de separar (sem colas, por exemplo), para que sejam facilmente separados para a reciclagem, no fim de vida. Na loja, o consumidor não consegue apurar estes aspetos. Mas pode seguir o comparador que revela os modelos com o selo de Escolha Verde: além de cinco estrelas no desempenho ambiental, têm uma boa Qualidade Global.
Tipos de colchão e material
Os modelos para cama de casal tornam-se difíceis de transportar por serem volumosos. Escolha um com pegas. Muitos modelos anunciam uma face de verão (mais fresca) e outra de inverno (mais quente), mas a diferença nem sempre é percetível. Poucos apresentam dois lados diferentes, havendo alguns que apenas têm uma face utilizável.
Espuma
- A elasticidade, densidade e firmeza do colchão dependem da densidade da espuma e do ar injetado nas suas células, em poliuretano ou poliéster.
- Bom isolamento térmico, o que é uma mais-valia no inverno, mas não no verão.
- Adaptam-se tanto a estrados de madeira perfurada e de ripas (mais rígidos) como de molas (mais suaves).
Molas
- O coração do colchão é formado por molas que garantem elasticidade e solidez. Há o risco de as molas se partirem ou perderem elasticidade, provocando deformações do colchão. É inevitável alguma perda de altura com o uso.
- Têm melhor ventilação do que os de espuma e os de látex, pelo que são mais adequados para quem transpira muito ou vive em regiões de verão quente.
Látex
- Compostos por um núcleo de borracha natural ou sintética, são os mais caros. Tal como os modelos de molas ensacadas, são ideais para quem se mexe muito durante o sono, porque o látex absorve os movimentos do corpo de maneira eficaz e rápida.
- O látex é perfurado para assegurar a ventilação e regular a firmeza. É a melhor opção para pessoas que sofrem de alergias respiratórias e asma. De evitar por pessoas que sejam alérgicas ao látex.
- Adaptam-se ao corpo, distribuindo a pressão uniformemente. A boa ventilação é razoável e o isolamento correto.
- Adequam-se quer a estrados de madeira, quer de molas.
- Difíceis de deslocar por serem pesados. São quentes no verão.
Água e ortopédicos
- Os colchões de água, constituídos por um saco de borracha ou PVC cheio de água, são pesados e difíceis de transportar. Adaptam-se bem ao corpo, mas com os movimentos podem causar ruído e dificultar o sono.
- Atenção às imitações: os verdadeiros colchões ortopédicos são constituídos por gel ou espuma viscoelástica. Este material permite uma ótima distribuição da pressão e evita feridas em doentes acamados. Muito caros, não oferecem vantagens para pessoas saudáveis.
Tamanho e altura do colchão
Ao escolher o melhor colchão, o tamanho é fundamental. Para um sono de qualidade, o colchão deve permitir o relaxamento das pernas e dos braços sem atingir as bordas, ou seja, deve ter um comprimento e uma largura de 20 a 30 centímetros a mais do que a estrutura do corpo.
Os tamanhos e as dimensões seguem regulamentações europeias, podendo sofrer pequenas variações nos diferentes países.
- Colchão simples: adequado para uma única pessoa, possui medidas que correspondem a 80/90 centímetros de largura por 190/200 centímetros de comprimento;
- Colchão de corpo e meio: projetado para garantir mais espaço do que o colchão individual, para uma única pessoa, é um pouco maior, medindo 120 centímetros de largura por 190/200 centímetros de comprimento;
- Colchão de casal: ideal para duas pessoas, tem uma largura de 140 a 170 centímetros e um comprimento de 190/200 centímetros;
- Colchões personalizados: especialmente projetados para quem tem necessidades especiais, podem ser produzidos com as dimensões desejadas.
O tamanho do colchão deve adaptar-se perfeitamente à base da cama para não afetar o conforto e permitir um sono tranquilo. A altura e a espessura são outros parâmetros fundamentais a serem considerados para uma boa escolha: um colchão muito fino não tem uma estrutura adequada para garantir um sono confortável, além de causar dores musculares, na cervical e nas articulações, se for usado de forma recorrente. Porém, um colchão muito alto também pode tornar-se incómodo quando chegar o momento de o virar de cima para baixo e da cabeça para o pés.
Regra geral, os colchões com uma altura entre 23 e 30 centímetros são os melhores, mas os que têm cerca de 21 centímetros de espessura também são confortáveis.
As melhores almofadas
Manter a curvatura do pescoço é o objetivo de uma almofada. Uma capa lavável torna-a mais higiénica. Escolha segundo o material mais adequado para si.
As almofadas de penas deformam-se facilmente, mas, quando abanadas, retomam a forma. Adaptam-se à curvatura do pescoço, absorvem a humidade com facilidade e têm boa ventilação. São desaconselhadas a pessoas alérgicas.
As almofadas em látex oferecem bom suporte para a cabeça e a curvatura do pescoço, solidez e isolamento térmico. A humidade não se liberta facilmente. São desconfortáveis no verão.
As de poliéster têm bom apoio para a cabeça, se não compactarem demasiado com o uso, conforto térmico e ventilação adequada, mesmo no verão.
As ortopédicas são constituídas por dois rolos: o mais alto para quando se dorme de lado e o mais baixo para repousar de costas. Mas são pouco eficazes. Os movimentos durante o sono alteram a posição da cabeça, que deixa de ser apoiada pelas duas zonas de altura.
Além do colchão e da almofada, para uma boa noite de descanso, é importante escolher um bom edredão. Em geral, os edredões de penas são mais quentes. Veja os conselhos antes de comprar.
Coluna e dor nas costas
Não existe uma resposta simples e única quando se procura o melhor colchão. Um bom colchão deve suportar o peso do corpo corretamente: deve ser suficientemente firme para nos apoiar, mas não ao ponto de se tornar desconfortável pelo facto de algumas zonas do corpo ficarem sem suporte. O importante é que respeite a curvatura natural da coluna vertebral.
Embora a firmeza seja uma questão de gosto pessoal, por regra um corpo mais pesado precisa de um colchão mais firme, para garantir melhor suporte. Se o colchão for demasiado firme, o corpo não entra totalmente em contacto com ele. Confere menos apoio a algumas partes do corpo, ficando as zonas dos ombros e das ancas sujeitas a maior pressão. Já se o colchão for demasiado macio, o corpo tende a afundar-se, aumentando a sensação de calor devido à má ventilação e sendo mais difícil movimentar-se durante o sono. Importante é que o colchão sustente corretamente o corpo, adaptando-se à forma natural da coluna vertebral e permitindo recuperar durante a noite.
Se houver uma diferença significativa de peso em relação ao(à) seu(sua) companheiro(a), opte por um sistema de duas bases e colchões individuais. Evita o desnível que ocorre com um só colchão e aumenta o conforto. O mais pesado deve ficar com o colchão mais firme. Os colchões podem ser unidos com um só lençol-capa.
Os fabricantes não têm uma escala-padrão para definir a firmeza. O mesmo fabricante mantém a escala para todos os produtos, ou seja, os colchões que cataloga como firmes são mais duros do que os que considera macios. Contudo, a escala não é a mesma para todos os fabricantes e, por isso, não devemos confiar cegamente na firmeza anunciada: é sempre relativa aos modelos da mesma marca. A maioria nem indica no colchão.
Em laboratório, a DECO PROteste utiliza uma escala técnica que avalia a firmeza dos colchões, de modo unificado. E, por vezes, a firmeza anunciada não é a firmeza real. Nem todos os consumidores percecionam a firmeza de um colchão da mesma forma. Por exemplo, um modelo de firmeza média pode ser firme para um consumidor e de baixa firmeza para outro.
Por isso, não compre um colchão sem antes experimentá-lo na loja. Deite-se de costas, de lado, role e verifique se se sente confortável. Quando estiver deitado de costas, passe a mão entre a região lombar e o colchão: se houver muito espaço, significa que o colchão é demasiado firme para as suas características físicas; se a mão não passa ou passa com dificuldade, o colchão tem pouca firmeza e o corpo afunda excessivamente.
Mesmo que faça a compra online, procure uma loja com uma oferta razoável de modelos e experimente antes de decidir. Verifique se pode efetuar uma troca caso as primeiras noites revelem que aquele não era, afinal, o modelo certo para si.
Questões frequentes
Respondemos às principais dúvidas sobre colchões.
Quanto tempo dura um colchão?
Ao fim de 8 a 12 anos, o colchão deve ser substituído devido à perda de firmeza e de altura. Mas com alguns cuidados pode durar mais. Basta dar à cama, diariamente, algum tempo para arejar, mesmo no inverno, e permitir que a humidade saia. Não durma em colchões velhos, desnivelados, deformados, nos quais sinta as molas ou irregularidades.
Vire regularmente o colchão – de cima para baixo e da cabeceira para os pés – para não criar zonas e deformação permanente. Nos colchões com uma só face utilizável, rode-o da cabeceira para os pés. Os modelos com pegas são práticos. Facilitam estas operações.
Uma vela, um pau de incenso ou um cigarro podem dar origem ao pior. Verifique se as camadas exteriores do colchão são fabricadas com materiais anti-inflamáveis ou têm características de autoextinção do fogo.
O que fazer ao colchão velho?
Se o colchão exibir um estado razoável, prefira vendê-lo num site de artigos em segunda mão ou doá-lo a alguém que precise ou a uma instituição de apoio social. Caso não apresente condições para ser usado, na compra do colchão novo, peça ao comerciante para retomar o antigo. Se não for possível, contacte o serviço municipal de recolha de monos domésticos (confirme se o serviço é gratuito ou não), ou consulte a localização do ecocentro mais perto da área de residência, onde é possível entregar este tipo de resíduos.
Em Portugal, está prevista a implementação da recolha seletiva de colchões usados até 31 de dezembro de 2025, pelo regime da RAP (responsabilidade alargada ao produtor). Até lá siga estas recomendações, de modo a garantir que o colchão não acaba num aterro sanitário, nem é encaminhado para incineração. A entrega do colchão para reciclagem permite recuperar os seus materiais, através de sistemas de tratamento de resíduos com capacidade para desmantelar o colchão, separando a estrutura metálica dos têxteis e das espumas. Estes materiais são depois entregues aos recicladores e podem ser usados no fabrico de novos colchões e outras aplicações.
Qual o melhor colchão para a base de cama motorizada?
As bases motorizadas da cama exercem diferentes pressões sobre o colchão. Os colchões de molas devem ser evitados, porque a sua estrutura não tem a flexibilidade necessária para acompanhar a base, que não fica plana. Nestes casos, opte por colchões de espuma ou de látex, pois adaptam-se às mudanças na estrutura.
Como limpar o colchão?
A mudança de estação pode ser uma boa altura para fazer limpezas gerais, incluindo uma profunda ao colchão que assegure a higiene. Dar a volta, aspirar e limpar o colchão são algumas dicas a seguir para mantê-lo em condições. Além de prolongar o tempo de vida, ajuda a combater os ácaros, seres microscópicos invisíveis que se escondem no pó e nas camas. Não picam, mas os seus dejetos podem causar alergias respiratórias e nos olhos.